D. João II nasceu a 3 de Maio de 1455 e veio a falecer " sem pai, nem mãe, sem filho, nem filha, sem irmão, nem irmã, e ainda com muito poucos, fora de Portugal, no Reino do Algarve em Alvor muito pequeno lugar", em 1495, como escreveu Garcia de Resende na sua Crónica.
Rui de Pina compõe-lhe assim o retrato: "Foi El-Rei D. João II homem de corpo, mais grande, que pequeno, mui bem feito, e em todos os seus membros mui proporcionado; teve o rosto mais comprido, que redondo, e de barba em boa conveniência povoado. Teve os cabelos da cabeça castanhos, e corredios; e porém em idade de trinta e sete anos, na cabeça, e na barba era já mui caão, de que mostrava receber grande contentamento, pela muita autoridade que a sua Dignidade Real suas caãs acrescentavam: e os olhos de perfeita vista, e às vezes mostrava nos brancos deles umas veias e magoas de sangue, com que nas cousas de sanha, quando era dela tocado, lhe faziam o aspeito mui temeroso. E porém nas cousas d'honra, prazer, e gasalhado, mui alegre, e de mui Real, e excelente graça: o nariz teve um pouco comprido, e derribado algum tanto sem fealdade. Era todo mui alvo, salvo no rosto que era corado em boa maneira. E até à idade de trinta anos foi muito enxuto de carnes, e depois foi nelas mais revolto. Foi Príncipe de maravilhoso engenho, e subida agudeza, e mui místico para todas as coisas; e a confiança grande que disso tinha, muitas vezes lhe fazia confiar mais de seu saber..."
E ainda por cima envenenado pela mulher, a "misericordiosa" D. Leonor.
ResponderEliminarÉ o "meu" rei.
Meu, também, MR.
ResponderEliminarE o meu :-)
ResponderEliminar"Les beaux..."
ResponderEliminarE tb um dos "meus". El hombre, como lhe chamava Isabel A Católica.
ResponderEliminar"Este foi aquele bom rei D. João
ResponderEliminaro mais excelente que houve no mundo,
rei destes reinos, deste nome o segundo,
humano, católico, sujeito à razão,
do qual muito bem creio sem contradição
julgando as suas obras e como morreu
que deve bem certo ter salvação
pois justamente tanto viveu."
Diogo Brandão
Cancioneiro GeralG.R.
Grandíssimo Rei.
Até lhe quiseram dar foros de santidade !...
"Se, como parece e tudo indica, se deve a D.João II a iniciativa da Bíblia, qual o motivo que o levou a um tal impulso?"
Martim de Albuquerque
D.João II foi enterrado na Sé de Silves e trasladado para a Batalha em 1499. Nessa altura o corpo estava íntegro " como se conhecia como em vida e com um muito suave cheiro não sabido que cheirava muito bem, de que foi mui grande espanto (...) e as coisas que em seu corpo tocam prestam para muitas enfermidades, e tem feito muitos milagres como dito é."
Correndo o boato que envenenara Garcia de Menezes, Bispo de Èvora, o Bispo de Tanger e o Prior do Crato, quando da morte do Rei, apoderaram-sa de uma caixinha que ele sempre trazia- pensavam ser a peçonha de que queriam desfazer-se para evitar escandalo. Encontraram um confessionário, umas disciplinas e um cilício.Quiçá uns versos...
Não resisto a citar anedota de que por certo se lembrarão:D João II queria casar seu filho bastardo D. Jorge.Lourenço da Cunha foi a Castela tentar negociar casamentoFoi recebido por Isabel a Católica, D. Fernando estaria doente. Disse ao que ia.A pretendida, Infanta Catarina, tinha 4 anos.
ResponderEliminarQue não, disse de pronto a Rainha. Mas que D. Fernando tinha uma filha bastarda e que a daria.
Disse Lourenço da Cunha:
- Senhora, o meu rei quer aparentar-se com Vossa Alteza, não com a Casa de Aragão. Se Vossa Alteza tiver uma filha bastarda ele a tomará para D.Jorge.
A anedota, se é que é anedota, é de Mestre!
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