As indicações dos atributos dos dias de nascimento, neste postal, valem o que valem. Mas a Amizade não tem preço. Para o António, que me mandou o postal, o fraterno abraço.
Uma boa tarde,MR. Ainda bem que gostou do postal,porque eu também lhe achei muita graça.
Oliveira da eurídice, no que ao "anjinho" diz respeito, eu acho que está certíssimo.
Mariana: um beijinho grande e boa continuação da "criação"...
Cesar( sempre a mania das grandezas), Alexandre (idem), sessões dominicais ( ai! estes atavismos...), ou não fosse o ascendente Gémeos o signo natal de F.Pessoa: vivam os heterónimos!
Lembrando – como disse a propósito de Filipe Neri – o meu nome de crisma que funcionou como heterónimo...
Chega ao fim este intermezzo para que tantas vezes fui citado. E aqui venho, descalço, vestido de estamenha, e de baraço ao pescoço como um stroppendrager, lembrar: É que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há. Sérgio Godinho Corria 1959. As aulas, que por norma começavam a 15 de outubro, sendo sábado, começaram a 17. Convento de Santa Clara, ao fundo do ginásio, turma E. Éramos poucos. Alguns ficaram na memória. Só um na vida. Éramos leves e os tempos brandos. Ou nos parecia. Menino que vinha de aldeia, tudo me era deslumbramento. Foram os primeiros cigarros, comprados na Teresinha, avulso. As trocas: dois português suave por um L&M. As merendas. As saídas dos colégios de meninas. Rapaziadas ingénuas. Bailaricos. Namoricos. “Quando elas falam de Picasso ou de Matisse já não se calam...” “Num la(s)são imulinado por tisvosos danc(qu)ieeiros...” Algumas conversas sérias de quem ia conquistar o mundo. Ou melhorá-lo. O tempo passou e opções diversas levaram-nos por diversos caminhos, aprendizagens diversas.Ele assisado e contido, eu mais ligeiro. E, volta e meia, pelas férias, reencontro. - Sabes? Também faço poesia. - disse uma vez. Ora, com versos já publicados no jornal da provincia, no do liceu, concedi: - Então mostra. E pronto. Deve ter sido por aí. Deve ter sido por isso. Pela admiração, respeito que fui criando. Ao pé do que eu fazia – que nada – a poesia dele era... como a dos poetas que já íamos admirando. E comecei a aprender. Como lhe dizia: - Foste a minha primeira universidade. Foi há quanto? Com 13 anos bisextos, desde então, isto dá, nesta data, dezoito mil e cento e vinte dias. Quase quase meio século.Com uma guerra, distâncias, aproximações, férias, cartas. Livros. Mas sempre. Balanço positivo. Coisas do dia a dia que ficam na memória, pequenas coisas, como as unhas, a que só se dá importância quando falham. “São ainda as unhas pequenas coisas ...” Isto ou aquilo? Não sei. Tudo. Companheirismo, atenção, cumplicidade, ajuda generosa... Por isso. E só um ficou. Para
“Regressar pelos pormenores da minha vida resumi-la de tudo que não morre.” Obrigado,Alberto. Parabéns.(Tainada na Clarinha?) E um grande grande abraço amigo. 26.5.2010 (Como O´Neil,tropeço de ternura e sorrio ao imaginar o desabafo : Grande sacola ! ) E desculpa/ os comentários que levaste./ Fui em que os escrevi/ mas foste tu que me obrigaste.
Meu Caro: Que posso eu dizer?, depois do que, agora, disseste, senão dar-te este abraço virtual, apertado e fraterno, com um brilho aquático ao canto do olho, que não se sabe se é ternura, coração lasso da velhice ou incontinência do afecto...Meu grande Sacola!, levaste-me bem! Há as 3 imagens primordiais: 1. acenares do lado de lá do vidro partido, na aula de Filosofia do "Espiúca", e no terreiro, livre e contente como um passarinho; 2. pores as nossas colegas femininas a jogar ao balão com preservativos cheios de ar, e todos translúcidos como as bexigas de porco que havia penduradas nos talhos do Mercado; 3. finalmente, como anfitrião, cavalheiro e "grand seigneur" (26 de Julho de 1960?) a oferecer aos amigos um lanche (e que rico lanche que até metia camarões),no "Milenário". Sempre foste um cidadão do Mundo!, nos teus gestos largos, nas tuas partidas inteligentes (como esta), no teu afecto seguro de irmão que não tive. Saia uma declaração de amor à Thomas Mann ( d'"A Montanha Mágica"), para a mesa do canto, para aquele senhor magro mas com barriga! Mas que continues a cá vir,mas agora com o teu nome próprio,sempre! Aquele Abraço, Alberto.
quase, quase no final do dia... ainda quero deixar um beijo de parabéns! pelo aniversário e pela fortuna dessa grande tarefa que é a amizade. :) leio aqui, confirmo e aprendo: "Amigo vai ser, é já uma grande festa!"
Obrigado, Marta. E louvo, neste país prolixo, a sua contenção que se aproxima do ouro do silêncio. No entanto, pergunto-me porquê esta ausência de palavras, esta reflexão teimosa e intensiva durante tanto tempo?
partilha o dia com o Anjinho, que não é mau de todo, a avaliar pela roda da fortuna em cima.
ResponderEliminarEle há dias felizes, hoje é um.
Com amizade,
oliveira da eurídice
As aves
ResponderEliminarSó as aves são aves e me intrigam
como seres novos excessivos
no silêncio de si mesmos.
Um muito bom dia, Alberto
Este postal é giríssimo.
ResponderEliminarImperceptível
ResponderEliminarTerei visto um aceno
infantil ou foi
um esbatido
fulgor do coração
sobre a memória?
Um dia bem passado, parabéns, Alberto
Ao fundo
ResponderEliminarÉ só pela ternura fatigada
que nascem cores ou palavras
Feliz aniversário, Alberto
Tu és uma doença de alegria
ResponderEliminarque se liberta apenas de te ver.
Um dia bem passado, Alberto
Poesia
ResponderEliminarPerdoavas.lhe tudo
e regressavas
por um sossego no coração aflito
pela rosa imovel nos arbustos
onde o vento se esconde.
Pelo quieto dos olhos
sobre a mesa de um verso.
Muito feliz aniversário, Alberto
Uma boa tarde,MR. Ainda bem que gostou do postal,porque eu também lhe achei muita graça.
ResponderEliminarOliveira da eurídice, no que ao "anjinho" diz respeito, eu acho que está certíssimo.
Mariana: um beijinho grande e boa continuação da
"criação"...
Cesar( sempre a mania das grandezas), Alexandre (idem), sessões dominicais ( ai! estes atavismos...), ou não fosse o ascendente Gémeos
o signo natal de F.Pessoa: vivam os heterónimos!
Lembrando – como disse a propósito de Filipe Neri – o meu nome de crisma que funcionou como heterónimo...
ResponderEliminarChega ao fim este intermezzo para que tantas vezes fui citado. E aqui venho, descalço, vestido de estamenha, e de baraço ao pescoço como um stroppendrager, lembrar:
É que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa no mundo não há.
Sérgio Godinho
Corria 1959. As aulas, que por norma começavam a 15 de outubro, sendo sábado, começaram a 17.
Convento de Santa Clara, ao fundo do ginásio, turma E.
Éramos poucos. Alguns ficaram na memória. Só um na vida.
Éramos leves e os tempos brandos. Ou nos parecia.
Menino que vinha de aldeia, tudo me era deslumbramento.
Foram os primeiros cigarros, comprados na Teresinha, avulso. As trocas: dois português suave por um L&M. As merendas. As saídas dos colégios de meninas. Rapaziadas ingénuas. Bailaricos. Namoricos.
“Quando elas falam de Picasso ou de Matisse já não se calam...”
“Num la(s)são imulinado por tisvosos danc(qu)ieeiros...”
Algumas conversas sérias de quem ia conquistar o mundo. Ou melhorá-lo.
O tempo passou e opções diversas levaram-nos por diversos caminhos, aprendizagens diversas.Ele assisado e contido, eu mais ligeiro.
E, volta e meia, pelas férias, reencontro.
- Sabes? Também faço poesia. - disse uma vez.
Ora, com versos já publicados no jornal da provincia, no do liceu, concedi:
- Então mostra.
E pronto. Deve ter sido por aí. Deve ter sido por isso. Pela admiração, respeito que fui criando.
Ao pé do que eu fazia – que nada – a poesia dele era... como a dos poetas que já íamos admirando.
E comecei a aprender. Como lhe dizia: - Foste a minha primeira universidade.
Foi há quanto? Com 13 anos bisextos, desde então, isto dá, nesta data, dezoito mil e cento e vinte dias. Quase quase meio século.Com uma guerra, distâncias, aproximações, férias, cartas. Livros. Mas sempre.
Balanço positivo. Coisas do dia a dia que ficam na memória, pequenas coisas, como as unhas, a que só se dá importância quando falham. “São ainda as unhas pequenas coisas ...”
Isto ou aquilo? Não sei. Tudo. Companheirismo, atenção, cumplicidade, ajuda generosa...
Por isso. E só um ficou. Para
“Regressar
pelos pormenores da minha vida
resumi-la
de tudo que não morre.”
Obrigado,Alberto.
Parabéns.(Tainada na Clarinha?) E um grande grande abraço amigo.
26.5.2010
(Como O´Neil,tropeço de ternura e sorrio ao imaginar o desabafo : Grande sacola ! )
E desculpa/ os comentários que levaste./ Fui em que os escrevi/ mas foste tu que me obrigaste.
Meu Caro:
ResponderEliminarQue posso eu dizer?, depois do que, agora, disseste, senão dar-te este abraço virtual, apertado e fraterno, com um brilho aquático ao canto do olho, que não se sabe se é ternura, coração lasso da velhice ou incontinência do afecto...Meu grande Sacola!, levaste-me bem!
Há as 3 imagens primordiais:
1. acenares do lado de lá do vidro partido, na aula de Filosofia do "Espiúca", e no terreiro, livre e contente como um passarinho;
2. pores as nossas colegas femininas a jogar ao balão com preservativos cheios de ar, e todos translúcidos como as bexigas de porco que havia penduradas nos talhos do Mercado;
3. finalmente, como anfitrião, cavalheiro e "grand seigneur" (26 de Julho de 1960?) a oferecer aos amigos um lanche (e que rico lanche que até metia camarões),no "Milenário".
Sempre foste um cidadão do Mundo!, nos teus gestos largos, nas tuas partidas inteligentes (como esta), no teu afecto seguro de irmão que não tive. Saia uma declaração de amor à Thomas Mann ( d'"A Montanha Mágica"), para a mesa do canto, para aquele senhor magro mas com barriga!
Mas que continues a cá vir,mas agora com o teu nome próprio,sempre!
Aquele Abraço,
Alberto.
QUE BONITA...MESMO...ESTA AMIZADE!
ResponderEliminarem que os anos passam e os 2 não passam de meninos .
parbéns Alberto e Toninho
e mais acrescento que é com muita ternura que tenho assitido, INOCENTE e QUIETINHA (nada mais do que mera consultora técnica) a esta tão doce partida.
ResponderEliminarObrigado,Mariana. Foi de génio!
ResponderEliminarBjnhs.
Alberto.
Tela
ResponderEliminarÉ pelo branco todo que procuro
uma raíz de sol por onde arda.
Feliz aniversário, Alberto
Pedro (da Paulinha!!)
Só agora li estes comentários. Se os tivesse lido antes... teria feito outro texto na "Armadilha" colocada no "outro sítio". Viva a amizade.
ResponderEliminarAo fundo
ResponderEliminarÉ só pela ternura fatigada
que nascem cores ou palavras
Feliz aniversário, Alberto
beijinhos da Dulce, Leonor, Hugo e Tiago
Dulce, Leonor, Hugo e Tiago parte da familia Barata Feyo
ResponderEliminarwith love...from Palma de Maiorca
Poesia
ResponderEliminarPerdoavas.lhe tudo
e regressavas
por um sossego no coração aflito
pela rosa imovel nos arbustos
onde o vento se esconde.
Pelo quieto dos olhos
sobre a mesa de um verso.
Muito feliz aniversário, Alberto :)
Pedro (Shô Lubi), JAD, Hugo (c/Dulce, Leonor, Hugo e Tiago) insular: obrigado a todos, do fundo do coração.
ResponderEliminarA. S.
quase, quase no final do dia... ainda quero deixar um beijo de parabéns!
ResponderEliminarpelo aniversário e pela fortuna dessa grande tarefa que é a amizade. :)
leio aqui, confirmo e aprendo:
"Amigo vai ser, é já uma grande festa!"
Não podes concluir
ResponderEliminaresse agitar de dedos com destino
à morte.Tosco embrulho
de memória mal atada
irresoluta.
Um aniversário muito feliz, Alberto
Obrigado,Isabel II. Vives numa das cidades europeias de que eu gosto mais. As melhores lembranças para a Família.
ResponderEliminarFrancisco, muito obrigado pela gentileza.
Fractura
ResponderEliminarDifícil
é recolocar todas as palavras
de outro modo.Ou reflectir
a noite.
Parabéns, Alberto
(ps. parabéns pela iniciativa e pelo blog)
Obrigado, Marta. E louvo, neste país prolixo, a sua contenção que se aproxima do ouro do silêncio. No entanto, pergunto-me porquê esta ausência de palavras, esta reflexão teimosa e intensiva durante tanto tempo?
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