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terça-feira, 15 de julho de 2025

Curiosidades 113

 

É sempre tempo de aprender coisas novas. Recentemente, vim a saber que os astecas, sendo embora de uma cultura com aspectos sanguinários, que incluía sacrifícios humanos, cultivavam e se interessavam por saberes avançados para a época, tendo chegado, após a invasão e domínio espanhol, a traduzir Esopo e Erasmo para a sua própria língua.
Outra novidade para a minha ignorância, foi saber que os egípcios representavam, nas suas pinturas, os homens a vermelho  e as mulheres a amarelo. Justificando-se o facto por os homens se exporem ao sol e as mulheres ficarem em casa, sendo por isso mais pálidas...

terça-feira, 10 de junho de 2025

Curiosidades 112

 

Em imagem, dois livros estrangeiros que vieram de longe e que têm em comum o facto de eu nunca os ter lido completamente. Acompanham-me desde 1963. Se a obra de teatro de Brecht (1898-1956) me foi oferecida, o calhamaço (1.600 páginas) do historiador e jornalista Shirer (1904-1993) comprei-o em Paris, em Setembro desse ano, por 11,35 francos  franceses. Julgo que ainda é considerado um clássico para a história do nazismo.
Por várias razões subjectivas tenho-os em particular estima.

domingo, 11 de maio de 2025

Curiosidades 111

 

Há, muitas vezes, parcerias úteis e justificadas, os prefácios podem ser uma delas, em livros. Estou a lembrar-me do de Eça de Queirós nos Azulejos (1921), do Conde de Arnoso (1855-1911). Ou a carta-prefácio de Carlos Malheiro Dias (1875-1945) no primeiro livro de Aquilino Ribeiro (1885-1963), Jardim das Tormentas (1913). Prólogos recomendando ou explicando a obra são normalmente um incentivo à leitura, quando feitos por autores já consagrados.
Um caso exemplar se passa com o único livro de poesia publicado pelo judeu russo (Donetsk) Eliezer Kamenezky (1888-1957), Alma Errante (1932), que tem um prefácio de Fernando Pessoa. Kamenezky ficou conhecido por ser um propagandista do vegetarianismo e ter entrado em 3 dos filmes de Lopes Ribeiro, e não só. Porém, o prefácio de Pessoa torna a obra, ainda que vulgar, muito apetecível dos bibliófilos em leilões, e o nome dele bem mais conhecido.

quarta-feira, 12 de março de 2025

Curiosidades 110

 

Cruzei-me, inesperadamente, com a palavra muleta, não no sentido usual do termo, mas como embarcação antiga e regional do Tejo, que tinha esse nome. Datando muito provavelmente dos séculos XVI-XVII era uma embarcação muito curiosa de pesca de arrasto à vela. Destinava-se à captura, principalmente, de azevias, linguados e solhas, no Tejo e no Sado.



Sob o patrocínio da C. do Barreiro, foi construída uma muleta nos moldes tradicionais, nomeada Álvaro Velho, e que proporciona passeios fluviais, desde o ano de 2022, entre 13/7 e 28/9.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Curiosidades 108

 

É caso raro mas, neste particular, o cão é mais lembrado que o dono, por isso eu escrevo, às vezes, que: o cão foi passear o dono. Valha o valor da fidelidade canina. Ora, conte-se.
Animal doméstico leal, o terrier Greyfriars Bobby tem o seu memorial não muito longe da sepultura do seu dono John Gray, no cemitério de Edimburgo (Escócia), local que guardou afectuosamente durante 14 anos vigilantes, até à sua morte. Num simulacro estranho de compassividade humana.



terça-feira, 5 de novembro de 2024

Curiosidades 107



Eu diria que há um ler a tempo, um ler na idade certa, mas também um ler fora de tempo (tarde na idade) ou ainda antes de saber apreciar e compreender convenientemente o que se lê.
Achei por isso curioso que Françoise Sagan (1935-2004) tenha situado três das suas leituras mais importantes, da e na juventude, assim:

- Les Nourritures terrestres, de André Gide, aos 13 anos.
- L'Homme révolté, de Albert Camus, com 14 anos.
- Les Illuminations, de Arthur Rimbaud, aos 16 anos.

Leituras precoces, no meu entender. Mas que cada um faça o seu juízo, ou avive a sua experiência pessoal...

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Curiosidades 106

 


Ao que parece, há 248 militares espanhóis a combater, presentemente, os incêndios em Portugal.
Provavelmente, as nossas forças armadas carecem de efectivos para fazer o mesmo, cá dentro...

Em tempo: às 18h16, a RTP 1 noticiou que 300 elementos da forças armadas portuguesas combatiam os incêndios. Afinal, sempre ganhamos por 52, aos nossos vizinhos...

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Mozart: Sinfonia concertante, Mvmt. 2a - Vengerov, Power


Neste andamento  (2º movimento) da Sinfonia Concertante, de W. A. Mozart, se inspirou Michel Legrand (1932-2019) para compor a melodia "The Windmills of your mind" que foi interpretada por Petula Clark, Dusty Springfield, entre outros, e integrou a banda sonora do filme The Thomas Crown Affair (1968).

terça-feira, 2 de julho de 2024

Curiosidades 105


Tália, Jampal (também conhecida popularmente por João Paulo) e Vital estavam, entre muitas outras castas brancas portuguesas, da região de Lisboa, e tal como o lince de Malcata, mais a Sul, em progressão acelerada para a extinção, aqui há uns anos atrás. O lince alentejano, extinto, foi recuperado graças à colaboração dos ambientalistas espanhóis e está hoje com uma população estável e progressiva nos seus antigos territórios nacionais.
Salutar e naturalmente, a Tália e a Vital foram-se mantendo na região de Lisboa. E graças a um brasileiro, de origem húngara, André Manz, que veio para Portugal, há cerca de 30 anos, a casta Jampal existe e produz vinho em Cheleiros (Mafra), sob a marca de Dona Fátima. Foi uma boa notícia que tive, pois cheguei a provar este vinho de Cheleiros, nos anos 70, que era muito agradável e apaladado.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Curiosidades 104



Não será caso único nas letras francesas, pois também Jean Cocteau produziu desenhos de traço elegante, alguns dos quais ilustraram o Até Amanhã de Eugénio de Andrade, mas os trabalhos pictóricos de Paul Valéry (1871-1945) serão porventura mais escassos e menos conhecidos do grande público.
Valerá a pena, por isso, dar notícia que a Livraria Laurent Coulet (Paris), no seu catálogo 66, incluía uma aguarela do poeta e pensador francês (imagem acima), em jeito de auto-retrato de costas, pelo preço de 750 euros.

(Agradecimentos a H. N.)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Curiosidades 103



Eu creio que muita gente terá, em determinada altura da juventude, sonhado ser dono de uma ilha. 
Léo Ferré (1916-1993), também. E conseguiu concretizar o sonho em 1960, tendo adquirido a ilhota Du Guesclin, na Bretanha (França). Que veio a habitar e onde, pelo menos, escreveu e compôs a canção La Mémoire et la Mer. Após a morte do cantautor monegasco, por desavenças nas partilhas, a ilhota acabou por ser vendida. Mas os novos proprietários não só restauraram o edificado, como perpetuaram a memória de Ferré, nesse espaço geográfico.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Curiosidades 102



São porventura estranhas, mas curiosas, as regras culinárias de alguns países que proíbem nas suas gastronomias, por exemplo, o uso de vaca na alimentação indiana ou o consumo de carne de porco por outros povos. Nas tripas bovinas estamos com a França (Caen), como grandes apreciadores. Mas não a acompanhámos no largo consumo de coxas de rã de que a França é o maior consumidor mundial (3.000 toneladas anuais), muito embora a legislação gaulesa, desde 1977, proíba a sua captura em território nacional.
As coxas de rã são assim importadas da Indonésia (80%), Vietname (13%) e Turquia que contribui com 3,4%. E, ao que parece, os animaizinhos nos "matadouros" não são tratados de forma muito pacífica, nem executados com piedade... Ainda assim, a França captura e abate, à má fila e à socapa, mais cerca de 2 milhões de rãs, nas suas zonas húmidas nacionais, para alimentação privada.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Curiosidades 100

 

É conhecida a ligação do escritor Graciliano Ramos (1892-1953) ao partido comunista brasileiro de Luis Carlos Prestes (1898-1990). Informações indirectas podem encontrar-se, abundantemente, em Memórias do Cárcere, obra póstuma publicada em Setembro de 1953. Neste livro é também referido por diversas vezes o Hino do Brasileiro Pobre. Resguardada e pudicamente, o Youtube não acolhe nenhuma versão nas suas páginas de vídeos, muito embora contemple muitas burundangas pimbas e apolíticas musicais - e percebe-se porquê...
Sobre o hino, na net, também as informações são escassas a propósito da obra musical que apoiava e funcionava como cenário coral de reuniões do partido comunista brasileiro.
Consegui entretanto acesso à letra do Hino do Brasileiro Pobre, de que deixo um extracto inicial:

Do Norte, da floresta amazônica
ao Sul a coxilha a vista encanta
a terra brasileira à luz dos trópicos
é como um coração que bate e canta.

Operários, camponeses, 
estudantes, funcionários, pés-rapados
já sofremos mil revezes
já cansamos desta vida de explorados.
Punhos cerrados,
levantados,
protestemos!
...

(A música do hino foi composta por Francisco Manuel Silva e tem letra de Agildo Barata.)

domingo, 11 de junho de 2023

Curiosidades 99



Hoje em dia incorporamos, com excessiva facilidade e lassidão mental, novas palavras de outras línguas, sobretudo do inglês, sem sequer, muitas vezes, nos darmos ao trabalho de as adaptarmos ao português, ao contrário do que os criativos e expeditos brasileiros costumam fazer - honra lhes seja! 
Mas nem sempre foi assim: já demos palavras ao mundo.
Ainda há pouco tempo atrás fiquei surpreendido ao saber que as palavras mandarim e fetiche têm origem portuguesa, e que outros países (França, Inglaterra...) as vieram a adaptar. A primeira vem do verbo mandar; e o segundo termo, vem de feitiço.

sábado, 22 de abril de 2023

Curiosidades 98



Deparei-me, há dias, com um bilhete de entrada, do início dos anos 60, para o Museu Alberto Sampaio, em Guimarães. Custou-me Esc. 2$50, não havendo ainda nessa altura desconto para estudantes. Era este de algum modo o preço da cultura. Um jornal custava Esc. 1$00 e eu conseguia beber um café por $70. Poderiam fazer-se, nesta perspectiva, algumas comparações equivalentes com os dias de hoje.
Pouco tempo depois, tive acesso a uma lista de preços de entrada para alguns dos mais importantes museus mundiais, de que dou conta, em valores crescentes:

- Museu do Prado, Madrid, 15 euros.
- Museu do Louvre, Paris, 17 euros.
- Uffizi, Florença, 19 euros.
- Rijksmuseum, Holanda, 22,50 euros.
- MOMA, Nova Iorque, 25 dólares (ca. 23 euros).

Os nossos museus nacionais têm preços comedidos: o de Soares dos Reis (Porto) leva 5 euros pela entrada e o MNAA (Lisboa): 8 euros.
Encontrei ainda, nessa lista de preços, uma singularidade aberrante no novo Museu do Cairo. Cobra pela entrada cerca de 4,50 euros aos egípcios, mas leva  aos estrangeiros 30 euros pelo acesso!
E ainda há quem fale em desigualdades e racismo ou xenofobia...

quinta-feira, 23 de março de 2023

Curiosidades 97



A obra de Gilberto Freyre Casa Grande e Senzala é uma fonte que parece quase inesgotável sobre a etnografia brasileira, sobretudo do passado. Crendices e costumes atávicos abundam nesta recolha, tal como aqui deixamos um testemunho pitoresco e parcelar:

"... Mas o grosso das crenças e práticas da magia sexual que se desenvolveram no Brasil foram coloridas pelo intenso misticismo do negro; algumas trazidas por ele de África, outras africanas apenas na técnica, servindo-se de bichos e ervas indígenas. Nenhuma mais característica que a feitiçaria do sapo para apressar a realização de casamentos demorados. O sapo tornou-se também na magia sexual afro-brasileira, o protector da mulher infiel que, para enganar o marido, basta tomar uma agulha enfiada em retrós verde, fazer com ela uma cruz no rosto do indivíduo adormecido e coser depois os olhos do sapo. Por outro lado, para conservar o amante sob o seu jugo precisa apenas a mulher de viver com um sapo debaixo da cama, dentro de uma panela. Neste caso, um sapo vivo e alimentado a leite de vaca. ..."

Gilberto Freyre (1900-1987), in Casa Grande e Senzala (pg. 314).

domingo, 16 de outubro de 2022

Curiosidades 95



A informação majestática terá sido fornecida pela consorte Camilla P. B. Disse ela que teriam sido recolhidos mais de mil ursos de peluche, a maioria dos quais da raça Paddington, dos tributos de homenagem da populaça à falecida. A família real decidiu que os bonecos seriam entregues a instituições da caridade para criancinhas, desprotegidas, sem brinquedos e bonecas.
Pus-me a pensar se os ingénuos, caridosos e comovidos ofertantes teriam pensado que a falecida rainha iria levar os ursos todos, voando, para os céus, com ela!?...

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Curiosidades 94


Que será feito da Greta sueca? E dos portugueses Alexandre, do Salgado, do Bava, e do Rosa? 
Terão passado de moda, os coitados?

domingo, 22 de maio de 2022

Aves, ainda



Se a pomba (branca, normalmente) é muitas vezes usada na liturgia católica, pela sua associação simbólica com o Espírito Santo, os outros animais voadores não gozam de tão alto estatuto, quanto eu saiba.
Havia porém uma excepção curiosa, em França, com os simples pardais. Luís XIII (1601-1648), o Justo, que era também conhecido por Passarinheiro, pelo seu grande afecto às aves, mandou soltar, aquando da sua coroação em Reims, centenas de pardais na catedral, no acto solene.
Esta tradição fez caminho, pelo menos até à coroação de Carlos X, em 1825.

domingo, 8 de maio de 2022

Curiosidades 93



Quando temos ocasião de folhear catálogos antigos de leilões de livros, sobretudo realizados até meados do século XX, ficamos surpreendidos com a riqueza dos acervos de algumas bibliotecas do passado. Mas também acontece, por vezes, a partir dos anos 60/70 do século anterior a este nosso, os lotes em praça em outras almoedas nos decepcionarem pela banalidade dos seus conteúdos. Não assisti ao leilão da biblioteca de  José Blanc de Portugal (1914-2000), promovido pela Dinastia e organizado por Luís Burnay, em 30 de Abril e até 4 de Maio de 2001, cerca de um ano depois da morte do poeta. Mas, como consultei e analisei o catálogo, vou dar uma ideia muito geral do acervo bibliográfico e das temáticas mais representadas nessa biblioteca que, contendo muitos atados, era constituída por 2015 lotes.



Naturalmente, a poesia era predominante e, só em atados, contava com 124 lotes. O poeta mais representado era António Botto com 17 livros. Seguia-se Ruy Cinatti, com 15 obras, 7 delas com dedicatória para Blanc de Portugal; Ruy Belo com 9 volumes, todos dedicados. 8 de Sophia, também.
No leilão, havia dois livros do século XVI, sendo o mais antigo de Terêncio, impresso em Paris, no ano de 1552 (lote 1826). O século XVII contava 5 lotes. A estimativa mais alta de preços pertencia à 1ª edição (1934) de Mensagem, de Fernando Pessoa, lote 1474, que apontava para valores entre Esc. 200.000$ / 300.000$00.
Quanto a temáticas: Música e Ballet estavam representados por mais de 200 lotes; Seguia-se a Etnografia. Livros sobre Ciências Ocultas eram 149. Sobre a China havia 57 lotes, 5 dos quais de poesia.
Estranhei que, neste leilão da biblioteca de José Blanc de Portugal, só houvesse 3 obras de Camilo e que Sá de Miranda não estivesse representado, embora houvesse muitos lotes com obras de Camões.