Nem sempre os nomes e apelidos são felizes. Alguns são ferretes e labéus insólitos que se colam a pessoas, para toda a vida. Há quem, muito justamente, se crisme ou registe em adulto, de outro modo, para escapar a classificações injustas e infamantes, outros...habituam-se. Até dos lugares, vilas ou cidades, há quem se liberte, razoavelmente: os naturais da antiga Porcalhota, transformaram-na na asséptica Amadora, os de Punhete adoptaram o sossegado nome de Constância. Mas se, com os nomes de terras, a resolução do problema é facil, com os nomes e apelidos de família, os casos fiam mais fino.
Atente-se no apelido Futre que significa: bandalho, homem desprezível, sovina. Ou no Cristas que talvez se aplicasse bem a um, ou uma, gerente de aviário; ou até Rosalino, com as suas conotações silvestres e florais, que se poderia aplicar lindamente a um pastor de cabras ou a um jardineiro profissional... Como é que um bebé, uma inocente criança fica logo, desde tenra meninice, marcado por esta irrisão para toda a vida? É, no mínimo, uma injustiça e uma crueldade patronímica.
Além disso, há expressões populares, criadas não se sabe bem como, que desaconselham em absoluto alguns nomes, para baptismo. Lembro-me de três casos, e aqui os deixo para reflexão, a quem goste desses nomes que, sendo ditos, provocam logo sorrisos:
- Isto não é da Joana!
- Ó Barnabé, toca tangos!
- Chamar pelo Gregório.
E haverá mais, decerto...