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sábado, 9 de novembro de 2024

As palavras do dia (57)



"... A esquerda que anda há mais de uma década convencida das suas causas fracturantes, que nos EUA tem consequências práticas, muito mais absurdas do que na Europa, acantonou-se nas elites e perdeu as suas bases sociais, a começar pelos sindicatos. Se lessem Marx, perceberiam que trocar bases sociais por bases intelectuais é derrota certa. ..."

sábado, 9 de março de 2024

As palavras do dia (54)

 
"Na verdade, quem defende esta nova forma de ignorância agressiva e de deslumbramento tecnológico não são os novos ignorantes, mas os antigos ignorantes, a quem as redes sociais dão uma ilusão de igualdade e uma presunção de saber que transporta todos os preconceitos da ignorância com o ressentimento em relação ao saber e ao esforço do saber. São a forma actual do anti-intelectualismo travestido de modernidade, cujos estragos na educação, no jornalismo, na sociedade, na cultura e na política são desvastadores."

J. Pacheco Pereira, in jornal Público de 9/3/2024.

domingo, 20 de novembro de 2022

As palavras de ontem


"A realização do campeonato no Qatar é mais uma das histórias de corrupção em que o futebol abunda, com votos comprados para garantir uma escolha que nunca devia ter sido feita."
(...)
"A corrida para ir ao Qatar de toda a hierarquia do Estado, em nome de «Portugal» por causa da selecção, é mais um sinal de como o futebol tem um estatuto de impunidade cívica."


José Pacheco Pereira (1949), in O veneno cívico do futebol,  jornal Público (19/11/2022).

sábado, 1 de outubro de 2022

As palavras do dia (48)

 
Uma síntese feliz de J. Pacheco Pereira, no jornal Público de hoje, sobre alguns partidos:

"No PS, existe uma herança da direita da troika, na ideologia das "contas certas", o que torna o clamor contra um "PS de extrema-esquerda" um absurdo. Nem sequer o PS é muito socialista, com uma ala esquerda muito próxima do Bloco e uma ala direita que tem colabordo conscientemente com a direita radical.
(...)
O PCP perdeu toda a influência intelectual e o Bloco de Esquerda entretém-se com causas de gueto e vivia da moda mediática, que perdeu para a IL."

terça-feira, 10 de maio de 2022

Memória 142



Por várias razões se justifica que demos destaque a este livro saído recentemente (Maio 2022). (E que, gentilmente, nos foi oferecido.) Até para que a memória não se perca, dos tempos enclausurados.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Citações CDXXXI



O policiamento da linguagem é uma diminuição da nossa liberdade.

J. Pacheco Pereira (1949), in Grande Entrevista (RTP, 13/4/22).


Nota pessoal: aconselho a audição integral (na RTP) desta entrevista que tem, como pano de fundo, a censura em Portugal, feita a propósito da exposição temática actualmente na ex-sede do DN.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Antologia 6



O Eça tem a vantagem de ser dado no ensino secundário, embora eu tenha dúvidas quanto à capacidade de gerações que escrevem e falam de forma gutural e com um vocabulário mínimo entenderem metade das palavras, e que percebam todas as referências a personagens históricas, da mitologia ou da Bíblia, incluindo alunos e professores, pelo menos os da idade do Facebook e do telemóvel "inteligente".

José Pacheco Pereira (1949), in Personalia (pg. 134).

sábado, 21 de agosto de 2021

Últimas aquisições (32)


A ficção não anda com muita sorte, pelas nossas paragens. Embora revisitemos, por vezes, algum romance das estantes, como foi o caso, para nós ambos, de reler passagens de Os Telles de Albergaria (1901), de Carlos Malheiro Dias (1875-1941), prosador português estimável mas, infelizmente, esquecido. Ora, hoje, lá voltamos à nossa livraria predilecta e de lá trouxemos dois livros, de conhecidos historiadores nacionais.



Eu, uma obra de Pacheco Pereira, saída ainda este mês, de que reproduzo a contracapa, e cujo texto dá uma ideia do teor do conteúdo. HMJ optou por um livro de Reis Torgal sobre o século XIX, centrado nas lutas liberais e viradeira posterior. Creio, ou pelo menos espero, que as leituras nos vão agradar.



sábado, 17 de outubro de 2020

As palavras do dia (41)



Não é o cerne da crónica de José Pacheco Pereira (1948), no jornal Público de hoje, que me importa destacar, mas uma sua breve apreciação sobre a vida literária portuguesa actual que me pareceu pertinente e que transcrevo, para uma mais cómoda leitura a quem aprouver. Aqui vai:

Como hoje não há livros maus, porque ninguém diz que eles são maus para não irritar as múltiplas pequenas cortes culturais que dominam o que sobra dos suplementos "culturais" e os vários grupos de pressão associados, fico-me pela sombra do pássaro sobre a pássara.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Caracterizações


Sempre apreciei retratos sucintos, afinados, precisos. Que reproduzissem o modelo com fidelidade. Caracterizações seguras, sugestivas e que, se fossem em palavras, até poderiam ter o seu toque surrealizante ou poético, desde que retocassem melhor a figura ou ajudassem à caricatura real.
Amigo meu, já falecido, era um retratista notável e feroz. Perguntando-lhe eu o que pensava de uma dama que, por sinal, era bem pequena, mas aparentemente muito assertiva, respondeu-me sorridente, de imediato: "É um cavaleiro!"
Há dias, no jornal Público, J. Pacheco Pereira é cirúrgico a caracterizar a índole mais íntima do nosso presente PR (a propósito do segundo mandato presidencial...). Refere ele que Marcelo é um "cínico lúdico." Quem sabe, deve saber.

sábado, 18 de abril de 2020

Recomendado : oitenta e quatro - Eugénio e JPP


Haverá poucas pessoas vivas, hoje em dia, tão habilitadas como José Pacheco Pereira (1949) para falar de Eugénio de Andrade (1923-2005). Pelo menos nos anos 60/70 do século passado, o seu convívio foi frequente e frutuoso. Por isso, tem duplo motivo a minha recomendação: a leitura da crónica do historiador, hoje, no jornal Público; a revisitação da poesia do Poeta, nestes tempos de provação e cuidado.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Conselho amigo


Raramente sou de muitas palavras, até porque acho que todos podemos ser sucintos e essenciais naquilo que queremos dizer... De gorduras, bastam as que vamos adquirindo, inúteis, com a idade. E, depois, alguns raros comentários palavrosos que me chegam ao Arpose, deixam-me, muitas vezes, quase sem resposta.
Mas gostaria de recomendar, vivamente, os 9 minutos iniciais da Circulatura do Quadrado, de ontem (7/11/2019), por toda uma questão de sanidade mental. E pela forma simples e exemplar de expor as questões e de saber pensar - o que, em Portugal, vai sendo cada vez mais raro. Sobretudo, politicamente.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

A grelha


A partir da chegada da televisão a Portugal, a palavra grelha passou a ter um significado mais amplo. Inicialmente ligada à alimentação, começou também a cozinhar programas televisivos. Mas também a servir, nos tempos recentes, para estorricar ou seleccionar aquilo que as direcções querem dar a ver. Ao povo.
Raramente vejo Os Prós e Contras, da RTP. Espreito os participantes e se me agradam assisto ao início, apenas, mas cada vez mais me confrange ouvir a voz empolada e grandiloquente da moderadora. Deste programa, em Outubro (creio), assinalaram-lhe o fim próximo, mas ele lá vai continuando, apesar da pobreza dos temas, que vão escasseando como motivo e razão...
À Quadratura do Círculo, na SIC, sou um pouco mais fiel. Sobretudo porque me agrada ouvir alguns raciocínios inteligentes de Pacheco Pereira sobre a actualidade política. Dispensava, inteiramente, as banalidades sempre previsíveis de Jorge Coelho e os circunlóquios e malabarismos barrocos de Lobo Xavier. O moderador, às vezes, também é inoportuno e demasiado interruptor...
Mas a Quadratura vai acabar a 24/1/19. Por razões da nova grelha - disse a direcção. Em plena floração e juventude dos seus 14 anos - isto faz-se?!..
É a grelha, que se há-de fazer? Mas a TVI prontificou-se a adoptar, pelo menos, Pacheco Pereira. Já só falta um telefonema do PR, a confortar os restantes 3 desempregados da grelha...

domingo, 8 de julho de 2018

Morte assistida


Nunca morri de amores pelo DN. Acomodatício aos regimes e conservador com o poder, teve, no entanto, alguns bons jornalistas. E, nos anos 60, a sua página literária semanal dirigida por Natércia Freire, revelava alguma qualidade, apesar de muito encostada à Direita e às academias dominantes...
Mas não foi sem alguma melancolia que tive notícia da sua desaparição como diário, para surgir apenas semanalmente, ao Domingo. Pacheco Pereira prognosticou-lhe a morte anunciada, com uma prévia e prolongada agonia - previsão que subscrevo também, pelos indícios.
Resolvi, no entanto, dar uma última oportunidade ao velho(-novo) DN, e hoje comprei-o na banca. O jornal é enorme e incómodo de ler, pelo tamanho. Custa 3 euros e traz uma revista (Evasões), mas muito fracotinha. Vários colaboradores e cronistas, de que se aproveitam, na minha modesta opinião, apenas os artigos de Ferreira Fernandes, Soromenho Marques e Fernanda Câncio. E uma entrevista a José Gil, interessante. O resto, é banalérrimo.
De surpresa, apenas a reprodução, em separado, de um cartoon de Stuart Carvalhais, que aproveitei para imagem deste poste. Mas, como era também gigantesco, usei apenas cerca de 1/3 dele...

segunda-feira, 3 de julho de 2017

As palavras do dia (28)


"... E tem razão, Trump é muito mais «moderno» que os seus adversários, característica sobre a qual já escrevi várias vezes e repito. Ele percebeu como ninguém, no exercício do poder político, a enorme ligação entre o populismo e as redes sociais, e como estas podem ser usadas para criar um ecossistema político e social fechado, agressivo, militante, excitado, identitário, que não comunica com o exterior de forma racional, pelo que se torna imune ao saber (a «nova ignorância»), à verdade (daí as fake news, que Trump tenta todos os dias inflectir para os "outros") e à mentira, que ele usa sem qualquer hesitação. ..." 

J. Pacheco Pereira, in jornal Público (3/7/2017).

segunda-feira, 19 de junho de 2017

A solidária culpa


É normal, expectável, pavloviano, demasiado previsível  e humano que, perante uma tragédia, usemos as duas mãos em sentidos bem distintos. Uma, em sinal inequívoco e consternado de solidariedade humana; da outra mão, usamos apenas o dedo indicador, para  acusar com ira.
Numa configuração que parece derivar, em última instância, do pecado original da culpa, e numa tentativa primitiva de a branquear, através da denúncia do Outro, tentando colocar-nos do lado dos inocentes.
Sem tentar criar uma imaginária terceira via, ou absolver-me, eu creio que vale a pena reflectirmos sobre umas palavras singelas, mas certeiras, que J. P. P.  intercalou, hoje, na sua crónica do jornal Público. Assim:
"... A primeira coisa a dizer é que há certas calamidades naturais que não têm controlo. De todo. Não gostamos de admitir isso, porque afecta a nossa noção de superioridade humana sobre a natureza, mas não é assim. De todo. ..." 

( E se tiverem paciência de ler toda esta crónica, Natureza, homem, obra, vida ou morte, repito, paciência, e oportunidade, talvez possam avaliar melhor a tragédia. Com menos emotividade e imediatismo primitivo. Ainda que isso pouco possa adiantar, pela quantidade de vidas ceifadas, em Pedrógão Grande.)

domingo, 14 de maio de 2017

As palavras do dia (27)


"... A ironia da história faz com que o Papa Francisco tenha sido recebido pela multidão com uma palavra de ordem simbólica do 25 de Abril, Francisco, amigo, o povo está contigo."

José Pacheco Pereira, in Fátima de manhã, futebol à tarde e à noite (jornal Público, 14/5/2017).

P.S.: quando J. P. P. escreveu esta crónica, ainda não se sabia quem era o vencedor do Festival da Eurovisão... Pese embora que uma balada não seja Fado, castiça e necessariamente.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Desabafo (20)


Quando, às vezes, vejo alguma "Quadratura do Círculo", na televisão, tal como ontem, vêm-me à lembrança, embora noutro registo, mais ligeiro, os "Gato Fedorento". Porque, para lá de Pacheco Pereira, no primeiro, e de Ricardo Araújo Pereira no outro programa televisivo, os restantes intervenientes ou personagens figurantes estão por lá como mera paisagem, ou naturezas mortas. Quero eu dizer, ou em linguagem chula: são os chamados verbos de encher. Que dizem as mais banalérrimas coisas e não têm uma única ideia original. Nestes casos, mesmo cristianissimamente, falta-me, de todo, a pachorra para os ouvir, a debitar banalidades parvas...

sábado, 31 de dezembro de 2016

As palavras do dia (23)


Um dos maiores riscos para o mundo é ter um presidente dos EUA que governa pelo Twitter como um adolescente, com mensagens curtas, sem argumentação, que, para terem efeito, têm de ser excessivas e taxativas.

José Pacheco Pereira, em crónica "A ascensão da nova ignorância" (Público, de 31/12/16).


Nota pessoal: aconselha-se a leitura integral desta crónica exemplar.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ad usum delphini (6)


Não se pode pensar que, ao escrever num texto ou num verso uma palavra esbelta ou rica de sugestões, como Veneza ou Trieste, por exemplo, o nome de uma de uma praça ou rua turística de Londres ou de Paris (há que evitar a parvónia lusitana, em absoluto!), muito conhecidas, ou mesmo  a displicente inscrição de um autor célebre estrangeiro em moda, esse texto ou verso ganhe mais força ou qualidade intrínseca por essa citação ou referência. Diria que são os antigamente chamados, em círculos ou nichos considerados cultos:  fumos da Índia...
Mas há quem assim o julgue, numa fé absurda de mais valia ou nesta nova ignorância ( Pacheco Pereira dixit) ilustre, e fique fascinado com essa forma muito provinciana de fazer literatura. Ou literatice. (Que em blogues, também se encontra e usa.)
Por aí abundam bastos exemplos.
Cuidem-se!...