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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Destinos


Deve ser bem complicado, para um ser humano, estar privado de exercer a sua actividade artística, durante mais de um terço da sua existência. Mas foi o que aconteceu ao pianista britânico Solomon Cutner (1902-1988) durante os últimos 32 anos da sua existência. Em 1956, ficou paralizado do lado direito e nunca mais voltou a gravar ou exibir-se em público.
Criança prodígio, a linhagem na Música importa sempre e muito. Solomon fez a sua aprendizagem musical com Mathilde Verne que, por sua vez, foi discípula de Clara Schumann. E não é por acaso que o grande pianista é conhecido apenas pelo seu primeiro nome - Solomon. Como Stravinsky ou Karajan são nomeados, normalmente, só pelos seus apelidos.
Considerado um dos grandes intérpretes de Beethoven, Schumann e Chopin, o pianista inglês está hoje, infelizmente, muito esquecido.
É por isso que hoje o venho lembrar.


A hemiplegia que o imobilizou em 1956 interrompeu a gravação que Solomon estava a fazer de uma integral das Sonatas de Beethoven, para a EMI Classics, que ficou incompleta, portanto. E é justo confessar também que, no meio da minha ignorância musical, foi também Solomon que me ajudou a gostar e apreciar a obra de Chopin. E que Brendel ajudou a reforçar com os seus argumentos sólidos e explicativos e muito claros para a minha relativa ignorância.


domingo, 14 de janeiro de 2018

segunda-feira, 13 de junho de 2016

domingo, 27 de outubro de 2013

sábado, 8 de setembro de 2012

Pedigree


É um pormenor talvez insólito, à primeira vista, mas que, para mim, faz todo o sentido. E, assegurando a linhagem, garante a qualidade da Arte. Falo de Música e do facto de quase todas as biografias (ou C. V.) de instrumentistas célebres incluirem o nome de quem os ensinou, ou de quem foram alunos. A excelência do ensino para a continuidade e qualidade da arte. Vianna da Motta honrava-se e referia, com orgulho, ter sido um dos últimos alunos de Franz Liszt. Bem como Claudio Arrau, indirectamente, também o foi, pela intermediação de Martin Krause, que aprendeu de Liszt. Ou Alfred Cortot que acaba por entroncar em Chopin, através de Émile Descombes. Ou Solomon que recebeu de Clara Schumann, através de Mathilde Verne. E ainda (dos poucos que eu sei):
- Alfred Brendel que aperfeiçoou com Edwin Fisher;
- Jacqueline du Pré, que aprendeu com Tortelier e Pablo Casals;
- Nigel Kennedy, que teve lições com Yehudi Menuhin.
Este é o único caso de linhagens que aceito e respeito, porque garantem a qualidade humana na transmissão da Arte. Sangue que não é azul, nem líquido, mas imaterial e muito mais profundo, na sua autenticidade.