Mostrar mensagens com a etiqueta Impressão Régia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Impressão Régia. Mostrar todas as mensagens

sábado, 21 de julho de 2018

Bibliofilia 163


Recentemente adquirido, por 18 euros, este folheto O Novo Janeiro de 1831, de 24 páginas, publicado na Impressão Regia, em 1830, por José Daniel Rodrigues da Costa, é um dos últimos editados em vida do autor que terá falecido em 1832. O seu prefácio põe, no entanto, em dúvida, a indicação de Inocêncio, repetida a partir daí por vários publicistas, que dá Rodrigues Costa como tendo nascido, nas imediações de Leiria, a 31 de Outubro de 1757. No antelóquio, escrito em 1830, José Daniel refere: Desde a idade de dezeseis annos me avezei, não com vaidade, mas com amor ás Bellas Letras, a compor, e a imprimir; acho-me hoje com os meus setenta e quatro... Fazendo fé nesta sua afirmação, ele teria nascido no ano de 1756. E não em 1757, como Inocêncio escreveu.

Como já por aqui referi, no Blogue, a propósito de outras publicações de José Daniel Rodrigues da Costa, que são muitas, a sua obra não é erudita, nem de grande cultura, mas é divertida e irreverente, sendo muito popular, na época. Por outro lado, dá-nos uma visão viva dos costumes lisboetas de então, usando com frequência expressões populares e um vocabulário rico, algum do qual, hoje, raramente é usado, ou caiu mesmo em desuso.
Durante a leitura do folheto, fui tomando nota das palavras que não conhecia e, depois fui procurar-lhes o significado, nos dicionários que tinha à mão. Das 6 que anotei, apenas 1 não consegui esclarecê-la. Aqui as compartilho, com quem visitar o Arpose:

pg. 11 - côvo = cesto comprido de vime usado na pesca.
pg. 12 - martinetes = espécie de martelão movido a água ou vapor empregado nas indústrias mecânicas; martelo de piano.
pg. 13 - atafaes = o que cobre a retranca das cavalgaduras.
pg. 15 - giribanda = termo popular para designar descompustura, reprimenda.
pg. 20 - bovinete = (foram infrutíferas as minhas tentativas para saber o significado desta palavra).
pg. 23 - alicantina = astúcia, manha, trapaça, velhacaria.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bibliofilia 47 : "Ulyssea, ou Lisboa Edificada"


Gabriel Pereira de Castro (1571-1632), autor desta "Ulyssea, ou Lisboa Edificada", nasceu em Braga e foi Doutor em Cânones. A primeira edição do poema foi já póstuma, e foi publicada pelo irmão do Autor. Almeida Garrett, no seu "Bosquejo da História da Poesia e Língua Portuguesa", não poupa a qualidade menor da obra, e chama-lhe: "quixótica e sesquipedal" (excessivamente grande). É realmente um poema extenso (10 cantos), de leitura morosa e cansativa, embora o verso seja corredio. A edição miniatura, que se apresenta, é a 5ª (na sequência de Inocêncio, III, 109), muito embora a Tipografia Rollandiana tenha publicado outra, no mesmo ano (1827). Esta, da Impressão Régia, encontra-se em bom estado de conservação embora, no trabalho de encadernação, lhe tenham colado muito rente a folha do frontispício. O voluminho custou-me, em 1991, Esc. 2.000$00, em Lisboa. Recentemente, a Livraria Luís Burnay, no seu Boletim Bibliográfico 50 (de Maio de 2011) tinha um exemplar (lote 110) igual ao meu, também encadernado, mas com "pequeníssimos picos de traça na lombada e pasta superior", que vendia por 48,00 euros.