Nos últimos dias, inesperadamente, tivemos na varanda a Leste uma invasão de formigas gigantes, ao contrário das habituais, que costumam ser minúsculas e pouco frequentes. Talvez a falta de água tenha provocado esta insólita migração. Uma desceu, há pouco, do limeiro, e parecia com pressa...
Todo o horizonte está, porém, quieto, e apenas alguns cães, ao longe, com os seus latidos perturbam a vontade silenciosa do entardecer.
Já se recolheram as poucas aves da tarde, e uma aragem suave se levantou, talvez do Norte, para agitar, ao de leve, as folhas tenras da oliveira, na varanda.
Luzes vão despontando para a sua obrigação nocturna, aqui e ali. Como dantes, mais bruxuleantes, apareciam pela colina descendente de S. Roque, perto da Penha.
De súbito na rua (?) ouço uma voz rouca de mulher, praguejando.
Será chuva? Será vento?
É altura de eu recolher ao interior. Arrumo as coisas e apago a luz, na varanda a Leste, que a minha vocação é de paz - pelo menos, por hoje.