Sempre foi homem de excessos e de feitio arrebatado, este António da Fonseca Soares (1631-1682), poeta barroco, filho de um português e de uma irlandesa, que, na Guerra da Restauração e no Brasil, para onde fugiu por ter matado um semelhante, era conhecido por Capitão Bonina (talvez por fazer versos). Viria mais tarde a recolher-se ao Convento de Varatojo, por volta de 1632, tendo professado sob o nome de Fr. António das Chagas. Extensa obra, muitos inéditos manuscritos.
Eram carismáticos e impressivos, porém, os seus sermões fidelizando as almas dos seus ouvintes. E utilizando uma panóplia de efeitos que o Padre António Vieira (1608-1697) refere em carta para o diplomata Duarte Ribeiro de Macedo (1618-1680), deste modo:
"... e hoje se chama Frei António das Chagas. Haverá dois ou três anos começou a pregar apostolicamente, exortando à penitência, mas com cerimónias não usadas dos Apóstolos, como mostrar do púlpito uma caveira, tocar uma campainha, tirar muitas vezes um Cristo, dar-se bofetadas, e outras demonstrações semelhantes, com as quais, e com a opinião de santo, leva após si toda Lisboa. ..."