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terça-feira, 10 de junho de 2025

Curiosidades 112

 

Em imagem, dois livros estrangeiros que vieram de longe e que têm em comum o facto de eu nunca os ter lido completamente. Acompanham-me desde 1963. Se a obra de teatro de Brecht (1898-1956) me foi oferecida, o calhamaço (1.600 páginas) do historiador e jornalista Shirer (1904-1993) comprei-o em Paris, em Setembro desse ano, por 11,35 francos  franceses. Julgo que ainda é considerado um clássico para a história do nazismo.
Por várias razões subjectivas tenho-os em particular estima.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Últimas aquisições (50)

 

Foram os dois últimos livros comprados em 2023, escolhidos por mim, mas que me foram oferecidos depois (obrigado, HMJ!). De dois escritores consagrados e reconhecidos - Karl Kraus (1874-1936) e Albert Camus (1913-1960). Que eu já não tenho grande curiosidade nem muito tempo para ler escritores  desconhecidos, ainda que muito publicitados pelas costureiras influencers dos blogues pagos e municiados pelas editoras manhosas.


Para que conste e fique registado, o último livro que acabei de ler, em 2023, foi um policial (Vampiro, nº 619). De Nicolas Freeling (1927-2003), escritor inglês, de escrita quase sempre bastante desarrumada e frágil trama policial, mas cujas obras são de leitura rica em sugestões culturais e quase sempre animada e agradável. Ligeira, embora.









quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Do que fui lendo por aí... 62



Tenho vindo a ler, paulatinamente, um grosso volume de Estudos em homenagem a Jorge Borges de Macedo (I.N.I.C., 1992), composto por mais de 30 trabalhos, sobretudo de História, de professores universitários. De conteúdos diversificados, alguns muito interessantes, eu destacaria uma pequena nota (13), inserta na página 104, do trabalho O domínio e o senhorio no couto de Alcobaça do professor Pedro Gomes Barbosa (1951), que nos informa, na prática, que a agricultura e a pecuária se podem congraçar com a impressão de livros... Vou, então, transcrever a referida nota de pé de página:

" Um documento sobremaneira importante é a carta de doação, infelizmente não datada (mas que pelo tipo de escrita pode ser colocada entre os finais do século XII e os primeiros anos do seguinte), que Fernando Anes faz ao mosteiro de Alcobaça e pela qual lhe doa uma granja em Cós, que ele próprio tinha mandado fazer, e com ela três vacas com o seu touro, seis bois, quatro porcas com três crias e o seu berrão, e duzentas e vinte e seis ovelhas, sendo o lucro da exploração dessa granja destinado exclusivamente à feitura de livros (CR, Al., m. 22, nº 24)."

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Dos livros inacessíveis



A exclusão começa, habitualmente, pelas estantes mais altas, enquanto ainda flectimos os joelhos com alguma facilidade, para chegarmos às prateleiras mais rentes ao chão. As de cima acabam por ser sacrificadas porque exigem alguns peparativos e a presença de um escadote para lá chegar, além de algum equilíbrio físico pessoal.
Como a parede, do lado esquerdo superior do escritório, se inicia cronologicamente, e pela prosa, os autores menos acessíveis e sacrificados à releitura acabam por vir a ser D. Duarte, Gil Vicente, Francisco Manuel de Melo, Frei Pantaleão de Aveiro... Escapa, felizmente, Fernão Lopes, dado que a História se encontra noutra zona da casa, no corredor.
Não há dúvida que os escritores das estantes intermédias acabam por ser os mais afortunados e frequentados...

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Últimas aquisições (40)



Os escaparates de exposição destes livros, editados pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, não são famosos, nem práticos, no interior do supermercado. Obrigam a malabarismos para ler as lombadas e ver se os temas nos interessam. Por outro lado - e isto é um aviso! -, com a ganância dos coleccionadores de marcadores de livros, muitos deles já foram surripiados dos voluminhos. Há que verificar livro a livro.
Mas os assuntos são normalmente bem abordados e por quem sabe, e o preço é módico: 3,15 euros. Hoje, trouxe da média superfície o nº 97 dos Ensaios, sobre As Plantas... (em imagem acima), do biólogo Luís Mendonça de Carvalho, livrinho editado em 2019. Espero vir a gostar de o ler. E de aprender alguma coisa.

domingo, 8 de maio de 2022

Curiosidades 93



Quando temos ocasião de folhear catálogos antigos de leilões de livros, sobretudo realizados até meados do século XX, ficamos surpreendidos com a riqueza dos acervos de algumas bibliotecas do passado. Mas também acontece, por vezes, a partir dos anos 60/70 do século anterior a este nosso, os lotes em praça em outras almoedas nos decepcionarem pela banalidade dos seus conteúdos. Não assisti ao leilão da biblioteca de  José Blanc de Portugal (1914-2000), promovido pela Dinastia e organizado por Luís Burnay, em 30 de Abril e até 4 de Maio de 2001, cerca de um ano depois da morte do poeta. Mas, como consultei e analisei o catálogo, vou dar uma ideia muito geral do acervo bibliográfico e das temáticas mais representadas nessa biblioteca que, contendo muitos atados, era constituída por 2015 lotes.



Naturalmente, a poesia era predominante e, só em atados, contava com 124 lotes. O poeta mais representado era António Botto com 17 livros. Seguia-se Ruy Cinatti, com 15 obras, 7 delas com dedicatória para Blanc de Portugal; Ruy Belo com 9 volumes, todos dedicados. 8 de Sophia, também.
No leilão, havia dois livros do século XVI, sendo o mais antigo de Terêncio, impresso em Paris, no ano de 1552 (lote 1826). O século XVII contava 5 lotes. A estimativa mais alta de preços pertencia à 1ª edição (1934) de Mensagem, de Fernando Pessoa, lote 1474, que apontava para valores entre Esc. 200.000$ / 300.000$00.
Quanto a temáticas: Música e Ballet estavam representados por mais de 200 lotes; Seguia-se a Etnografia. Livros sobre Ciências Ocultas eram 149. Sobre a China havia 57 lotes, 5 dos quais de poesia.
Estranhei que, neste leilão da biblioteca de José Blanc de Portugal, só houvesse 3 obras de Camilo e que Sá de Miranda não estivesse representado, embora houvesse muitos lotes com obras de Camões.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Últimas aquisições (37)



Os livrinhos têm quase todos um ar simpático, um grafismo cuidado e de bom gosto. Além disso, os temas abordados não são vulgares, antes singulares. São tratados de modo muito próprio pelos autores e os pequenos volumes têm um preço tentador: 3,15 euros. Um aliciante para os fãs que coleccionem marcadores: cada obra possui um (tipo postal) alusivo ao assunto tratado no texto.
Remato, da última vez que fui ao sítio do costume, arrebanhei estes 3 (capas em imagem) e trouxe-os comigo. Não me arrependi, até agora.



quarta-feira, 2 de março de 2022

Cultura popular e restauro


O mínimo que se pode dizer desta enorme (mais de 196 pequenos volumes) colecção Bibliotheca do Povo e das Escolas é que era uma publicação muito bem intencionada. Criada e orientada por Xavier da Cunha (1840-1920), médico e intelectual, que foi director da BNP (1902-1911), o objectivo destes livrinhos era contribuir para a ilustração e cultura da população portuguesa (e brasileira). Custando 50 réis cada obra, que era escrita por especialistas na matéria temática.

Tenho apenas 2 títulos: História Natural dos Peixes (nº 70) e Arcaísmos (nº197). E dada a fragilidade do papel utilizado nos exemplares, HMJ tem andado a restaurá-los de forma a protegê-los melhor e para que possam durar mais tempo e em condições até de leitura. É o caso do primeiro da imagem, que já tem uma encadernação apropriada e muito condigna.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Circunstâncias



Em última análise, os livros valem pelo que nos trazem ou pelo prazer que nos dão (ou deram) a ler. Este aparentemente desvalioso livrinho La Casa de Lúculo, de Julio Camba (1884-1962), talentoso gastrónomo galego, controverso acrata e franquista, comprei-o na rua do Alecrim, há cerca de 12 anos. Estava naquilo a que o meu amigo H. N. chamava, por graça, salgadeira, ou seja, a prateleira rente ao chão, onde o Bernardo Trindade punha os livros com preços mais baratos: de 1 ou 2 euros. E deu-me um enorme prazer ao lê-lo.
Pertencera, pelos sinais existentes, ao advogado conimbricense Octaviano Carmo e Sá, que o estimou devidamente e até lhe colou um ex-libris. E eu não tive senão que lhe seguir o exemplo. Não para sublinhar o valor do livro, mas para testemunhar a estima em que o tenho, felizmente, na minha biblioteca.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Duplicações



Houve um tempo em que eu me gabava de nunca comprar livros repetidos; ou de bisar filmes sem que por vontade expressa de os rever. Esse tempo definitivamente já passou e, de vez em quando, acabo por comprar um livro que já tinha, sendo que, muitas vezes, nem dou pelo erro de imediato. Recentemente, ao rearrumar as obras de Georges Simenon (1903-1989) dei pela duplicação das duas obras em imagem, acima. Por curiosidade, posso lembrar que Claude Chabrol, em 1982, realizou um filme (Les Fantômes du Chapelier), baseado neste conto da colecção Mosaico, e que tinha por actor principal Charles Aznavour. Um bom filme, aliás, como os críticos cinematográficos reconheceram, na altura.

sábado, 21 de agosto de 2021

Últimas aquisições (32)


A ficção não anda com muita sorte, pelas nossas paragens. Embora revisitemos, por vezes, algum romance das estantes, como foi o caso, para nós ambos, de reler passagens de Os Telles de Albergaria (1901), de Carlos Malheiro Dias (1875-1941), prosador português estimável mas, infelizmente, esquecido. Ora, hoje, lá voltamos à nossa livraria predilecta e de lá trouxemos dois livros, de conhecidos historiadores nacionais.



Eu, uma obra de Pacheco Pereira, saída ainda este mês, de que reproduzo a contracapa, e cujo texto dá uma ideia do teor do conteúdo. HMJ optou por um livro de Reis Torgal sobre o século XIX, centrado nas lutas liberais e viradeira posterior. Creio, ou pelo menos espero, que as leituras nos vão agradar.



quinta-feira, 18 de março de 2021

Recomendado : oitenta e nove



Limitados no tempo, pelas suas mortes, os meus dois interlocutores e ensaístas mais respeitados, E. M. Cioran (1911-1995) e George Steiner (1929-2020), resta-me apenas recolher os despojos ou acolher para leitura os seus textos inéditos (para mim), que vão aparecendo nas editoras. O mais recente foi este Quatro Entrevistas com George Steiner (VS Editor, 2020) feitas pelo persa Ramin Jahanbegloo (1956). 

Que recomendo vivamente. 



quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Últimas aquisições (30)

 


No local próprio foram estas, literalmente, as últimas aquisições (com mais um livro de Unamuno e outro sobre os marechais, em francês, do tempo de Napoleão Bonaparte), que fiz, ontem, na rua do Alecrim, nº 44. Bernardo Trindade fechou as portas da sua singular loja de alfarrabista. As razões não será necessário explicá-las. A legislação sobre as rendas, de uma antiga ministra abonecada, foi só o começo...
Durante cerca de 40 anos, primeiro com o pai (Tarcísio Trindade, alcobacense ilustre) à frente do negócio, e nos últimos anos com o filho dirigindo a loja, o local era um sítio de eleição e, muitas vezes, de encantamento para mim. Uma boa parte dos melhores e mais interessantes livros da minha biblioteca foi lá adquirida e a preços justos.
Ao Bernardo Trindade, o meu abraço cordial de amiga solidariedade.







quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Em contraciclo


É de bom tom, tradicionalmente, jornais, revistas e pessoas fazerem, pelo fim do ano, o balanço dos livros ou melhores obras que leram, no decurso do ano que passou. Eu, porém, tenho uma pedra no sapato: há uma série de livros, altamente considerados pelos cânones literários que eu nunca consegui ler até ao fim, ou que abandonei ao principio da leitura - penitencio-me, embora, nalguns casos tenha tentado várias vezes, ao longo da vida, acabar de os ler.

Para minha vergonha (!), aqui vai, por ordem alfabética de apelidos dos escritores, a lista infamante:

1. A., Rúben - A Torre de Barbela.

2. Broch, Hermann - A Morte de Vergílio.

3. Céline, Louis-Ferdinand - Viagem ao fim da Noite.

4. Döblin, Alfred - Berlim Alexanderplatz.

5. Figueiredo, Tomaz de - Dom Tanas de Barbatanas.

6. Joyce, James - Ulisses.

7. Mann, Thomas - José do Egipto.

8. Musil, Robert - Um Homem sem Qualidades.

9. Pasternak, Boris - O Doutor Jivago.

10. Proust, Marcel - À Procura do Tempo Perdido.

11. Régio, José - A Velha Casa.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Últimas aquisições (29)


O custo foi mínimo, 6 euros pelos dois livros usados, mas em bom estado. Embora os tenha já comprado há dias, mal lhes toquei e folheei. A obra do Pe. Manuel Antunes (1918-1985) é, com certeza, um valor seguro; espero, entretanto, que o livro sobre Guimarães Rosa (1993, Brotéria) tenha algum interesse e me traga novidades. 

sábado, 31 de outubro de 2020

Desabafo (59)

Entre o bíblico Livro de Job e a ignorância cultural da corrente dominante, há o descuido inábil de perder o precioso tempo - imperdoável quando já se tem uma certa idade - com leituras menores ou autores de fraca qualidade, normalmente os mais publicitados pelas editoras venais e de vão de escada.

Grande parte dos críticos literários vendidos e das costureiras dos blogues ditos literários, abundantes na net, come à custa deste trabalho mesquinho e dos leitores-compradores, sem qualquer espírito crítico, que se abastecem, indiscriminadamente, dos tijolos desta construção civil. E que vai ajudando à compra dos Mercedes-Benz dos patrões.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Ideias fixas 59


Ciclicamente, há os revivalismos para pacóvios ler. Com intuitos mercantis.
Nos últimos dias (15?) saíram dois livros com o nome Auschwitz escarrapachado no título.
Não me digam que não se trata de um oportunismo nojento e torpe, por parte de autores e editoras!?

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

À volta de um simples livro


O livro, que encontrei no meu alfarrabista de referência, estava muito manuseado e via-se que tinha sido útil. Era de um escritor que eu tinha em consideração, natural de Barcelona: Fernando Díaz-Plaja (1918-2012). O título (da Alianza Editorial, 1972) prometia - El Español y los Siete Pecados Capitales. Sendo que o preço era muito acessível. Comprei-o, pois.



Vim a saber, surpreendido, que, em 6 anos, a obra tivera 15 edições e vendera, no interim, 120.000 exemplares. Em suma, fora um sucesso editorial.
Agradado, na página de guarda, encontrei ainda um ex-libris de um nome meu conhecido, mas só em casa é que localizei a personagem. Joaquim de Moura Relvas (1898-1982), licenciado em Medicina, era o presidente de câmara da Lusa Atenas, quando por lá andei, no início dos anos 60.



E cá vou eu, embalado na leitura agradável da obra, já na página 89, do primeiro capítulo - Soberbia

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Últimas aquisições (24)


Volto a insistir nos garantidos: W. G. Sebald (1944-2001) e Luis Sepúlveda (1949-20020), embora este último, numa parceria com Carlo Petrini.
Se Vertigo, em versão inglesa, encomendado para Köln, me chegou já há alguns dias, o outro livro adquiri-o, directamente, na Livraria Escriba, da Cova da Piedade, no final da semana passada.
Tenho boas expectativas nas leituras dos dois livros.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

A sorte dos livros


Há livros que, após um sucesso retumbante, se apagam para sempre na obscuridade e no esquecimento. Não terá sido o caso de La Peste, de Albert Camus (1913-1960), que ainda é hoje um dos top-ten da Gallimard, a seguir a Le Petit Prince, de Antoine de Saint-Exupéry e de L'Étranger, do mesmo Camus.
Publicado em 1947, La Peste vendeu 22.000 exemplares na primeira semana e 100.000 até ao final desse ano. E embora a crítica literária não lhe tenha sido muito favorável, bem como o autor que o considerava um livro falhado, o público leitor excedeu as expectativas de compras, na época.
Integrada na Colecção Miniatura (nº 55), com capa de Bernardo Marques, a obra foi editada, em Portugal, em finais dos anos 50, e reeditada recentemente. E embora só obliquamente o tema se possa associar à peste bubónica ou a uma pandemia, dado que o texto é uma metáfora sobre o nazismo, a Itália e a França, países europeus mais atingidos pelo Covid-19, apressaram-se também a reimprimir  o livro...
Assim ressurgiu A Peste.