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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Filatelia CXLVI


Muitas vezes, a ganância ultrapassa o sentido da conveniência. E vê-se, ostensivamente.
Os correios, ao menos os portugueses, com a perspectiva desmedida dos lucros, perderam o sentido da proporção, no que diz respeito à filatelia. Claro que isto resulta de terem à frente da instituição pessoas cuja ignorância sobre a especialidade é grande, a rusticidade é robusta e a cultura geral é nenhuma. Talvez percebam alguma coisa de economia, mas de uma forma muito enviezada e canhestra quanto ao assunto.
Ao permitirem que qualquer particular pudesse criar selos, desde que pagasse, com fotografias do próprio, de familiares ou até de amigos, prolongaram até ao infinito o número de selos possíveis do país. Em teoria, perante esta enormidade, acabaram com as colecções de selos, no seu sentido clássico, pela infinidade possível de emissões a existirem... Qualquer filatelista que se preze, deixaria de juntar selos portugueses, a partir daqui.




O pequeno álbum de selos que se apresenta acima, em imagem, data de 1931, e o seu anterior proprietário, inglês, dava pelo nome de John Willi, e tê-lo-á adquirido, ou foi-lhe oferecido, pelo Natal desse ano. O filatelista teria chegado a ter 919 selos. Este bonito álbum, editado pela Stanley Gibbons, que era e é, ainda hoje, talvez a maior casa filatélica do mundo, tinha 200 páginas com casas para colar selos, em parte, de todos os países do mundo. Nesta altura, e para se ver, já a nossa tendência para o excesso ou incontinência era grande: Portugal já tinha emitido 542 selos. Enquanto a Inglaterra, sempre comedida e pragmática, pusera em circulação, até ao Natal de 1931, apenas 438 estampilhas. E a parcimoniosa e poupada Holanda calvinista contava 248 - pelos vistos, chegavam-lhe para as necessidades postais e para os seus coleccionadores de selos.
Por cá, como se vê, já era um fartar vilanagem!...