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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Duchamp, Manguel e o Louvre


"...É por causa do autoritarismo manifesto da arquitectura do Louvre que Duchamp, nos seus dias finais, dizia que há mais de vinte anos não mais lá tinha entrado, porque as suas colecções eram arbitrárias e arbitrário, também, o valor que se lhes atribuia; que todo o tipo de quadros poderiam substituir aqueles que se acolhiam nas suas paredes veneráveis e que ele não queria, com a sua presença, caucionar a validade dessa escolha oficial. ..."

Alberto Manguel, in Oeufs de dragon et plumes de phénix.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Curiosidades 28 : o original e a cópia


Da profusa iconografia cartesiana, grande parte das representações do filósofo René Descartes (1596-1650) derivam do retrato, de autor desconhecido, que pertence ao acervo do Louvre. A tela terá sido adquirida por Luís XVI aos duques de Orleães, no século XVIII. Bem acabado e perfeito, o retrato de Descartes, no entanto, terá sido feito, entre 1650 e 1700, sobre um original de Frans Hals (1580-1666), pintado em 1649, e que, por doação de 1922, integra a pinacoteca da National Gallery of Denmark (Copenhaga).  O original é, porventura mais "rústico", mas decerto será mais natural.
Em imagem, as duas telas ficam a encimar o poste, para cotejo visual.

sábado, 18 de maio de 2013

Os pequenos museus


A apreensão ou capacidade atenta para admirar obras-primas é, humanamente, limitada. Em tempo e na fruição do prazer estético. E a memória desses encontros de fascínio, se numerosos em sincronia, transforma-se - para usar palavras de E. M. Cioran - num "assassinato por entusiasmo". Daí que eu tenha uma preferência acentuada pelos museus de pequena dimensão espacial.
Visitar, como eu visitei, em 1963, o Museu do Louvre, em passo de corrida, em pouco mais de 4 horas, é um exercício que não recomendo a ninguém. Embora tenha passado quase 20 minutos à volta da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Mesmo o Prado, cuja qualidade estética geral é inferior, terá que ser visitado faseadamente, no tempo, para se apreciar devidamente.
Por isso, neste Dia Mundial dos Museus, eu gostaria de relembrar, uma vez mais, o discreto e maneirinho Museu Mayer van der Bergh, em Antuérpia. Com um acervo equilibrado e homogéneo, fruto do gosto pessoal de Fritz Mayer van der Bergh (1858-1901), cuja mãe, após a morte prematura do filho, fez instalar em casa própria construida para o efeito, e de raiz.
E faço esse exercício de admiração e recordação, através da imagem do quadro de Juan de Flandres (1465?-1519?) intitulado "A vingança de Herodíades", pintado por volta de 1496. E que integra o Museu.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Arte islâmica no Louvre

A notícia vem em "Le Nouvel Observateur" de 13 de Setembro de 2012: o Museu do Louvre inaugurou uma nova ala, inteiramente dedicada à Arte Islâmica, no dia 18 de Setembro. A decisão foi tomada em 2003, ainda na Presidência de Chirac, tendo a construção do espaço demorado cerca de 8 anos a completar. São mais de 3.000 peças, algumas de incalculável raridade e beleza que, por motivos de falta de espaço, nunca foram mostradas ao público. De livros a objectos de culto religioso, de armas a espelhos e cofres pequenos, de peças em jade (imagem) até cristal de rocha, o conjunto é um dos maiores e melhores acervos do mundo, neste tema. Para quem possa, a não perder.

domingo, 9 de setembro de 2012

As escolhas de Proust


Na página 73 de "Como Proust pode mudar a sua vida" (livro de que falei recentemente), de Alain de Botton, vem referida uma resposta do romancista francês, a um inquérito que lhe fizeram, sobre as suas 8 pinturas preferidas, no Museu do Louvre. Para a época, parece-me uma escolha que denota um gosto de cariz conservador.
A resposta é, também, hesitante e, muito embora haja uma opção por 6 pintores, já a escolha das obras é algo vacilante. Mas aqui vão as escolhas de Marcel Proust:
1.  De Watteau, "L'Indifferant" ou "L'Embarquement";
2. Três quadros de Chardin: um auto-retrato, o retrato de sua mulher e "Nature Morte";
3. "Olympia" de Manet;
4. Um Renoir, ou talvez "La Barque du Dante" ou "La Cathédrale de Chartres", de Corot;
5. "Le Printemps" de Millet.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nicolas Poussin



Porque se volta atrás? Quase sempre por uma ilusão que persiste. Ou para acabar, de vez, com ela. Ao que dizem, Cézanne admirava o classicismo de Nicolas Poussin, que nasceu a 15 de Junho de 1594, em França, mas trabalhou grande parte da sua vida em Roma, onde veio a morrer, no ano de 1665. Por sua vez, Poussin tinha em grande estima as obras de Rafael e Giorgione. Todas estas referências e admirações enobrecem e qualificam quem as teve.
Um dos quadros mais conhecidos de Nicolas Poussin, em imagem, intitula-se "Os Pastores da Arcádia", e encontra-se no Museu do Louvre, tendo sido pintado entre 1638 e 1639. A obra coloca algumas questões. Primeiro, a inscrição "Et in Arcadia Ego", que os pastores parece tentarem decifrar. Depois, a melancolia da paisagem, talvez de Outono (da vida?), acentuada no lado direito. Finalmente, o próprio e antigo sarcófago romano que é o centro objectivo da pintura. Mas que também poderia ser um túmulo merovíngio ou visigodo, que a própria Wikipedia refere ter sido encontrado, depois da morte de Poussin, em Rennes-le-Château. Tudo questões que só o Pintor poderia esclarecer. Mas não o fez. Deve ter querido deixar alguns mistérios por resolver, para quem viesse a ver o quadro, no futuro.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Mona Lisas


Ao já extenso historial associado à Mona Lisa, pintura considerada por muitos a obra prima de Leonardo da Vinci, vem agora juntar-se mais um episódio curioso. Era sabido de alguns que o Museu do Prado continha, nas suas reservas, uma cópia do famoso quadro, cujo original se encontra no Louvre. Mas era considerada uma imitação banal e posterior. Mas The Art Newspaper deu a notícia que, a partir de ontem, foi difundida por outras publicações, da sua existência, informando que é contemporânea do original e terá sido pintada por um dos discípulos do Mestre: Andrea Salai ou Francesco Melzi. Após restauro que recuperou a obra, foi descoberta uma paisagem de fundo com o característico sfumato de Da Vinci, embora as cores da cópia sejam mais claras do que as do original. A madeira sobre que foram pintadas as obras, é também a mesma: nogueira. Esta cópia do Prado fará parte da exposição Leonardo's Last Masterpiece: The Sainte Anne, que terá lugar no Museu do Louvre, de 29 de Março a 25 de Junho de 2012.