"Existem poemas em que o poeta tenta a sua sorte; outros onde o poeta a prolonga. Raros são os poemas de sorte. Eles correm da mão como o ectoplasma da boca de um medium. O poeta, adormecido de um olho, vai controlando a descida.
Assim nascem as mandrágoras: estátuas das profundezas. Reunir este tipo de poemas, por vezes rebarbativos, cortá-los, consolidá-los, obriga a uma tarefa ingrata; porque o público gosta de reconhecer, o conhecimento fatiga-o e raramente ele aprova o que o poema traz de novo."
Nota: este pequeno prefácio de Jean Cocteau, antecede uma escolha de poemas feita por Henri Parisot e Pierre Seghers, que integra o volume 4 da colecção "Poètes d'aujourd'hui", dedicada ao artista francês.