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quinta-feira, 7 de março de 2024

Para MR,

 


estas anémonas, de Raoul Dufy, que virtualmente lhe endereçamos, para alindar o seu aniversário, com os nossos parabéns afectuosos!

terça-feira, 2 de abril de 2019

Sensibilidades


Em recente questionário-entrevista, a um semanário, o musicólogo Rui Vieira Nery (1957), à pergunta : "Um músico pode não ser um artista?", respondeu: "Um verdadeiro músico é sempre, por definição, um artista. Mas depois, claro, há os outros..."
Se o exercício profissional de uma actividade pressupõe alguma coisa de mecânico e automático,  rotineiro enfim, impessoal e neutro, até determinada altura, na minha vida, eu imaginava que os cultores de algumas funções artísticas eram dotados de uma especial sensibilidade.
Até que um dia, questionei o meu amigo António - que fora compagnon de route de uma orquestra do Norte - sobre a especial sensibilidade dos músicos. Respondeu-me, mais ou menos, assim: Não te iludas, uma boa parte são uns burgessos!...
Na verdade, eu tinha-me esquecido da forma como Fellini os vira e tratara em "Ensaio da orquestra" (1978)...

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Clonagem operática


Não sendo o Arpose uma delegação do I. N. E., posso dar-me ao luxo de não me dar ao rigor escrupuloso do tipo de exercício e trabalho daquela instituição nacional de reputado crédito. Podendo assim permitir-me a algumas considerações que pecam, talvez, pela sua relatividade e serão, eventualmente, excessivas na sua generalização.
Dito isto, abordemos o caso da utilização de vídeos de música erudita, nos Blogues que a privilegiam.
As correntes dominantes não serão muitas, nem diversificadas. E menos ainda se focarmos, apenas, as árias de óperas, registadas pelos administradores e colaboradores, quando os blogues são colectivos. Iremos deparar com uma cacofonia estereotipada. E, nalguns casos, em que o administrador é mais distraído ou desleixado, as árias até se repetem: 2, 3 e 4 vezes, ao longo do mesmo blogue...
Aceito de bom grado que o Arpose possa não ser excluído, em absoluto, desta clonagem tanta vez verificada por aí. E arrisco, com a tal relatividade de que falava acima, que os compositores mais repetidos, por esses blogues além, sejam, sem dúvida, Giacomo Puccini (1858-1924), logo seguido por Gaetano Donizetti (1797-1848). Não saberei, no entanto, explicar a razão desta multiplicação de lugares comuns. Talvez um limitado conhecimento musical, preguiça ou um contágio estereotipado de gosto.
Passando à prática, vou enumerar 9 (das dez canónicas, deixando 1 em desafio, às visitas, por preencher) árias de ópera, que mais aparecem e se repetem, nos blogues. Não refiro os intérpretes, por variarem, às vezes. Cito apenas, os compositores, a ária e a ópera, sem preocupação de progressão ou ordem de grandeza, na enumeração. Uso a ordem alfabética do apelido dos autores-músicos.
Aqui vão as 9  mais:

1. Vincenzo Bellini - Casta Diva - Norma.
2. Georges Bizet - Habanera - Carmen.
3. Gaetano Donizetti - Una furtiva lacrima - L'elisir d'amore.
4. Ruggero Leoncavallo - Vesti la giubba (Ridi pagliaci) - Pagliaci.
5. Wolfgang A. Mozart - Papageno - A Flauta Mágica.
6. Giacomo Puccini - E lucevan le stelle - Tosca.
7. Giacomo Puccini - Nessun dorma! - Turandot.
8. Giacomo Puccini - Vissi d'Arte - Tosca.
9. Gioacchino Rossini - Cavatina de Figaro (La, la, la...) - O barbeiro de Sevilha.


(Não querem arriscar mais 1?!...)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Para a explicação da obra


"Encontrei o essencial da minha pintura através do passeio e da procura; é isso que dá à minha obra este ar de divagação que me podem criticar, mas eu sempre preferi o estudo e a análise ao estabelecimento e à exploração de uma fórmula. (...) A história em si não conta, o que importa é a forma de a contar."

Raoul Dufy

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pinacoteca Pessoal 83 : Raoul Dufy (2)


Acabado, hoje, o livro sobre Dufy (1877-1953), que é um estudo bem interessante, de Jacques Lassaigne, sobre a obra e figura do Pintor francês, havia que deixar um sinal. Escolhi uma das pinturas que mais me agradou e que pertence à última fase dos trabalhos de Dufy. Não é a única tela dedicada à Música, arte que o Pintor muito prezava, não viesse ele próprio de uma família que a praticava, com fervor. Mas esta "Homenagem a Mozart" é a maravilha com que me despeço esta noite.

Lembrete 21


Memorando para disciplinar as leituras:

Manhã - "Guerra e Paz" (Inquérito, 1957), de Leão Tolstoi.
Tarde - "Dufy" (Skira, 1954), de Jacques Lassaigne.
Fim da tarde e noite - "Categorias e outras paisagens" (Afrontamento, 2013), de Fernando Echevarría.

domingo, 17 de agosto de 2014

Os azúis de Dufy


Ainda mais do que Matisse, Raoul Dufy (1877-1953) tem o condão de me convocar para o ar livre, ou lembrar férias à beira-mar. Até porque, nas telas deste Pintor, o azul tem, quase sempre, um lugar preponderante.

com agradecimentos renovados a H. N. .

Nota: perdoe-se, no texto de Lassaigne, do lado direito da imagem, uma citação inconsequente de clamorosa inexactidão, que passo a traduzir - "...René Jean observou que nas suas tapeçarias, o velho pintor português Nuño Gonçalvez, dava da mesma maneira as ondas banhando a costa africana."
Quem será este ignorante pseudo-erudito do René Jean?
Será que não haverá, por aqui, uma grande confusão com Jean Lurçat, que era francês?

domingo, 20 de abril de 2014

Arte e estados de alma


Dizia Pessoa que a metafísica era uma consequência de estar mal disposto; e eu acrescentaria que uma forte constipação em nada contribui para o optimismo humano.
Que tom, ou atmosfera, ressuma das grandes obras de arte? Não, decerto, o da felicidade, embora por vezes o ver e o ler, por um certo mimetismo de experiências, tenham quase o sabor grato do encontro, onde, se não há alegria, ao menos se pode respirar e retirar tranquilidade, num equilíbrio paralelo de entendimento entre os humanos.
Quando saturado de leituras, faço uma pausa, é quase sempre por Simenon que recomeço. E, tirando dois ou três romances, os seus livros têm habitualmente um pano de fundo sombrio, um determinismo fatal, donde raras personagens se libertam. Mas, para mim, estas leituras funcionam como um antídoto - libertam as minhas defesas naturais. Tal como as reflexões pessimistas de Cioran.
Nem a poesia é a arte da alegria. A menos, que de versinhos se trate, ou quadras populares postas a circular por almas cândidas e leves. Mas tenho de conceder que há pinturas que me fazem feliz: algum Dufy, Renoir, Matisse... Da claridade da escrita de Yourcenar à ingenuidade sem culpa de algumas personagens de Guimarães Rosa - quanto à prosa - há que ir por aí...

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

2 greguerías musicais


1. Quando o violoncelista se prepara para tocar parece que vai fazer cócegas ao mundo pelo Equador.
2. Os anjos da guarda dos músicos deviam passar-lhes as folhas da partitura.

Ramón Gómez de la Serna (1888-1963).

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Uns livrinhos de Arte


Os livros de temática sobre Arte sempre foram caros, sobretudo pelas reproduções de quadros que, muitas vezes, contém. No entanto, o interesse que despertam é, ao que parece, momentâneo e efémero, pelo menos, lá fora. Quer na Inglaterra, quer na Alemanha, 2 ou 3 anos, depois de terem saído, entram em saldo, com rebaixas substanciais sobre o preço inicial. Eu próprio, que já fui um entusiasta por esta temática, sobretudo na minha juventude, costumo dizer, hoje, em tom de brincadeira que: são livros para ver, uma vez por ano...
Mas quando era novo cobiçava-os muito e o orçamento não dava para extravagâncias deste género. Por isso, me lembro que, numas férias (Natal? Páscoa?), tendo sido afortunado, no jogo de poker com os amigos, apliquei a quase totalidade dos ganhos em 2 livrinhos sobre a pintura de Modigliani, com várias reproduções de quadros do pintor italiano. Deixo-os em imagem, a encimar o poste.
Os outros dois livros, um pouco maiores (sobre Botticelli e Dufy), já os comprei mais tarde. E, hoje em dia, não é muito frequente comprar livros desta temática.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pinacoteca Pessoal 56 : Dufy


O pai de Raoul Dufy (1877-1957), embora comerciante de profissão, tocava orgão, nos seus tempos livres e, pelo menos, um dos seus irmãos foi organista. Daí que a música tenha tido grande importância na sua formação cultural e, até mesmo, na sua pintura. A elegância, que eu chamaria aérea, de muitas das suas obras, leva-me a pensar em Mozart, numa correspondência sinestésica e musical.
O quadro em imagem, "Le violon rouge", pintado em 1948, integra o acervo do Museu Nacional de Arte Moderna, em Paris. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As férias


Se em Julho e Setembro era um tempo de água doce - piscina e rio, respectivamente -, em Agosto era o mar, que eu começava a ver da estrada, lá ao longe, cerca de 15 minutos antes de chegar, para ficar um mês inteiro.
De início, nas areias, pelo tom de pele se distinguiam os que já lá estavam há mais tempo: o bronzeado quase negro. E a brancura que trazíamos do interior desejava, envergonhada e rapidamente, passar despercebida, até se transformar no moreno-litoral.
Apesar do calor, havia uma leveza no ar de Agosto, que não era da nortada, mas que podia bem ser da liberdade e aventura que se materializava nos corpos semi-nus e no salgado das ondas. É, também, essa leveza aérea que eu vejo em muitos dos quadros de Dufy.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Favoritos XXIII : Raoul Dufy


Raoul Dufy nasceu a 3 de Junho de 1877 e veio a falecer em 1953. Está, de algum modo, ligado ao "Fauvisme" pelas suas cores vibrantes que sublinham traços muito leves e elegantes. Pinta ou representa nas suas telas o bem-estar, a alegria e o ócio burgueses. Nestes tempos incertos é salutar que lembremos esse encontro com a vida, talvez um pouco juvenil e aéreo dos seus quadros.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Apollinaire, Raoul Dufy, D. Pedro e o Dromedário


Os temas de origem portuguesa são raros na iconografia e literatura estrangeira. Destacam-se Pedro e Inês (Claudel), o terramoto de Lisboa, as "Cartas Portuguesas" de Mariana Alcoforado, e pouco mais. Menos conhecido, há um poema de Apollinaire, "Le Dromadaire", ilustrado por Dufy para "Le Bestiaire ou Cortege d'Orphée" que, apesar de algumas imprecisões, merece ser lembrado:


"Avec ses quatre dromadaires
Don Pedro de Alfaroubeira
Courut le monde et l'admira.
Il fit ce que je voudrais faire
Si j'avais quatre dromadaires."

P.S.: com agradecimentos a H.N..