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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Título do dia


Não posso crer!? Privatizações, ou quase? Mundo às avessas, como Camões glosou?
Será um presente filantropo dos empresários aos trabalhadores, em vésperas do 1º de Maio?
Não me ocorre senão citar Fernando Assis Pacheco (1937-1995): Não posso/ com tanta ironia.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Para a iconografia do 1º de Maio


Será difícil, se quisermos abordar a temática do Dia do Trabalhador, prescindirmos dos pragmáticos e eficazes cartazes de propaganda soviéticos, alusivos a este dia e executados para o efeito, nos primeiros tempos do regime comunista. Apologéticos, engajados, não deixavam de ter uma certa beleza militante.

Tivemos uma imitação serôdia, por cá, depois do 25 de Abril, com os majestosos murais do MRPP, hoje, praticamente todos desaparecidos e, infelizmente, substituídos por pinchagens indigentes que alguns ignorantes logo apelidam de arte urbana...
Como curiosidade anoto que não me lembro de nenhuma pintura ou ilustração norte-americana que celebre esta data. Muito embora em Chicago, no ano de 1886, o 1º de Maio tenha sido sangrento.
Teremos de ir mais abaixo, na América, até ao México e convocarmos Diego Rivera (1886-1957) e os seus esplêndidos murais em homenagem ao trabalho operário e ao Dia do Trabalhador.


terça-feira, 1 de maio de 2018

Há quarenta e quatro anos...


A memória é um bem terrível, sobretudo se for competente e isenta.
Hoje, na prática, que não em legislação e teoria, não sei se as condições dos jovens trabalhadores serão mais favoráveis do que em 1974.
Nesta mesma data, há 44 anos, em Lisboa encontrar uma loja aberta era como procurar uma agulha num palheiro. Supermercados, mercearias, cafés e restaurantes, tudo estava fechado. E muitos trabalhadores celebravam o seu dia, na rua, alegremente.
Eu e um amigo, ao fim da tarde, esfomeados, procurávamos, em vão, algum sítio, para comer o que quer que fosse, antes de entrarmos no Tivoli, para a sessão da noite. Nada. E mesmo na bilheteira só conseguimos o favor e lugar numa frisa, entre desconhecidos, que também deviam estar com fome. Pela forma como nos olharam a ver abrir - tirando o papel de celofane - duas sandes ressessas e dessaboridas, que tinhamos conseguido comprar no pequeno bar do Teatro. Milagrosamente.
O filme que vimos era "A Golpada" (The Sting), que estreara há menos de uma semana. Com Robert Redford, Paul Newman e Robert Shaw, nos protagonistas.
O título da película parece-me profético, hoje, e apropriado para os tratos de polé que tem levado a legislação laboral nestes últimos anos, em Portugal. Pelo menos, na sua aplicação prática, por parte de muitas empresas. E posso assegurar que, hoje, em Lisboa havia muitas mais lojas abertas do que em 1974...


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Algumas notas soltas para um fim de tarde


Ameníssimo fim de tarde, apenas quebrado pela soada macia das teclas vibrando (Chick Corea) e pelas velozes andorinhas que quebram ao longe no horizonte, de negro, o róseo beira-rio a tender para o acinzentado que antecede a noite.
Quantos anos foram precisos, quantas mortes, desde Chicago, para que o 1º de Maio se celebrasse, alegre e livremente, neste nosso mundo de desigualdades. E, entretanto, pelas notícias, terão morrido 3 pessoas, no mar da Nazaré e da Caparica, hoje...
Para este fim de tarde prefiro, no entanto, e pelas cores, lembrar-me, só intimamente, de algumas aguarelas de Turner, e dispensar, de todo, qualquer imagem neste poste. Que só iriam distrair-me de olhar as águas e as primeiras luzes que se começam a acender no Seixal, num conúbio afectuoso com a primeira noite de Maio.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Para final do dia, e em jeito de inventário


Muito honestamente, sem pretender branquear o passado, se eu comparar o dia de hoje com o mesmo dia, aqui há 40 anos (1/5/73), sob o consulado do Presidente-marinheiro e de Marcelo Caetano, tenho de dizer que, tirando a falta de liberdade de expressão e manifestação, e a existência da polícia política (DGS), havia mais respeito pelos direitos constitucionais (mais restritivos, embora) dos cidadãos. E havia, sobretudo, mais esperança em dias melhores.
Hoje, com o cacique rural de Boliqueime, em Belém, e o Coelho de Massamá, em S. Bento, tendo à volta a mediocridade quase geral de amanuenses burocratas, o futuro não oferece nem garantias nos direitos constitucionais, nem esperança. Não trocava de Tempo, mas estamos, francamente, pior, pela experiência dos tempos por que passei. E tenho que, humilde e melancolicamente, o confessar. Há que dar uma volta a isto, seja como for. 

domingo, 1 de maio de 2011

Primeiro de Maio, precário




Houve um tempo, e não vai há muito, que eu considerava que, para ajuizar da justeza e interesse profissional de um trabalhador, para a mais valia de uma empresa, através da legislação laboral em vigor para os contractos, 18 meses de experiência e análise crítica, não eram demais. Eram, apenas, o minimamente suficiente. Sei, hoje, que os trabalhadores precários e a recibo verde, em Portugal, são mais de 20% da força trabalhadora, quase todos jovens, a maior parte dos quais, do Estado: é uma hipocrisia monstruosa! Como posso aceitar que este estado de coisas provenha de um governo socialista, em princípio, solidário e de esquerda?


Mas, depois, há os outros precários... Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, que deu a cara, honradamente, e o sono tranquilo, para fazer face às agências de ratos, às bocas foleiras, ao egoismo cego da UE, às oposições populistas e demagógicas, à irresponsabilidade dos outros, com manifesta hombridade e atitude sincera, foi, pura e simplesmente, abandonado pelo PS, como um leão moribundo ao escoicear dos asnos. Não fossem hoje as palavras justas de Manuel Alegre, com o desassombro equilibrado que lhe é peculiar, e eu teria descrido, em absoluto, da Esquerda portuguesa ( no meio desta esquerda europeia de celulóide e gelatina), para sempre.


Viva o 1º de Maio!