quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Um poema de C. Cavafy (1863-1933), traduzido


Desejos

Como belos corpos possuídos pela morte em plena juventude,
que hoje jazem, sob lágrimas, em mausoleus esplêndidos,
coroados de rosas e, a seus pés, jasmins -
assim aqueles desejos de uma hora
que nunca foram cumpridos; e os que nunca gozaram
o prazer de uma noite, pela manhã radiante celebrado.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Recomendado : oitenta e dois


São 15 as páginas do dossiê que Le Magazine Litteraire, de Novembro, dedica a Montaigne (1533-1592). Curiosamente, a menos que eu não desse por isso, a revista literária francesa não fala de nenhum dos 2 Nobel atribuídos ainda há muito pouco tempo. 
Xenofobia ou prudência? 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Citações CDXIX


É, de há muito, um axioma meu dizer que as pequenas coisas são infinitamente as mais importantes.

Arthur Conan Doyle (1859-1930), in A Case of Identity.

Schumann / Shapira

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Noites passadas


Numa das últimas vezes que passei pela Praça da Alegria vi, com desconsolo, que o velho Fontória tinha cedido o lugar a um qualquer boteco, desses descaracterizados que pululam por Lisboa, a modernista metrópole que se foi vergando, com a ajuda do seu mayor-minor, às exigências do mercantil turismo low cost, de sandálias plásticas e de trotinetes abandonadas por aí.
É certo que já o tinha conhecido ( ao Fontória) bastante decadente, por dentro, com balzaquianas espanholas que, convidadas para as mesas, se encarregavam, ciclicamente fingindo descuido, de verter e deixar cair para o chão copos e garrafas de whisky, para um maior consumo... No início desses anos 70, a boate, conservava a pátina dos anos 40/50. E era castiça pela singularidade. Nova, relativamente, mas com refegos, era uma stripper de Oeiras, que lá fazia o seu trabalho dançante todas as noites, acompanhada por uma vetusta orquestra pródiga em paso-dobles sul-americanos. Revivia-se um passado, por lá, imaginando.


No lado esquerdo, (para quem descia), da Avenida da Liberdade, havia concorrência mais fina. A Cova da Onça e O Hipopótamo, no final da A. A. de Aguiar, ombreavam e pareciam ainda recentes, tinham mais raça e distinção. Não havia porém variedades, mas apenas música ambiente para dançar e umas vistosas vitrines iluminadas, com peluches e bijuteria barata para oferecer às meninas em transumância que por lá passavam. Como quase tudo, o interior humano era nómada e estacionava apenas um pouco nesses apeadeiros de diversão soft.
O último já fechou, há anos, mas a Cova da Onça creio que continua a funcionar na Avenida da Liberdade, apropriadamente...


Ainda me lembro de O Caco, já desaparecido também, creio que na Barata Salgueiro, mais pequeno, modesto, cosy, onde o whisky era mais barato e serviam graciosamente, aos clientes fidelizados e com garrafa assinalada, uns salgados miniatura, ainda mornos e bons, pouco depois da meia-noite. Recinto em que a Cubana, de formas opulentas, reinava e fazia jus em mostrar aos incréus o seu passaporte de nacionalidade revolucionária.
Depois, havia ainda o Nina, ao Chiado, que era mais fino e só lá entrei uma vez. Hoje, é restaurante...
Outros tempos.

domingo, 27 de outubro de 2019

Uma fotografia, de vez em quando... (133)


Holandesa e judia, a fotógrafa Emmy Andriesse (1914-1953) teve vida breve e atribulada.
No período da II Grande Guerra foi obrigada a exercer clandestinamente a sua profissão e, muitas vezes, sob pseudónimo, ocultando as suas origens.


Os seus modelos, nesse período, frequentemente, eram crianças, algumas delas famélicas, que viviam em Amesterdão. No final da guerra dedicou-se a fotografias de Moda e, antes de morrer de cancro, conseguiu ainda fazer exposições que deram a conhecer a qualidade da sua obra.


sábado, 26 de outubro de 2019

Em tempo


Amanhã de madrugada o tempo volta para trás: às duas horas, o relógio deve atrasar-se uma hora. Sempre são mais 60 minutos de sono, para quem goste de dormir...

Visée / Nordberg

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Osmose 111


Claro que posso dizer: vivo há 45 anos em Lisboa. Mas é falso ou, pelo menos, não é exacto. Quantos dias que, somados, fariam anos, passei por outras terras portuguesas, para além dos muito mais de 17 anos que vivi em Guimarães? E pela vizinha Espanha, por onde me iniciei em tenra meninice, devo ter, bem à vontade, aí 2 meses de permanência, feitas as contas de somar. Pouco mais ou pouco menos, deve seguir-se a Bélgica, que ultrapassa largamente Paris de França onde me aboletei cerca de uma semana, bem cara por sinal, aos preços da época. De Luxemburgo foi apenas um vol d'oiseau, menos ainda do que as horas que passei na e pela Holanda.
Europeu ocidental de alma e coração, e sem desejo doutras pátrias de afeição, restam-me Londres, Kew Gardens e Greenwich, por onde andei cerca de mês e meio, em seis anos distintos. Inglaterra, portanto. E, finalmente, a Alemanha, ocidental claro, que me acolheu bem perto de dois anos espaçados, por entre 1963 e 2018 - campeã das minhas permanências estrangeiras.
Se usasse de ufania, bem poderia dizer que tive a alma em pedaços pela Europa repartida, como do Mundo se gabava o nosso Vate maior...

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Últimas aquisições (19)


Costumo dizer que os livros de arte têm pouca utilidade e uso: quando muito, folheiam-se uma vez por ano, e ficam repousados todo o resto do tempo, nas estantes, a apanhar pó...
Mas uma coisa é o que eu digo e outra o que faço. De longe a longe, também incorro no pecado de os comprar. Como foi o caso, recentemente.


Dizem, e eu acredito, que é na ilha da Madeira, mais concretamente no Funchal, que se encontra o maior acervo português de arte flamenga. Ao que parece, os madeirenses mandavam açúcar para os Países Baixos e, em troca, recebiam pintura. 
Como não era previsível, tão cedo, eu ir visitar o Museu de Arte Sacra do Funchal, comprei o livro.


Sobre o Património Português, e no que diz respeito à reabilitação de Guimarães, é o outro volume adquirido. Ambos os livros, além de estudos especializados, são abundantes em cuidada iconografia.
Dei por eles 30 euros. Atendendo à qualidade e ao estado das obras foi um preço justo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Tempos


O tempo consegue dar a volta a muita coisa. É notória a transformação que se verifica, por exemplo, nos anúncios publicitários. O que era sério, ou para ser levado a sério, há 80 anos, hoje provoca-nos um sorriso, pelos meios cândidos e ingénuos, usados nessa altura. Como neste anúncio às meias Kalio... 

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Divagações 154


Há autores com que nos cruzámos por um feliz acaso (Karl Kraus), escritores que, amigavelmente, nos indicaram (Guimarães Rosa), certeiros, outros ainda que vieram ter connosco, como se fossem de família, emigrantes de longes terras (W. G. Sebald).
Nem será pelo estilo, sardónico demais em Kraus, trabalhoso de descodificar, muitas vezes, em Rosa, plácido de territórios nas páginas calmas de Sebald, mas alguma coisa, em todos eles, me aproxima e atrai, intimamente. A começar, pelo modo de sentir ou de reflectir.
Que na leitura acompanho, paralelamente.

Nota pessoal: considero A Descrição da Infelicidade como o mais ambicioso e difícil de leitura, dos 7 livros que já li de W. G. Sebald. Aqui fica a nota preventiva...

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Philip Glass / Godfrey Reggio



Esta música de Philip Glass, com duração de cerca de 8 minutos, foi concebida para acompanhar o filme de Godfrey Reggio que regista a demolição do bairro Pruitt Igoe, na década de 70. O bairro social norte-americano, já muito degradado, fora construído sob planta do arquitecto Minoru Yamasaki (1912-1986), entre 1954 e 1955. O arquitecto foi também quem projectou as torres do World Trade Center.
Pelos vistos, as suas obras tinham propensão para serem deitadas abaixo...

Regionalismos dos Arguinas (4)


Abundante em pedra, a zona geográfica em redor de Oliveira do Hospital produziu, naturalmente, bons pedreiros e canteiros que, por sua vez, desenvolveram um linguajar castiço e próprio que, usado no seu dia a dia, os colocava ao abrigo de estranhos, criando-lhes uma intimidade corporativa e fraterna. 
Conhecidos como Arguinas estes artífices de Santa Ovaia e Nogueira do Cravo, os seus regionalismos foram coligidos e postos em livro (existem, pelo menos, 3 edições) pelo jurista Francisco Correia das Neves, pela primeira vez, em 1958. Desse opúsculo seleccionamos, hoje, os termos regionais começados por g. Como se seguem:

1. Galropiar - falar, dizer.
2. Gâmbias (ou jambarotas) - pernas.
3. Gandiço - comida, refeição.
4. Gavins - escudos (moedas).
5. Gazulo - cachorro, cão pequeno.
6. Ginjal - cemitério.
7. Grodão - sopa, caldo.
8. Grumeia - casa, obra, construção urbana.
9. Guichoilo - pequeno, baixo.

domingo, 20 de outubro de 2019

Bibliofilia 141


Polémica para a época, esta Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica foi publicada, em Novembro de 1965, por Fernando Ribeiro de Mello (1941-1992), sob a chancela da editora Afrodite, com prefácio, selecção e notas de Natália Correia (1923-1993) e ilustrada por Cruzeiro Seixas (1920). A obra acabou apreendida pela Censura estadonovista e os responsáveis da edição foram julgados em tribunal. Até vir a ser reeditado, o livro saía normalmente caro em leilões, por haver poucos exemplares "sobreviventes"...

O meu exemplar comprei-o em finais dos anos 80 por Esc. 2.800$00 e tem uma dedicatória do editor Ribeiro de Mello (para Fernanda Botelho?).
Num leilão de José Manuel Rodrigues, em 1993, foi vendido outro exemplar (lote 260) por Esc. 8.500$00. Em Julho de 2006, o Boletim Bibliográfico de Luís Burnay incluía a mesma obra, brochada, sob o lote 32, ao preço de 68 euros.
Presentemente, exemplares desta primeira edição, de 1965, vendem-se bastante mais baratos.

sábado, 19 de outubro de 2019

Rossini / Bartoli

Mercearias Finas 150


Mal me daria a pensar escolher e aprovar uma caldeirada, com todos os matadores, que não fosse em zona marítima ou próxima de águas salgadas. Póvoa, Cacilhas, Trafaria, na minha memória gustativa, honraram bem o compromisso. A que se junta, galhardamente, Santarém por excepção, em dias recentes, que, de águas, é só doces e fluviais por Tejo perto, lá ao fundo, abaixo do planalto nobre e citadino.
Aponte-se no canhenho gastronómico a Taberna do Quinzena, na rua Pedro Santarém, da dita cuja cidade ribatejana. Pela sua soberba caldeirada bem apaladada, a que se seguiu um tenro cabritinho de forno e mama, com arroz de miúdos e batatinhas muito bem assadas. À sobremesa uma pêra bêbada de feição e, para HMJ, um leite-creme.
De fundo, cartazes e cenário tauromáquico, com velhas glórias das arenas lusas.
A tudo fez companhia, e bem, um Casal da Coelheira, branco, com Verdelho e Arinto, boníssimo e suave. Havemos de voltar...

Do diário de E. M. Cioran (1911-1995)


1 de Junho de 1958

Com vinte anos, eu tinha um desejo insaciável de glória; - já não o tenho agora. E sem ele como proceder? Não me resta senão a consolação dum pensamento íntimo e ineficaz.

Cahiers / 1957-1972 (Gallimard, 1977).

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Maria vai com as outras...


Quem melhor do que a terra natal para acarinhar e lembrar os seus filhos dilectos?
Aqui há uns bons anos comprei e li, pela edição primeira, A Alma Nova (1874), livro de versos mais importante do jornalista e estimável poeta escalabitano Guilherme de Azevedo, que foi participante da notável Geração de 70, portuguesa.
Recentemente, e da passagem pela Biblioteca Pública de Santarém, trouxe dois pequenos catálogos (em imagem) de exposições que se fizeram para celebrar o Poeta. Sobre a data da morte de Guilherme de Azevedo não há margem para dúvidas ou fantasias: foi em Paris, a 6 de Abril de 1882.
Quanto à data de nascimento, terá sido, em Santarém, a 30 de Novembro de 1840. A Wikipédia, no entanto, resolveu envelhecer o poeta um ano, e pô-lo a nascer em 1839...
E logo, copiadores eméritos, a Infopédia, o Citador e, pior ainda, o Projecto Vercial (da Universidade do Minho!?...) repetiram o erro, sem se preocuparem em certificar as fontes, com o rigor que se impunha.
E é assim que uma mentira muitas vezes repetida, às vezes, se transforma numa falsa verdade.

Lembrete 70


Já saiu o número 7, do Outono. O dossier temático é sobre os animais, mas creio que a revista Electra não tem parceria nem patrocínio de nenhum partido político, por muito que possa parecer...

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Brahms / Rubinstein

Retro (106)


O anúncio publicitário data de Julho de 1940, ingénuo na forma e conteúdo. E se é duvidoso que os sapatos  de  "A Portugal" ainda durem, é certo e seguro que a fábrica terá ficado pelo caminho... 

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Citações CDXVIII


Sabemos que é da natureza do génio fornecer aos idiotas algumas ideias, para 20 anos mais tarde.

Louis Aragon (1897-1982), in Treatise on Style (1928).

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Uma louvável iniciativa 55


Em boa hora o jornal Público tem vindo a publicar, às Terça-feiras e ultimamente, edições fac-similadas das impressões originais de obras de alguns escritores médicos portugueses. Hoje, acompanhando o jornal referido, saiu A Barba em Portugal (1925), de J. Leite de Vasconcellos (1858-1941). A obra é um estudo etnográfico muito interessante e ilustrado.
Na próxima semana (22/10/19) sairá O País das Uvas, de Fialho de Almeida, também ao preço módico de 6,90 euros. Aqui fica o lembrete, para quem queira aproveitar esta feliz iniciativa.

Minimalistas


Algures no Alentejo. E matinalmente.


Franz Liszt / Nelson Freire

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Memória 133


A imagem reproduz, da Revista Vértice (nº 450/1, 1982), e do volume em homenagem ao escritor Carlos de Oliveira (1921-1981), a folha do livro de curso de licenciatura (Histórico-Filosóficas) concluída em Coimbra, no ano de 1947, e correspondente ao poeta. E em que colaboraram alguns dos seus ilustres amigos e confrades da escrita.


domingo, 13 de outubro de 2019

Desabafo (50)


O que se fartaram de falar na net, aplaudindo muito, aqui há 2 anos, quando o Nobel da Literatura foi dado ao cantautor norte-americano, que até, malcriadamente, usou uma senhora para ir receber o cheque do prémio a Estocolmo!...
Agora, que é o 2 em 1, na net, quase ninguém fala de Peter Handke (1942) e da senhora Olga Tokarczuk (1962). Que diferença! Será que nenhum deles sabe cantar? Ou será que a iliteracia está a alastrar e tem vindo a tomar conta da net?

sábado, 12 de outubro de 2019

Osmose 110


Um discurso luxuriante deixa-me normalmente sem palavras. A retórica funciona, para mim, como uma espécie de vacina, sem me dar febre, porém. E lembro-me, comovido, dum administrativo das ex-colónias, com discursos pernósticos, empolados no tom de voz e muito compridos no tempo de declamação, a quem chamavam por graça, aplicada e justamente: "o garganta do Império".

Bartók / Altinoglu / Szüks

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Pinacoteca Pessoal 156


Filho natural de Carlos V e de uma jovem flamenga, de nome Barbara Blomberg, D. Juan de Áustria (1545-1578) era, por isso, meio-irmão de Filipe II de Espanha. Foi considerado herói e o grande vencedor da batalha de Lepanto (7/10/1571), ocorrida sete anos antes da sua morte, pela peste. O seu magnífico túmulo, que se conserva no Escorial (Panteão de Infantes), foi executado em mármore de Carrara por Giuseppe Galleotti, sob desenho e modelo de Ponciano Ponzano.


Do pintor espanhol Juan Pantoja de la Cruz (1708-1778) existe também um bom retrato de D. Juan de Áustria, que, para cotejo de semelhança também, aqui, se reproduz.


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Do que fui lendo por aí... 32


Por mero acaso, tornaram-se-me contíguas as leituras de W. G. Sebald (História Natural da Destruição, Quetzal) e de Julio Cortázar (Histórias de Cronópios e de Famas, Editorial Estampa). Ora, nada mais oposto pela extremidade de temas, registo e tom.
Entre o realismo dramático de Sebald (1944-2001) e o lúdico surrealismo de Cortázar (1914-1984) vão mundos. Talvez os que separam a adolescência descomprometida e ligeira, do amadurecimento responsável e comprometido. 
É evidente que estou mais próximo do escritor alemão.


Comic Relief (152)



agradecimentos a H. N..

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Glenn Gould (1932-1982)

Um CD por mês (6)


Eu creio que Glenn Gould (1932-1982), como pianista, nunca me seduziu inteiramente. Mas também quem sou eu, tão ignorante em coisas musicais, para desmerecer a qualidade de grande executante que tantos atribuem ao profissional canadiano, apesar de o suporem bipolar e o acharem extravagante. Avancemos.

Eu creio que foi à volta de 1990 que eu comprei, no supermercado da Bayer, em Leverkusen, este duplo CD da Sony Classical, por 29,90 marcos alemães, com gravações de obras de Bach, Beethoven, Liszt e outros, executadas por Glenn Gould.
Talvez para tirar teimas, ou para me convencer.
De algum modo, ajudou, sem dúvida...

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Fórmula 1


Na Net há coisas extraordinárias... e muitos cibernautas sobredotados.
Ontem, por exemplo, um brasileiro paulistano-turbo, provavelmente amante de poesia japonesa, veio ao Arpose consultar haiku, e encontrou 14. Generosa e fulminantemente, leu-os em 54 segundos. E foi-se à vida...

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Citações CDXVII


Não há nada que seja um bloco único neste mundo, tudo é um mosaico.

Honoré de Balzac (1799-1850).

domingo, 6 de outubro de 2019

Os matrecos


Voto desde 1969, há 50 anos, portanto. Apenas falhei umas Europeias, por estar doente e acamado.
Estou à vontade, por isso, para me insurgir com a enormidade percentual (44/49%) da abstenção nestas eleições portuguesas legislativas de hoje. Com 21 opções possíveis, estas criaturas que não votam não podem ser tratadas com delicadeza, mas como marginais da vida pública. Autênticos matrecos, ou na feliz expressão de alguém, que eu conheci: gentinha que anda na vida por ver andar os outros.
Embora eu não advogue o voto obrigatório, como na Bélgica, estas criaturas só me merecem desprezo.

Revivalismo Ligeiro CCXL

sábado, 5 de outubro de 2019

Apontamento 126: Achados


Curiosamente, foi numa feira dedicada ao livro, na Rua Anchieta, em Lisboa, que encontrei a caixinha reproduzida acima.

Encantei-me tanto com a embalagem como com o conteúdo. Já não se aplicará no objecto inicialmente previsto, mas estes pequenos botões fazem falta em qualquer caixa de costura.

Nas blusas e camisas deve ficar "chique a valer", como se dizia, em tempos, aqui pela zona do Chiado. Pena é que se tenham de substituir os botões todos anteriores para ficar tudo igualzinho.

Bom Domingo !

Post de HMJ

Produtos Nacionais 26


Nunca será demais louvar a qualidade das bananas madeirenses. Embora mais pequenas, normalmente, do que as suas congéneres sul-americanas, as da Ilha da Madeira têm outro aroma e sabor incomparável.
Algo ingénuo, nos termos, embora fundamentado cientificamente, este anúncio é de Julho de 1940 e apareceu numa publicação conimbricence ( O Ponney ) editada para difundir as festas locais da Rainha Santa Isabel.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Uma fotografia, de vez em quando... (132)


Nascido em Munique e de ascendência judaica, o fotógrafo Eric Schaal (1905-1994), naturalizou-se norte-americano em 1944. Trabalhou para as revistas Time e Life, mantendo porém a sua residência maioritariamente em Paris.

Cenas de interior de cafés, onde fotografou Woody Guthrie actuando, ou do Café Sacher, em Viena, em 1961, de que registou a singular atmosfera, são das suas fotografias mais conhecidas. Bem como significativos retratos de Dali, Zweig, Stravinsky...


Não esquecendo magníficos instantâneos dos poetas Robert Frost e Ezra Pound.