quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Uma fotografia, de vez em quando... (178)



Depois de frequentar várias profissões, o francês Serge Assier (1946), aos 28 anos enveredou  pela fotografia, vindo a integrar a agência Gamma, e executando diversos trabalhos para jornais e revistas.  




Acontecimentos mundanos são fixados pela sua máquina fotográfica, cobrindo com frequência aspectos pitorescos do Festival de Cannes. A relação com René Char (1907-1988) permitiu-lhe algumas fotos icónicas do poeta, nos anos 80.



Os caridosos, deliciosos eufemismos do jornal Público

 
Ora, citemos:

"Estamos neste lugar frágil e incerto em que já nada parece aguentar-se, nem o centro nem o topo da pirâmide. Ver Marcelo..."

David Pontes, pg. 10 do editorial do jornal Público de 6/12/2023.


"Politólogos defendem que o Presidente criou «ruído» e que o inquérito pode transformar-se numa «saliência negativa»."

Ana Bacelar Begonha, pg. 14.


terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Contribuições

 
Parece que houve um rombo de cerca de dois milhões de euros nos gastos do SNS. E também parece que duas gémeas e o nosso inefável e angelical PR mais o seu filho, do Brasil, ajudaram a este despesismo extravagante...
Os dois últimos bem poderiam ter recorrido ao privado, e solicitado uma ajuda da sra. Jonet, para o caso.

A caminho de ser máxima

 

Para uma boa amizade é sempre vantajoso criar o lastro comum de algumas aventuras no passado.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Erik Satie (1866-1925) : sonatina

Bibliofilia 209


São já hoje muito raros os leilões de livros, ao vivo, mas apenas online vão acontecendo, organizados por antigas casas leiloeiras. Eu próprio há muito que já não os frequento, mas tenho lembrado aquele a que primeiro assisti, organizado pelo antiquário-alfarrabista Arnaldo Henriques de Oliveira (leilão nº 320) em Maio-Junho de 1976, que pôs em praça a biblioteca do Coronel António da Cunha Osório Pedroso. Dos que licitei, foram-me atribuídos 9 lotes, entre eles a primeira edição (Porto, 1885) encadernada de A Velhice do Padre Eterno (lote 4724), de Guerra Junqueiro, que me custou Esc. 126$50.



Do leiloeiro lisboeta refere, e bem, o jornalista e bibliófilo Raul Rêgo (1913-2002) que AHO "vendeu até hoje, com certeza, só em almoedas, para cima de meio milhão de livros." Deste curioso prefácio que antecede o catálogo nº 200 abrangendo a biblioteca (3884 lotes) de José Rodrigues Simões, e em que acamarada com Gustavo de Matos Sequeira, não resisto a citar mais um pouco de Raul Rêgo:
"...Neste nosso meio cultural e livreiro em que os grandes êxitos são os livros de capa azul para serem lidos por meninas de olheiras românticas, ou os livros policiais de segunda categoria; em que os escaparates dos livreiros medem pela mesma bitola as colecções para entreter umas horas de caminho de ferro, o livro de divulgação científica e o in-fólio erudito e documental da Academia de História;..."
Não estaremos hoje, proporcionalmente, pior?

domingo, 3 de dezembro de 2023

Divagações 191


Eu creio que quase todos temos preferências e prioridades. Critérios e códigos, alguns de conduta, definidos e hierarquizados, até para melhor arrumar os trastes em casa, e na cabeça. Mas há coisas que me parecem incompatíveis. O rigor dos factos e a fantasia da imaginação, por exemplo. A uniformização dos afectos, também, acrescida pelo abuso incontinente das palavras, no discurso quotidiano, de muitos.
Também a ignorância e o populismo vivem disto, que se alimenta da ligeireza dos dias e da irracionalidade militante.

sábado, 2 de dezembro de 2023

As palavras do dia (53)

 
"... A tudo isto se soma uma cobardia generalizada face ao Ministério Público, quer porque se tem culpas, quer porque se tem medo. O único actor político que nos últimos tempos mostrou que não tinha esse medo foi Rui Rio, mas lembrá-lo é incómodo, quer para o PS, quer para o actual PSD que o quer esquecido, por ser uma sombra incómoda."

José Pacheco Pereira (1949), in A ideologia antidemocática do Justicialismo (jornal Público de 2/12/2023).

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Revivalismo Ligeiro CCCXXV

A evitar, absolutamente (5)

 

Os nossos correios eram famosos, no passado, por serem dos mais profissionais e eficazes de todo o mundo. Isto foi verdade até aos anos 60/70 do século XX, como eu próprio poderia comprovar. Hoje, os CTT deixam muito a desejar quanto ao serviço, infelizmente, por razões sobejas que poderia também exemplificar.
Mas há pior. O DHL, serviço internacional de encomendas postais, é de uma incompetência a toda a prova. Das últimas 3 entregas, duas falharam, e a última só foi recuperada, por nós, in extremis. Além do péssimo serviço, os funcionários mentem dizendo que deixaram aviso na caixa do correio, que não deixaram nestes 3 casos, e informando no depósito que não estava ninguém em casa, o que também não era verdade. Mostram assim a sua irresponsabilidade total. Como qualquer criancinha irracional, ou  empresa pimba de vão de escada.
Nem ao meu pior inimigo eu recomendaria este serviço, abaixo de cão, do DHL. Fujam dele a 7 pés!

Adagiário CCCLIX

 

Deus dá a barba a uns e a vergonha a outros.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

1 haikai japonês

 

Trinco as uvas
bago a bago -
como um cacho de palavras.


Nakamura Kusatao (1901-1983)





terça-feira, 28 de novembro de 2023

Da Janela do Aposento 75: Ignorância

Ora, por consultas consideradas fiáveis, encaminhei as minhas pesquisas para as recomendações do Plano Nacional de Leitura, pensando encontrar propostas cientificamente abalizadas para ofertas a meninos do ensino básico.

Ora, vejam o que encontrei:

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A VIAGEM DO INFANTE D. PEDRO [ TEXTO POLICOPIADO] : PELAS QUATRO PARTIDAS DO MUNDO DE GÓMEZ DE SANTISTEBAN / MARGARIDA MARIA RIBEIRO SÉRVULO CORREIA

 

 

AUTOR(ES): 

Correia, Margarida Sérvulo

TÍTULO DESEN: 

A viagem do Infante Dom Pedro

PUBLICAÇÃO: 

Lisboa : [s.n.], 1999

DESCR.FÍSICA: 

155 f. ; 30 cm

TESE: 

Tese mestr. Interdisciplinar em Estudos Portugueses, Univ. Aberta, 1999

BIBLIOGRAFIA: 

Bibliografia, f. 149-155

ASSUNTOS: 

Santo Estêvão, Gomes de, 1388-? -Livro do Infante D.Pedro de Portugal -- [Teses]

CDU: 

821.134.3 Santo Estêvão, Gomes de

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L. 63995 V.

Fundo Geral Monografias

Normal

Disponível


No Plano Nacional de Leitura !

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As viagens do Infante D. Pedro

 

 

AUTOR(ES): 

Correia, Margarida Sérvulo

EDICAO: 

1a ed

PUBLICACAO: 

Lisboa : Gradiva 2000

DESCR. FISICA: 

177, [3] p.

ISBN: 

972-662-740-0

ASSUNTOS: 

Pedro, Infante de Portugal, 1392-1449 -- Viagens

CDU: 

821.134.3-992.09

94(469)"13/14"

910.4(=1.469)"13/14"

Livro recomendado PNL2027 - Antes 2017 - Cultura e Sociedade - dos 9-11 anos - Fluente

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Tipo Empréstimo

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Biblioteca Camões

82P.09-992/COR

Não Ficção Adultos

Livro

Na estante

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 Ou seja, uma Tese de Mestrado proposta, por incompleta ignorância, para a leitura de meninos de 9-11 anos !

Como é possível haver tanta ignorância e até descrédito para uma iniciativa, que até teria méritos, se fosse executada com seriedade, que não é o caso, como se verifica.

Confesso que nem quis acreditar no que estava a ver, conhecendo bem a Tese de Mestrado em causa. Até considero uma falta de consideraçáo para com a autora.

Post de HMJ

Das colheitas amadoras

 
Acabo de voltar da varanda a sul, aonde fui ver o estado evolutivo do único limão sobrevivente da terceira floração deste ano do renitente limoeiro que, produzindo inúmeras e belas flores, parece teimoso e apostado em abortar de frutos. O limão solitário vai bem, mas pouco tem desenvolvido nos últimos dias. Mas como lá diz, sabiamente, o provérbio: " A azeitona e a fortuna, umas vezes muita, outras nenhuma."



No ano passado (2022), nem a oliveira nem o limoeiro produziram o que quer que fosse, mas este ano a oliveira da varanda a sul foi um fartote e recorde, produzindo 162 azeitonas (1,284 kg.) que já foram curtidas e provadas. Enormes, estão óptimas. Aproveito para aqui deixar exarado o inventário das safras dos anos anteriores, desde o início da produção:

2012 -  5 azeitonas
2013 - 49      "
2014 - 56      "
2015 - 28      "
2016 - 49      "
2017 - 115    "
2018 - 56      "
2019 - 54      "
2020 - 57      "
2021 - 62      "
2022 - 0        "
2023 - 162 azeitonas.

Entretanto, uma nova oliveirinha, que comprámos no início deste ano, já deu boas novas na varanda a leste. A promissora safra presenteou-nos com 56 azeitonas médias que estão a curtir, também.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Para os "soixante-huitards", especialmente






Saído há pouco mais de um mês, este número especial de Le Monde, dedicado ao cantautor Léo Ferré (1916-1993), não deixa por mãos alheias a qualidade gráfica e dos textos a que o jornal francês nos habituou.


Desde 1984 que este anarca monegasco, por nascimento, é um dos meus cantores de língua francesa e de eleição. De Léo Ferré destacaria três das minhas canções preferidas: Ton Style e Tu ne dis jamais rien (ambas de 1971) e ainda Avec le Temps (1972), que já constam no registo do Arpose.


Aqui deixo também uma curiosa foto de 3 amigos: Brel, Ferré e Brassens, da esquerda para a direita.

Da leitura (54)



A ter em conta como ideia ou para expressar um contraditório: 

"... Como afirma Peter Bürger (1954) na sequência do legado de Walter Benjamin, com a invenção da fotografia não é apenas a pintura que perde a sua «função» social, mas é sobretudo o antagonismo entre arte e sociedade burguesa que paulatinamente retira à arte qualquer utilidade social, o que implica, por um lado, o esteticismo (a consagração da arte exclusivamente em função dos valores estéticos), e, por outro, a especialização do artista, a partir da progressiva divisão do trabalho."

José Carlos Pereira, in O Valor da Arte (pg. 64).