Mais do que a zona ribeirinha de Cacilhas, que poderia ter outro melhor aproveitamento, a praça central de Porto Brandão, junto ao Tejo, apresenta ainda um aspecto mais confrangedor de ruína e abandono. Carreiras de barcos, de e para Belém, são de hora a hora e acabam às 21h00, os cães preguiçam deitados no chão, velhos circulam lentamente e alguns jovens, na única esplanada aberta, vão apanhando o Sol que podem.
À retaguarda a mesma desolação impera, ganha apenas pelo silêncio da tarde quente que mais parece de Junho do que de Abril. Por todo o lado há traços de actividades extintas e indústrias marítimas que se perderam para sempre. No cais esburacado dois pescadores e uma pescadora lançam a linha sobre o rio quase quieto onde várias taínhas rebrilham em reflexos sinuosos sob as águas.
E até a garça, inesperada e vigilante sobre o Tejo, depois de se deixar fotografar por nós, se foi embora daquelas paragens, que pouco ou nada já podem oferecer.