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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Memória (92)


Agora que o ano escolar estará prestes a começar, pergunto eu: quem é que não se lembrará do seu primeiro dia na Escola? Com aquela estranheza, a falta de jeito, talvez até o temor que despertavam aquelas coisas grandes e graves, para uma inocente criança?
Mas estas oito meninas flamengas de outro tempo, parecem compostas e muito seguras de si, perante tanta responsabilidade. Pelo menos, iam bem aperaltadas e, a maior parte delas, com lacinhos nos cabelos. O que sempre deve ter dado uma boa ajuda psicológica...

com agradecimentos cordiais a A. de A. M..

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Adagiário CVIII : para JAD e MR


Mais um provérbio flamengo, sugestivamente, ilustrado num prato de madeira, por Brueghel, o Velho, e que se conserva no Museu van der Bergh, de Antuérpia. O anexim diz, mais ou menos: A bebida e o jogo dão cabo do bom nome e levam à miséria. Ou, em flamengo: Drank en spel leiden tot armoede en slechte naam.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Fragmentos de umas férias descomprometidas (4) : remate final


É provável que, para Luka, estas tenham sido as últimas das inocentes férias de infância. A adolescência traz outras preocupações e outros perigos, decisões controversas, complexas maneiras de escolher caminhos e a florescência poderosa do amor terreno - o incêndio e a alegria desmedida.
Em finais de Setembro, Kirsten e Wim, os pais de Luka, acabaram de compor, com minúcia e atenção, o álbum-diário visual das férias, na Praia Formosa. As fotografias dão sinal de tudo: a comoção terna do Avô, pela surpresa, o júbilo despreocupado das crianças na piscina da casa, a luz de Portugal, tão única, o verde-azul Atlântico das águas livres; o pôr do sol da despedida, num amarelo torrado de melancolia.
Pode ser que Luka, mais tarde, na adolescência ou até mesmo na velhice, naqueles intermináveis e cinzentos invernos da Flandres, se lembre deste álbum, e a ele regresse. E se recorde dessas longínquas férias felizes de 2011, em Portugal. E se consiga reabastecer, solidamente, de esperança e de alegria.

domingo, 9 de outubro de 2011

Uma enormidade...


...ainda para mais num jornal português de referência: o Diário de Notícias!
Que os americanos não saibam, na sua grande maioria, onde fica Portugal, e alguns deles o situem na América Latina, não me surpreende: a boçalidade e incultura geográfica americana, de uma forma geral, é gigantesca.
Agora que um jornalista português fale, em relação aos políticos flamengos-belgas, de "holandeses belgas" brada aos céus! Será que ninguém deu por isto, por este insulto e erro crasso, no jornal, antes de publicarem a notícia? Felizmente que eu não compro o DN, porque ficaria envergonhadíssimo, em tê-lo por meu jornal diário. E terá sido uma sorte do acaso, esse ignorante e inefável jornalista do DN não ter apelidado os políticos da Valónia Belga: de franceses belgas! 
Assim vai algum jornalismo em Portugal, entregue a uns sujeitos analfabetos culturais... Nem a Bélgica, nem eu, merecíamos isto.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Pragmática dos provérbios e a hipocrisia do novo-riquismo


O vinho, embora bom, tinha excesso de sabor a madeira. Lembrava-me verniz, infelizmente...
O provérbio era de origem flamenga e veio-me à cabeça, por ideias associadas e travessas, porque também não o conheço em mais nenhuma língua. Reza, mais ou menos, assim: "O verniz gasta-se depressa."
Lembrei-me dos comunistas do 26 de Abril, recordo alguns aristocratas que não de sangue, vi alguns novos-ricos industriais dos anos 60 estenderem-se ao comprido, alguns cristãos-novos serem mais papistas que o Papa. Não me esqueço daqueles  abstémios convertidos frenéticos, agora na condenação, e que foram fumadores compulsivos - vade retro! Tão iguais a rameiras arrependidas que casaram e apregoam a Virtude.
Também sei de quem comprou títulos à Igreja e ao Mercado, roupagens medievais de Ordens secundárias, solares de província, arruinados, para habitar e "épater le bourgeois", cursos universitários em escolas de fim-de-semana. A insuficiência e a mediocridade procuram o excesso com avidez, frequentemente.
O tempo, muitas vezes, se encarrega de dizer que "o rei vai nu". A capa da Ordem de Cristo, ou da Ordem de Malta (ao que parece, agora atribuída a alguns empregados  bancários, maioritariamente), nem sempre dá com o conteúdo (muitas vezes mecânico), porque o verniz estala depressa, sobretudo, com o calor. Mais vale andar mal vestido, do que bem "adornado" - como dizia um catedrático de Geografia, em Coimbra, nos anos 60.
Por isso gosto deste provérbio flamengo, pragmático, que nos avisa, sincero: "O verniz gasta-se depressa."

com agradecimentos a Rosane de Smet.