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quinta-feira, 17 de abril de 2025

T. S. Eliot

 

É um dos últimos TLS (nº 6356) que dá a boa notícia de que a editora Faber and Faber publicou, em 4 volumes, The Collected Prose, de T. S. Eliot (1888-1965), num total de 3.536 páginas. É a primeira vez que tal acontece, de forma completa, quanto aos ensaios do notável pensador.
Na minha opinião, com Paul Valéry (1871-1945), Eliot foi o mais capacitado estudioso de poesia e que dela falou com mais propriedade intelectual, até ao momento. Por cá, só talvez Jorge de Sena (1919-1978) se aproximou mais na abordagem  desta difícil temática literária.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Curiosidades 104



Não será caso único nas letras francesas, pois também Jean Cocteau produziu desenhos de traço elegante, alguns dos quais ilustraram o Até Amanhã de Eugénio de Andrade, mas os trabalhos pictóricos de Paul Valéry (1871-1945) serão porventura mais escassos e menos conhecidos do grande público.
Valerá a pena, por isso, dar notícia que a Livraria Laurent Coulet (Paris), no seu catálogo 66, incluía uma aguarela do poeta e pensador francês (imagem acima), em jeito de auto-retrato de costas, pelo preço de 750 euros.

(Agradecimentos a H. N.)

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Citações CDLXXIX




Os nossos pensamentos mais importantes são aqueles que contradizem os nossos sentimentos.

Paul Valéry, in Tel Quel

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Citações CDLXXVII



O desprezo de deus pelos espíritos humanos nota-se através dos milagres. 

Paul Valéry (1871-1945), in Suite.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Saber e filosofia



Cada homem sabe uma quantidade prodigiosa de coisas de que não se apercebe. Saber tudo aquilo que sabemos? Esta simples investigação esgotaria a filosofia.

Paul Valéry (1871-1945), in Mauvaises Pensées et Autres.

segunda-feira, 13 de março de 2023

Citações CDLIX



O nosso espírito é feito de desordem, por isso a necessidade de o pôr na ordem. 

Paul Valéry (1871-1945), in Mauvaises Pensées et Autres (1942).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Citações CDLIV



"Nada é mais monótono do que a vida e nada é mais curioso de ver como por uma espécie de paradoxo da língua, como dizemos de um romance que é uma peça viva quando se desnuda em condições de uma certa uniformidade. O que é a vida? No fundo, um ciclo de operações que se repetem: respiração, circulação, nutrição, etc., e são estes ciclos, e ciclos dos ciclos com uma monotonia que assegura a conservação. Pelo contrário, o espírito, está em erupção a cada instante, e se a sua memória o serve, entretanto existe nele essa espécie de variação perpétua que está ligada à variação perpétua do meio. Das suas próprias associações e dos seus próprios incidentes, ele cria a cada instante novos assuntos de interesse para si próprio."  

Paul Valéry (1871-1945), in Cours de Poétique I (pg. 616).

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Bibliofilia 203



Livreiros e alfarrabistas costumam aconselhar os clientes a não comprar obras truncadas, pois correm o risco de não conseguirem completar a obra, quando formada por mais do que um volume. Por várias vezes ignorei este sábio conselho, mas quase sempre tive sorte; excepto com as obras completas (6 livros) do poeta António Diniz da Cruz e Silva (1731-1799) na sua primeira edição (1807-1817 / Typografia Lacerdina - Impressão Regia), cujo tomo IV me está em falta, de há vários anos a esta parte, para minha pena.



Um dos casos que completei com sucesso, ao longo de 5 ou 6 anos foi Variété, de Paul Valéry (1871-1945), editado pela Gallimard (1924-1945) em 5 livros. O primeiro dos volumes comprei-o na Rua do Alecrim, em meados dos anos 90, e ostenta assinatura de posse de Castelo Branco Chaves (1900-1992) e a data manuscrita de 1936. Tem também alguns sublinhados a lápis. O segundo volume não sei onde o adquiri, nem quanto paguei por ele. Tem  encadernação meia francesa, ao contrário do I tomo brochado, e tal como os 3 seguintes.



Finalmente, os três últimos volumes, encadernados, foram todos comprados (Esc. 300$00, cada) num alfarrabista da Calçada do Carmo, por volta de 1995. Todos os tomos de Variété se encontram em bom estado.
Não sendo obra rara - creio - por haver reedições, estes ensaios de Paul Valéry têm grande valor para mim pelo diálogo mental que permitem e pelas reflexões que trazem da leitura.

domingo, 24 de abril de 2022

Últimas aquisições (38)



Não é muito frequente, hoje em dia, encontrarmos, em livrarias normais, livros com alguns anos, de casas editoras já desaparecidas ou em vias de extinção. Os chamados fundos, habitualmente e para poupar despesas de armazenamento, são guilhotinados sem quaisquer contemplações. Assim se perdem obras de reconhecido mérito e interesse, que desaparecem de circulação comercial. Ora, estes dois livrinhos da colecção Passagens, da Nova Vega, encontrei-os, novos e em bom estado, na Livraria Escriba, na Cova da Piedade. O preço era convidativo - trouxe-os para casa. O que foi uma boa decisão, no meu entender - o estudo sobre Herberto Helder é, no mínimo, bem feito, sugestivo e esclarecedor.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Citações CDXXX



Enfim - coisa capital e meu orgulho verdadeiro - eu devo aos meus amigos quase tudo aquilo que sou. Eles acreditaram em mim, que não acreditava em mim próprio.

Paul Valéry (1871-1945).

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Citações CDLXXV

 

Quem quer fazer grandes coisas deve pensar profundamente nos detalhes.

Paul Valéry (1871-1945), in Mauvaises Pensées et Autres (1942,Galimard).

sábado, 8 de janeiro de 2022

Últimas aquisições (36)


Por razões várias as minhas compras de livros, usados sobretudo, têm diminuído substancialmente nos tempos recentes. As visitas aos alfarrabistas, por sua vez, também têm decrescido muito. A mais recente foi para ir buscar, à rua da Misericórdia, um livro que HMJ tinha reservado.
Não pude deixar de fazer uma rápida vistoria à banca central da loja e acabei por escolher 2 livros, em muito bom estado, que provavelmente teriam vindo da biblioteca da germanista Maria Leonor Machado de Sousa (1932-2021), que fora também directora da BNP. E que falecera em Setembro passado.
O livro editado pela Gallimard, em 1972, na sua colecção Poésie, decepcionou-me por não ter sequer um estudo introdutório à obra lírica do ensaísta e poeta francês. Pelo contrário, o célebre estudo de Marañón publicado pela Tavares Martins (Porto) teve um aparato gráfico e geral de muito boa qualidade. Editou-se em 1947, na sua versão portuguesa.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Da leitura (47)



 ... Num ou noutro caso, na vida económica como na vida espiritual, encontrareis antes de mais as mesmas noções de produção e de consumo.

O produtor, na vida espiritual, é um escritor, um artista, um filósofo, um sábio; o consumidor é um leitor, um ouvinte, um espectador.

Encontrareis igualmente esta noção de valor que acabo de usar, que é essencial, nos dois aspectos, tal como é a noção de troca, bem como a da oferta e a da procura.

Tudo isto é simples, tudo isto se explica facilmente; são termos que têm o seu sentido assim como no mercado interior (onde cada espírito disputa, negoceia ou transige com o espírito dos outros) da mesma forma que no universo dos interesses materiais. ...


Paul Valéry (1871-1945), in Regards sur le monde actuel (1931).


sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Antologia 3



Numa das últimas páginas (560) do volume IV do Bloc-notes, cuja leitura terminei ontem, François Mauriac (1885-1970) refere que: La veillesse est le contraire du dessèchement, c'est le désespoir dominé et vaincu mais qui renâit d'un seul coup, d'une phrase comme celle-là que... Com o avançar dos anos a obra vai ganhando um tom mais pessimista e amargo que acompanha os últimos tempos do escritor francês. Provavelmente, o último livro (V) da obra acentuará esta desesperança humana. A ler vamos...
Mas não queria de deixar aqui registados, para eventualmente os relembrar, dois excertos significativos, que traduzi, do livro acabado de ler ontem:

"Na verdade, eu não me fico apenas por aí: as recordações na idade avançada são como formigas cujo formigueiro foi destruído: o olhar não pode seguir nenhum bem durante muito tempo. O que subsistia deste pequeno mundo destruído, eram os meus devaneios. Tudo vai assim desaparecer comigo: até estes criados com sorrisos dóceis que me tomavam nos seus joelhos, e eu volto a dizer os seus nomes numa espécie de litania que me vai embalando como..." (pg. 495)

"É importante para Sartre não ter smoking. André Maurois, bem como Paul Valéry não foram dominados por este esnobismo ao inverso. Ambos amaram o mundo, mas por razões diferentes. Valéry falava com deleite num ambiente de luxo, diante de senhoras em êxtase de que ele nem sequer esperava que fossem capazes de lhe devolver a bola. Maurois, esse, depois de um dia de trabalho que, para qualquer um, teria sido muito pesado, relaxava-se ao fim do dia sentado a uma mesa de amigos." (pg. 520)

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Mais 3 fragmentos (traduzidos) do "Bloc-notes IV" de F. Mauriac (1885-1970)

 


Samedi 17 juillet 1965
(...)
«Grandeza de alma humana", escreve Pascal no seu Memorial. Valéry prolonga até ao infinito esta grandeza.
No entanto este pensamento pesa-me: «Aquilo que vos traz arrependimento nunca existiu...» Creio que não se pode dizer nada mais triste a um sobrevivente. Não é verdade senão em relação ao amor dos corpos. Mas, enfim, será que alguma vez amamos um ser humano pela sua alma? Podemos negá-lo, é certo: concedo ao amor, o que interessa ao coração carnal, e não diz respeito às relações de espírito a espírito. (pgs. 111/2)

Samedi 21 août 1965

Um jovem confrade, vindo para me entrevistar, pergunta-me se sou feliz ao pensar que os jovens ainda me lêem e gostam de mim. Respondo-lhe que a televisão, ao menos, serve para isso, para me dar a sensação da minha própria heterogeneidade. Não é somente a avançada idade que me isola desta geração, mas a minha própria natureza. Eu não estava menos só aos vinte anos, é verdade - só que alguns amavam-me e eu amava-os: a amizade era o único terreno possível... Mas a velhice apanhou o peixe longe desta água doce. Ele nada, mas mais fundo agora, a uma profundidade onde já não há mais ninguém. (pg. 121)

Jeudi 26 août 1965

Ontem, ouvi um disco de Clara Haskil. No outro dia era Roger Vailland que ocupava o espaço do pequeno ecrã. Os mortos não estão menos mortos do que outrora: fazem de conta de estarem lá. É a imagem de um instante, é a duração que se transforma em nada. Não sei o que ressentem aqueles e aquelas que amaram com verdadeiro amor estes regressados da televisão e estes intérpretes que o disco permite escutar, enquanto que eles se transformaram nessa coisa que já não tem nome em nenhuma língua. (pg. 125)

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Citações CDLXIV

 


O gosto exclusivo pela novidade denuncia uma degenerescência do espírito crítico, porque nada é mais difícil de avaliar do que a novidade de uma obra.

Paul Valéry (1871-1945).

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Últimas aquisições (31)

 


É uma muito jovem editora. Bons escritores, textos de qualidade, grafismo original - promete! Dá pelo nome de SR TESTE Edições, e a colecção: Fulgor Quotidiano. Estou certo que não me vou arrepender da compra dos dois livrinhos...

sábado, 30 de janeiro de 2021

Citações CDLV

 


A análise é, por vezes, um motivo de desprazer no detalhe, daquilo que era suportável no seu conjunto.

Paul Valéry (1871-1945), in Mauvaises Pensées et Autres.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Citações CDLII


Meditar em filosofia é passar do familiar ao estranho e, naquilo que é estranho, afrontar o real.

Paul Valéry (1871-1945), in Choses tues (1930).

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Citações CDXL


A glória é um tipo de doença que nos contagia só por termos adormecido com o seu pensamento.

Paul Valéry (1871-1945), in Tel Quel.