O abastecimento de víveres, nestes dias de provação, requer especiais atenções. E, isto, porque não se pode, como dantes, por exemplo, ir pedir emprestado um raminho de salsa, à vizinha do lado, para o Bacalhau à Brás - que nos tinha esquecido. Há dias, no supermercado que costumámos frequentar, fiquei varado com o enorme rombo nas gôndolas dos vinhos e nas prateleiras dos chocolates: uma razia. Dos primeiros, nem sequer consegui fornecer-me minimamente.
Entretanto, quanto a peixe e carne, não me posso queixar, nem mesmo de frescos, que o pequeno Mercado vicinal tem tido de tudo e abundante, excepto no primeiro Domingo do confinamento decretado. Depois, recompôs-se, e bem, de todos os produtos essenciais.
Se fosse no tempo da Asiática (Gripe de 1957), eu torceria o nariz ao Empadão que HMJ, primorosamente, confeccionou, mas agora chamei-lhe um figo. De sobras de um Borrêgo à Pastora (que eu desejara) com a ajuda de um pouco de carne picada de novilho, cozinhou ela um empadão cor de laranja (por causa da cenoura), fazendo-o acompanhar de uma salada de beterraba, fria. Estava uma delícia! Veio um tinto Dão Grão Vasco (Quinta dos Carvalhais) 2016. Que cumpriu a sua função, aplicadamente.