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domingo, 25 de dezembro de 2022

Antologia 13



Da escritora goesa Vimala Devi (1932), inserto no volume 12 (capa em imagem) da Antologia da Terra Portuguesa (Bertrand), citando, sobre o Natal em Goa, nas páginas 196/7, transcreve-se:

"O habitante de uma grande cidade, acostumado a multidões serpenteando por entre armazéns, lojas e pastelarias, na lufa-lufa de compras, de olhos arregalados para as montras repletas de brinquedos, doces e bugigangas, achará decerto o Natal de Goa muito monótono."
(...)
"Também em Goa, pobres e ricos, muito portuguêsmente, fazem presépio. Certas famílias, com alguma antecipação, semeiam nachinim, cereal que grela rapidamente em terra espalhada sobre uma pequena tábua. Quando as folhinhas começam a aparecer, formam um tapete verde, sobre o qual é armado o presépio de palha.
Ao contrário da Europa e da América, em nenhum lar goês se vê árvore de Natal. Por essa mesma razão, não há o costume de trocar presentes entre parentes e amigos. Durante toda a minha infância em Goa nunca recebi nem dei uma prenda de Natal. No entanto posso afirmar que, se alguma vez senti o verdadeiro simbolismo desse dia, foi precisamrnte aí."
(...)

domingo, 29 de novembro de 2015

Filatelia CIX


Onde a cultura milenar era forte e nativa, a língua portuguesa nunca entrou intensamente, e perdeu-se, em grande parte, nessas colónias distantes, após a libertação e integração territorial nas nações matriciais. Quero eu dizer: em Macau (China) e no chamado Estado da Índia, ou Índia Portuguesa (Goa, Damão e Diu). Restaram alguma arquitectura introduzida, religiosa principalmente, com uns aromas cristãos, algum léxico adaptado do português, e pouco mais. Lembrei-me disso, porque anda por lá (Goa) um grande Amigo meu, nesse Verão Indiano, onde as águas do mar vão aos 32º e, em terra, persistem os 35º.
A dita Índia Portuguesa sempre teve um tratamento à parte, do ponto de vista dos Correios portugueses, no conjunto das colónias, desde os selos nativos, toscos mas síngularíssimos (de que já por aqui falámos), até às emissões comemorativas, algumas de rara beleza, como a série dos Vice-réis e os seus brasões e símbolos heráldicos. Que ficam em imagem para quem os não conheça. Ou para os lembrar, nesta rubrica do Arpose. As emissões são dos anos de 1956 e 1958, respectivamente.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O fim dos Impérios


Tudo indica, por artigos nos jornais, livros e dossiês de revistas recentemente saídos, ou em destaque, que a França se prepara, após 50 anos da independência da Argélia (3 de Julho de 1962), para reavaliar o que representou, na sua História, o acontecimento, os traumatismos e o regresso dos pieds-noirs ao continente europeu.
O fim dos impérios teve para quase todos os países europeus, acontecimentos semelhantes, inícios parecidos ou paralelos, e fins praticamente iguais. O desastre de Diên Biên Phu, na Indochina francesa, em 1954, pode bem comparar-se à anexação de Goa, Damão e Diu, em Dezembro de 1960, pela União Indiana; o início da insurreição da Argélia, ao começo das hostilidades em Angola, no ano de 1961. O regresso dos pieds-noirs (200.000) à ponte aérea dos retornados (cerca de 500.000) de Angola, principalmente.
Não sei se alguma vez se fará, em Portugal, um debate alargado e profundo sobre o período e as guerras coloniais. Tirando o excelente programa televisivo de Joaquim Furtado, alguns (poucos) romances sobre o tema, além de muitos poemas de Fernando Assis Pacheco, reflectindo a sua experiência pessoal de guerra, não há muito mais - creio. Temos uma forma diferente de lamber as feridas. E não temos nenhum corajoso Baltasar Garzón, para questionar o passado, até às ultimas consequências. E valeria a pena?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Filatelia VII : Colónias


Singularmente e, ao contrário de outros países europeus, em monarquia (Bélgica, Holanda, Inglaterra...), que representaram os seus reis nas primeiras séries das suas colónias, Portugal usou apenas a Coroa ( desenho de Augusto Fernando Gerard) como símbolo e não a figura do rei D. Luís. Embora, posteriormente, os réis portugueses viessem a aparecer representados nos selos. As primeiras colónias a ter selos próprios foram: Angola (1870-77), S. Tomé e Príncipe (1870-77) e a Índia Portuguesa, logo a seguir - 1871.
Os primeiros selos da Índia Portuguesa são muito rudimentares e artesanais. São chamados nativos porque os meios utilizados, no seu fabrico, eram exclusivamente locais, de início. Estão representados na última fila da imagem que encima o poste. O desenho foi feito pelo engenheiro José Frederico d'Assa Castel-Branco e a execução dos selos teve o ferreiro Gouvinda Zó, como autor. Os restantes selos, de S. Tomé e Príncipe - na imagem - são comuns, praticamente, no desenho da Coroa, às restantes colónias portuguesas.