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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Pinacoteca Pessoal 107


Não poderei dizer que sou um entusiasta da obra expressionista do pintor austríaco, naturalizado britânico (1946), Oskar Kokoschka (1886-1980). De algum modo, parece-me haver algumas afinidades, nas suas telas, com outro pintor que eu admiro - Chaim Soutine. E, em ambos os casos, a vida acidentada os tenha marcado negativamente. Pese embora alguma tranquilidade que Kokoschka experimentou nos últimos anos da sua longa vida, ao contrário de Soutine, que morreu relativamente jovem e em circunstâncias infelizes.
Destaco, no entanto, os trabalhos que Kokoschka executou nas primeiras décadas do século XX. Não tanto as paisagens, que pouco me dizem, mas alguns retratos que pintou, como o do Marquês Montesquieu-Fezensac, de 1910, ou o simbólico "Cavaleiro Errante" de 1915, que deixo em imagens. 



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Considerações de K. Kraus, (provavelmente) a propósito de um seu retrato por O. Kokoschka


Kokoschka fez-me um retrato. É bem possível que não me reconheçam, aqueles que me conhecem. Mas, certamente, hão-de reconhecer-me os que não me conhecem.
...
O verdadeiro retratista serve-se do seu modelo, um pouco como o mau retratista se serve da fotografia do seu modelo.
...
Ele pinta sem parecenças. Não reconheceram nenhum dos retratados, mas reconheceram-nos todos como originais dele.
...
Num verdadeiro retrato, deve-se reconhecer qual o pintor que o fez.


Karl Kraus, in Pro domo et mundo (pgs. 91/2).


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Aforismos (ou paradoxos?) de Karl Kraus (1874-1936)


- Em Berlim circulam tantas pessoas, que não se consegue encontrar ninguém. Em Viena, reencontramos tanta gente, que acabamos por não conseguir circular.
- Não ter de pensar e poder exprimi-lo - eis o que faz o jornalismo.
- O historiador, muitas vezes, não é senão um jornalista que se inclina para trás.
- Num verdadeiro retrato, deve-se reconhecer qual o pintor que ele representa.
- Parecer tem mais letras do que ser.
- A arte põe sempre a vida em desordem. E os poetas da humanidade reordenam sempre o caos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pinacoteca Pessoal 46 : 2 escolhas do Museu Ludwig (Colónia)


Houve tempo em que não resistia a comprar livros com reproduções das obras dos meus pintores preferidos: Dürer, Botticelli, Van Gogh, Renoir, Modigliani, Dufy, Soutine... Mas cheguei à conclusão que, uma vez lido, raramente voltava a pegar no livro; a não ser, uma vez ou outra, para relembrar algum quadro específico, por algum motivo muito especial.
Por isso, comecei a evitar estas tentações, até porque os livros de arte, devido às reproduções a cores são, normalmente, caros. Contento-me, nos últimos tempos, em fazer uma escolha criteriosa de postais, das obras que mais gostei de ver, num museu ou numa exposição. Da última visita que fiz ao Museu Ludwig, de Colónia, trouxe 3 postais, de que deixo dois na imagem deste poste.
O quadro "Menina Espanhola" (1927), de Georg Grosz (1893-1959), e "Duas Raparigas a vestirem-se" pintado, em 1908, por Oskar Kokoschka (1886-1980). Esta última obra faz-me lembrar, talvez pelo tema, alguns quadros de Paula Rego.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Karl Kraus : 3 aforismos


De Karl Kraus (1874-1936), dramaturgo, ensaísta e poeta austríaco, encontrei, num capítulo (Danúbio Negro) do livro "George Steiner em The New Yorker", alguns aforismos, citados por Steiner que, rondando o paradoxo, me pareceram curiosos. Vou transcrever três deles:
1. As sátiras que o censor entende são justificadamente proibidas.
2. A psicanálise é essa doença mental da qual se considera ser a cura.
3. A ingratidão é muitas vezes desproporcionada perante o benefício recebido.