segunda-feira, 6 de abril de 2015

Considerações de K. Kraus, (provavelmente) a propósito de um seu retrato por O. Kokoschka


Kokoschka fez-me um retrato. É bem possível que não me reconheçam, aqueles que me conhecem. Mas, certamente, hão-de reconhecer-me os que não me conhecem.
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O verdadeiro retratista serve-se do seu modelo, um pouco como o mau retratista se serve da fotografia do seu modelo.
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Ele pinta sem parecenças. Não reconheceram nenhum dos retratados, mas reconheceram-nos todos como originais dele.
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Num verdadeiro retrato, deve-se reconhecer qual o pintor que o fez.


Karl Kraus, in Pro domo et mundo (pgs. 91/2).


2 comentários:

  1. Uma coisa está certa: Kokoschka é sempre reconhecível. :)

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    1. É, realmente, inconfundível, o seu estilo.
      Boa tarde!

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