sábado, 25 de abril de 2015

Para compor a memória de Abril


Para quem se deitou tarde, nessa noite anterior, seriam já visíveis as silhuetas pardas dos verdes camuflados em volta de alguns pontos estratégicos, e militares, no interior da cidade. Era ainda madrugada.
Mas houve muita gente que dormiu pouco, ou acordou cedo, obrigada a despertar pelo som estridente e contínuo do telefone, vindo de alguém próximo ou amigo. De algum modo, cúmplice.
Mais do que medo, terá sido um dia de curiosidade e de emoção prolongada, depois de tantos anos de pasmaceira, em que pouco ou nada acontecia, de bom. Mas houve também quem enchesse a casa de víveres, nesse dia, temendo o pior.
Até porque as lojas iriam fechar mais cedo. E, contra todas as ordens radiofónicas e televisivas, as pessoas não ficaram em casa, mas vieram para a rua, numa insubmissão de liberdade colectiva. Muitas delas, pela primeira vez.

4 comentários:

  1. Bom 25 de Abril! Estou por cá, em consultas, na clínica que me aconselhou (e eu não trouxe o frio comigo, que no dia em cheguei, estava sol) :-))) Bom dia!

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    1. Que tudo corra pelo melhor, clinicamente!
      Ao que tudo indica, nos próximos dias, o tempo não irá melhorar..:-(
      Um óptimo 25!

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  2. Achei esta obra, de Pedro Chorão, muito bonita.

    Bom feriado:)

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    1. Pela minha parte, concordo inteiramente. É uma serigrafia, de tiragem pequena, que foi feita para o Clube Militar Naval, na celebração do 25 de Abril de 1987.
      Um óptimo 25, para a Isabel!

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