quinta-feira, 2 de abril de 2015

Planando por um jornal espesso e pesado


Houve tempo (30/40 anos) em que o comprava e lia, quando era leve e grácil, e tinha aquela frescura da juventude derramada pelas suas páginas escorreitas e elegantes. Com o tempo, porém, foi-se tornando enxundioso e obeso, como hoje uma boa parte dos jovens portugueses. E deixei de lhe dar atenção.
Recentemente, porém, a meio da semana, faz-se uma troca, entre amigos: eu passo o TLS, "L´Obs." e a ípsilon, já lidos, recebendo "Le Monde-Livres", uma boa parte do Expresso e, muitas vezes, o JL. Tenho lugares cativos de leitura, no Expresso: as acutilantes crónicas de Clara Ferreira Alves, as desconcertantes reflexões surrealistas de Ana Cristina Leonardo, as magníficas pequenas histórias, sobre cinema, de Manuel S. Fonseca. Porque Mexia é muitíssimo irregular nas suas crónicas, e as de Sousa Tavares, com a idade, também começaram a ganhar peso excessivo... O resto, no Expresso, é paisagem.
Que, a propósito das últimas eleições franceses, tenham preferido ouvir Marine Le Pen, em entrevista, em vez de, por exemplo, Jean-Luc Mélenchon, é um sintoma, um estado de espírito. E um sinal dos tempos, pesados, enfim...

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