Mostrar mensagens com a etiqueta Mercearias Finas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mercearias Finas. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Mercearias Finas 211

 

Em princípio, não tenho nada contra as marcas brancas. Este monocasta Pinot Noir (Regional Lisboa) 2024, 13º, fruto de uma parceria da Ravasqueira Vinhos, S.A. / PD, trabalho do enólogo Vasco Rosa Santos, cumpre com dignidade a sua função. Parece delgado na cor, mas tem estrutura e equilibrado gosto.
Acompanhou lindamente umas iscas de borrego em cebolada. E o preço é uma boa surpresa.

domingo, 6 de julho de 2025

Mercearias Finas 210

 


Calhou termos de ir ao mercado, de manhã, buscar uma garoupa que estava encomendada, para o almoço. A banca da Ângela estava repleta de bom peixe, onde imperavam uns bonitos salmonetes. Mas havia também peixe-espada nas suas duas variedades: branco e preto. Que me foi sugerido e declinei: "Temos o frigorífico cheio, já não cabe mais nada!"
E depois acrescentei: "Não como peixe-espada desde os anos 70. Saturei." Explicando que, em Coimbra, tinha as refeições contratadas ao mês, por 600$00 e, por causa dos preços, tive que gramar carapaus e peixe-espada branco, 3 a 4 vezes por semana, porque eram peixes mais baratos. De carapau ainda recuperei, agora de peixe-espada bastou. Para nunca mais!


A nossa garoupa a caminho do forno...
E, como hoje é o Dia Nacional do Vinho, irá ser acompanhada por um Alvarinho Deu La Deu 2024.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Refeiçoar à antiga



Desde que as vacas enlouqueceram que as miudezas das ditas quase desapareceram dos restaurantes. Rins, fressuras, bofes, é vê-los!...
Ora eu que sempre gostei de língua de vitela estufada, se a quiser comer, já sei que tenho que amesendar no balcão de O Galeto, na avenida da República.
Que o espaço ao balcão é muito curto para as minhas pernas, eu sabia, que o arquitecto Vitor Palla (1922-2006), em 1966 ao projectá-lo, não teve em linha de conta que os íncolas nacionais iam crescer...
Confirmei o serviço desordenado (já dele aqui falei em 22/9/24), que não por escassez de empregados, mas ausência de organização e chefia competente. E a falta de vnhos que até eram recomendados na ementa!...
Da cozinha, tirando o espúrio Toucinho do Céu, que em vez de amêndoa, tinha coco, só posso dizer bem. E a Língua Estufada, acompanhada de puré e folhas de agrião e rúcula, estava óptima.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Mercearias Finas 209

 

Perguntar-se-á o que virão aqui fazer as imagens, em fotografia, de algumas preciosidades enológicas portuguesas, que passo a descrever cronológicamente:

1. Bairrada Garrafeira 1980 das Caves D. Teodósio, e que custou, na altura (anos 90), Esc. 1.055$00.
2. Barca Velha 1985, ícone dos vinhos nacionais que me foi oferecido pelo meu Amigo A. de A. Mattos.
3. Sogrape Garrafeira Bairrada 1985 que, numa mercearia da rua do Arsenal (Lisboa), me custou Esc. 890$00.

Ora, estes tintos de gabarito vieram à colação por os associar, em qualidade, a um Barolo de 2018 (oferta gentil do meu Amigo H. N.) que decidi abrir para acompanhar um rosbife de vitela maronesa excelente, há poucos dias atrás. O tinto italiano portou-se lindamente, nos seus 13,5º equilibrados. Como é costume deste Nebbiolo monocasta a que chamam o rei dos vinhos do Piemonte - com inteira propriedade.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Bíblica



Há dias em que entendo, inteiramente, que Esaú tenha vendido a Jacob o direito de primogenitura, apenas  por um prato de sopa de lentilhas.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Da Páscoa

 

Por estas alturas também vem à tona da memória as doçarias pascais. Lembraria os bolos de gemas, as cavacas e sobretudo, pela antiguidade (cerca de 300 anos) tradicional, o Pão de Ló de Margaride que se fabrica na terra homónimo, próximo de Guimarães. E que, como dizia Cesário, se não fora " pão de ló molhado em malvasia", era ao menos embebido no café com leite matinal, nos meus tempos de infância.

domingo, 6 de abril de 2025

Mercearias Finas 208

 

É um daqueles vinhos que, ciclicamente, naqueles truques foleiros e parôlos, algumas grandes superfícies reduzem, em promoção (sublinhando o facto...), para menos de metade do preço a garrafa*. (Só quem é distraído, não repara nesta estranjeirinha moderna comercial.) É por essas alturas que eu costumo comprar o Vinha da Coutada Velha, do Monte da Ravasqueira, de Arroiolos. Porque é lotado por três, das quatro grandes castas brancas autóctones portuguesas: Alvarinho, Arinto e Antão Vaz. E é bom.
A colheita de 2023, vinho branco (13º), combinou lindamente, com um caril de chôcos, que HMJ fez de forma original, na perfeição e de sabor, deliciosos.


* Que isto, e como diz o ditado: "Quando a esmola é grande, o pobre desconfia."

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Mercearias Finas 207

 


As nozes chegaram cá a casa, ainda neste passado Janeiro: estão caras, mas são boas.
Das nogueiras lembro-me das duas de Merkenich, plantadas por um antepassado de HMJ, e que eram para, crescendo, vir a ser fabricada a nova mobília doméstica, com madeira fina e nobre. Perdeu-se no entanto a intenção pelo caminho, mas os frutos secos foram sendo produzidos todos os anos para prazer da família. Também me recordo das nogueiras vimaranenses da Inha e do seu quintal campesino. Bem como dos boníssimos bolos de nozes que ela fazia, para nos deliciar, ao lanche.
As recentes e sobrantes estão agora na cozinha à guarda do metálico cão quebra-nozes que, há mais de 60 anos, cumpre bem o seu serviço mandibular.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Mercearias Finas 206




Foi assim o jantar condizente contra o frio, hoje, pela sopa de lentilhas muito bem adubada, para uma noite aconchegada... 
Para ajudar, uns fiapos de vitela barrosã, as ditas cujas lentilhas, nabo, aipo, cenoura, alho-porro e massas estrelinhas.
Sopa que estava um espanto!

sábado, 11 de janeiro de 2025

Recomendado : cento e seis

 

É um livro (212 páginas) bem interessante que recomendo, para quem goste de gastronomia, ainda para mais lisboeta. Bem arrumado e com receitas, foi acertadamente trabalhado pelo historiador Manuel Paquete.
A capa, em termos gráficos, e o marcador é que me parecem pobretes. E a editora bem podia ter referido a data da impressão da obra, que julgo ser de 2016.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Inventários de fim de ano

 

Andei a ver o que tinha na adega e não fiquei decepcionado com os veteranos. Também foi preciso paciência para os conservar incólumes até hoje. Agora, os mais antigos estão a fazer 45 anos.
E o dux veteranorum, entretanto, desapareceu a 27/12, em boa companhia. Era  um Reserva Especial, ainda da Casa Ferreirinha (agora é a Sogrape que os faz), do ano de 1980. E não desmereceu.

sábado, 14 de dezembro de 2024

Divagações 200

 

Estava um frio danado quando saímos para ir ao talho. O Paulo, em vez de duas, tinha-nos guardado três perdizes. Já depenadas, que eu já não tenho pachorra para estar para ali umas horas, à mesa, a depená-las, laboriosamente. As bichinhas ficaram no congelador para a altura devida, da época natalícia.
Falta depois escolher um Dão macio pelos anos, ou um Douro amansado. Qualquer deles, tinto, de feição.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Mercearias Finas 205

 

Não serão das mais utilizadas, na gastronomia portuguesa, as carnes de coelho e de pato, mas eu aprecio-as bastante. Um bom Coelho à Caçador, depois de passado, no tempero, por uma competente vinha de alho, pode bem ser um petisco saboroso e, quebrando a regra tradicional, eu só lhe substituo a batata cozida por frita.
Mas desta vez foi um peito de pato estufado, com umas airelas (arandos) em calda, e batatas fritas bem estaladiças, que vieram à mesa. Ultimamente, venho dando importância, no Douro, à casta Touriga Franca que era, de há muito, imprescindível no Vinho do Porto.
A casta fazia parte deste Flor das Tecedeiras 2008, que bebemos, do lote em companhia da Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinto Cão, nos seus 14º, de taninos já domados pela idade. E que estava muito bom portando-se à altura e qualidade do almoço, de há dias atrás.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Oportunidades

 


Eu creio que nunca paguei tão pouco por uma refeição de peixe: 2 euros por dois cantaris. A banca estava cheia deles, talvez uns cinquenta, assim pequenos como estes da imagem, e ostentava um letreiro a dizer "Promoção / 5 euros / quilo". Assados no forno, os bichinhos sairam muito bons. Apenas as espinhas é que são um pouco insidiosas, como as dos salmonetes, que, curiosamente, têm o mesmo tom de pele...

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Divagações 199

 

Ao fim da manhã, por essa altura e muitos anos atrás, a descida, a pé, da pequena colina do cemitério de Atouguia até ao centro da cidade, era pontuada pelas castanhas assadas e pela boa disposição infantil, a que os adultos davam permissão e guarida, apesar da época. Ao mesmo tempo, iam aparecendo pelas bancas do mercado, os diospiros e os marmelos.
Tradicionalmente, nos antigos depósitos de pão iam surgindo tijelas de marmelada, que as panificadoras também vendiam para fora, como hoje a Confeitaria Cister, na rua da Escola Politécnica, ainda vai expondo, com garbo, na montra. HMJ deu, cá por casa, início, com as gamboas, à abertura da época, com os ladrilhos em calda, que estavam muito bons.

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Segredo

 


Diz-me alguém, que muito estimo, que este é um dos mais bem guardados "segredos" do Chiado.
E é verdade, ainda ontem almocei lá uns magníficos filetes de pescada com um saboroso arroz de grelos, num ambiente agradável e tranquilo. A cozinha é boa, o serviço, atento, e a sala interior é sossegada, propensa a conversas amigas.


sábado, 2 de novembro de 2024

Mercearias Finas 204

 

Já as temperaturas convidam a pratos mais substanciais e, por isso, pedimos, ao almoço, uma Dobrada, que estava muito boa. E também os tintos vão ganhando aos brancos, na corrida...
Mas são as doçarias pré-natal que mais se manifestam, como pode ver-se pela imagem. E as broas castelar, já provadas, pelo recente fabrico e frescura, convidam e já se recomendam.



Quanto a sobremesas, só faltam por aqui os diospiros...

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Décima sétima

 

Dos clássicos, mais antigos e conceituados, só nunca provei o vinho Pêra Manca tinto, de que foi posta à venda, agora, a décima sétima edição, correspondente à colheita de 2018. Criado pela Fundação Eugénio de Almeida, pela primeira vez em 1990, habitualmente composto de um lote das castas Aragonêz e Trincadeira, esta última versão terá um preço de 350 euros. A colheita de 2023 já está a abeberar...

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Ilusão de óptica

 

Parecem rosas ao contrário, mas não são. São pequenos pimentos vermelhos que um agricultor cultiva com gosto e estética própria no seu quintal, aqui perto, e nos ofereceu...
Também são conhecidos como malaguetas sino e, mais popularmente, como chapéus de bispo. Seja como for, são uma beleza!

sábado, 28 de setembro de 2024

Divagações 197



Talvez por sermos, sobretudo agora, um país geograficamente pequeno, quase sempre fomos um povo de alma reduzida, desconfiada e invejosa, por onde sobressaem alguns gigantes: o infante D. Henrique, D. João II, Afonso de Albuquerque, o marquês de Pombal...
Até em coisas corriqueiras escondemos aspectos básicos de elementar saber, com medo de nos copiarem a receita e perdermos o negócio. É o caso, por exemplo da "discreta" Sogrape, que nunca revela as castas de que fez os vinhos, ainda que anteriormente, elas constassem, noutros produtores mais descomplexados, seguros de si, e que ela absorveu entretanto. É o caso do Planalto, branco, Douro, que fora da Casa Ferreirinha. 

Nota pessoal: por vias travessas, aqui vai o lote das castas, à partida, que a Sogrape não queria revelar - viosinho (25%), malvasia fina (20%), gouveio (20%), rabigato (10%), códega do larinho (10%) e moscatel (5%). Assim fica desfeito este mistério enológico de polichinelo.