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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Bibliofilia 127


Trago aqui à colação, na rubrica Bibliofilia, este folheto de 1929, com 36 páginas, de autoria do arqueólogo vimaranense coronel Mário Cardozo (1889-1983), pelo facto de ser o último exemplar, que a Sociedade Martins Sarmento (Guimarães) tinha à venda, deste opúsculo de pequena tiragem. Adquiri-o por 5 euros, na minha última deslocação a Guimarães.
Esta monografia sobre a Pedra Formosa, talvez a peça arqueológica mais emblemática do Museu da Cultura Castreja (Briteiros), muito documentada, está, porém, desactualizada. O monolito hexagonal irregular ( 2,90m. de largo, por 2,28m. de altura, com o peso de cerca de 5 toneladas), de que se conhecem referências desde o século XVIII, constituiu um mistério durante muitos anos, quanto à sua utilização primitiva. As hipóteses avançadas dividiam-se por: estela funerária, ara de sacrifícios ou frontão de habitação primitiva. Estudos recentes datam a Pedra Formosa de há cerca de 3.000 anos e apontam para que fosse integrante do interior de balneários da civilização castreja, e cuja abertura, inicialmente circular, daria acesso ao compartimento dos banhos a vapor.
A peça arqueológica, com desenhos decorativos toscos, mas muito interessantes, foi oferecida por Francisco Martins Sarmento (1833-1899), em 1897, ao Museu homónimo, de Guimarães, tendo transitado, em anos recentes, para a proximidade do local onde fora encontrada originalmente (soterrada), integrando, agora, o acervo do Museu da Cultura Castreja, em Santo Estevão de Briteiros.



Nota pessoal: não queria deixar de referir que a Sociedade Martins Sarmento, com o seu importante Museu Arqueológico, anexo, e um largo currículo, já centenário, em prol da Cultura portuguesa, se debate, a exemplo de algumas congéneres nacionais, presentemente, com grandes dificuldades financeiras, que comprometem o seu futuro.

domingo, 20 de maio de 2012

Especialização


O episódio conta-se em poucas palavras, mas ilustra bem os malefícios de uma excessiva especialização que perde de vista, muitas vezes, os mínimos sinais concretos de outras áreas e, sobretudo, da vida real. A história foi referida pelo historiador Cláudio Torres que, em 1991, recebeu o Prémio Pessoa, e que, mediante um trabalho aturado e consistente, pôs a bonita cidade de Mértola, no mapa da arqueologia e na agenda histórica de Portugal.
Contava ele que dois arqueólogos americanos, vindos de Los Angeles, que colaboravam nas escavações, em Mértola, lhe apareceram, um dia, todos lampeiros com 2 saquinhos de plástico, assépticos e muito bem fechados, contendo umas bolinhas pequenas, pedindo a Cláudio Torres que tentasse identificar estes "achados arqueológicos". Os portugueses, à volta, fartaram-se de rir: eram, simplesmente, caganitas de ovelha...