Mostrar mensagens com a etiqueta Paul Eluard. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Paul Eluard. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Citações CCXLVI


Na realidade, trabalha-se com poucas cores. O que dá a ilusão da sua variedade é saber colocá-las no seu lugar justo e certo.

Pablo Picasso (1881-1973), apud Paul Eluard, in Lumière et Morale.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Miscelânea para rematar o dia


Umas vezes, a gente procura, procura, e não encontra. Outras vezes, coisas curiosas vêm ter connosco.
Houve um tempo, na minha juventude, em que procurei saber tudo o que havia para saber sobre Stonehenge e, depois, sobre as esculturas colossais dos Moai, na Ilha de Páscoa. Mas não fiquei particularmente bem esclarecido.
Há dias, soube que o obelisco de 25 metros, da Praça de S. Pedro, no Vaticano, tinha vindo do Egipto para Itália, no tempo de Calígula. E que a lenda dizia que ele continha no seu interior as cinzas de Júlio César; outra história referia que o obelisco teria sido erigido, no Egipto, precisamente no local onde S. Pedro teria sido martirizado e morto...
E, hoje, inesperadamente, tive conhecimento que Picasso pediu muitas vezes a Eluard que desse títulos aos seus quadros. Vieira da Silva fazia o mesmo, mas com René Char.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Paul Eluard por Gérard Philipe


Eu sei que, para quem frequenta a Poesia, este é um poema excessivamente conhecido mas, talvez, nem sempre relembrado. E, por outro lado, estes versos célebres de Eluard são ditos de uma forma exemplar, num sóbrio tom de voz, por Gérard Philipe. Isso bastaria, para os deixar aqui. Nestes tempos de cólera surda e ditaduras sofisticadas e subtis.

para MR, naturalmente.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Patrocínios e filiações


Um apanhado sobre as epígrafes e títulos de alguns livros de escritores conhecidos dar-nos-ia um conjunto de frases emblemáticas, mas também seguros indícios sobre as preferências e ascendentes de influências de autores mais recentes, por parte de autores mais antigos, no tempo. Vem o caso a propósito de ter localizado e lido uns versos de Racine, insertos em "Bérénice":

"Dans un mois, dans un an comment souffrirons-nous,
Seigneur, que tant de mers me séparent de vous? ..."

Ora, as primeiras 6 palavras dos versos de Racine, foram usadas por Françoise Sagan (1935-2004), para título do 3º livro da escritora francesa (Dans un mois, dans un an, de 1957). Mas Sagan já era reincidente. Já para título do seu primeiro livro (Bonjour tristesse, em 1954) tinha utilizado palavras do poema "À peine défigurée" (Adieu tristesse,/ Bonjour tristesse...), de Paul Eluard.
Evidentemente que Françoise Sagan não é caso isolado, nem único. Em 1985, um poeta português utilizou, com alguma propriedade, no título do seu livro "Uma existência de papel", um verso traduzido do francês (de Rimbaud? Mallarmé? Baudelaire? - não me recordo, exactamente.). E muitos outros casos haverá, porventura, por essa literatura fora.
Resta-me acrescentar duas citações em apoio (um pouco cínico) destes "patrocínios" que, escritores mais jovens, vão procurar a escritores mais velhos e já consagrados, no tempo. Racine dizia: "toute l'invention consiste à faire quelque chose de rien". E, de uma forma mais crua, Raymond Chandler afirmou: "It doesn't matter a damn what a novel is about.The only fiction of any moment in any age is that which does magic with words".

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

De Eluard para Braque


Georges Braque

Um pássaro ganha altura,
Rejeita a nudez como um véu inútil,
Porque nunca teve medo da luz,
Fechado no seu voo,
Nunca sentiu a sombra.

Cascas de colheitas crestadas pelo sol.
Todas as folhas nos bosques dizem que sim,
Elas não sabem senão dizer que sim,
Todas as perguntas, todas as respostas
E o orvalho brota deste íntimo sim.

Um homem de olhos ligeiros descreve o céu do amor.
Ele reúne as maravilhas
Como folhas de um bosque,
Como os pássaros nas suas asas
E os homens quando adormecem.

Paul Eluard, in Nouveaux Poèmes (1926).