quinta-feira, 25 de outubro de 2012

De Eluard para Braque


Georges Braque

Um pássaro ganha altura,
Rejeita a nudez como um véu inútil,
Porque nunca teve medo da luz,
Fechado no seu voo,
Nunca sentiu a sombra.

Cascas de colheitas crestadas pelo sol.
Todas as folhas nos bosques dizem que sim,
Elas não sabem senão dizer que sim,
Todas as perguntas, todas as respostas
E o orvalho brota deste íntimo sim.

Um homem de olhos ligeiros descreve o céu do amor.
Ele reúne as maravilhas
Como folhas de um bosque,
Como os pássaros nas suas asas
E os homens quando adormecem.

Paul Eluard, in Nouveaux Poèmes (1926).

4 comentários:

  1. Gostei muito, do poema e do mosaico.
    Paul Éluard é um dos poetas que mais li na minha juventude.

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  2. Ainda bem, MR.
    Conheço um pouco mal a obra de Eluard.
    Bom dia!

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  3. Há muita gente que o considerada poeta fraco, mas eu gostava muito de o ler. :)

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  4. Não terá a densidade de um Char, mas não o considero poeta fraco.

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