domingo, 28 de outubro de 2012

Da janela do aposento 18: Sobre a ignorância



[Frei António de Beja, Contra os juyzos dos astrologos, Lisboa, Germão Galharde, 1523, fl. 1, recto e verso]

Em Julho do ano passado já falei aqui do livro em epígrafe, citando uma máxima do "Beate pater hieronime".  No entanto, voltei a pegar no livro de Frei António de Beja, impresso em Lisboa, por Germão Galharde no ano de 1523, e oferecido "aa christianissima senhora raynha dona Lianor". 
Transcrevo, do início do livro, o que o presente "breve tratado" pretende contrariar, a saber, "a opinião de alguns ousados astrologos (...)" que "ousam em público juizo dizer que a quatro ou cinco dias de Fevereiro do ano de 1524, por ajuntamento de alguns planetas em signo de piscis (= Peixes), haverá grande dilúvio na terra". 
Dito isto, e explicando resumidamente o título do livro, fixei o olhar numa afirmação de Frei António de Beja sobre a ignorância e que reza assim: "De muitos males (excelentíssima senhora) que traz consigo a ignorância e pouco saber, é este um grande que faz de ligeiro crer o que nos dizem". Embora confundindo, propositadamente, os contextos e os visados no "Breve Tratado", continuo a achar grande actualidade à definição da ignorância.

P:S: Apenas durante a elaboração do "post" me apercebi da coincidência com outra actualidade, i.e., remetendo para um dilúvio, previsto para o ano de 1524, quando o furacão "Sandy" ameaça as terras do Senhor Presidente Obama.

Post de HMJ

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