Ar de Inverno
Aves do mar que em ronda lenta
giram no ar, à ventania,
gritam na tarde macilenta
a sua bárbara alegria.
Incha lá fora a vaga escura,
uiva o nordeste aflitamente.
Que mágoa anónima satura
este ar de Inverno, este ar doente.
Alma que vogas a gemer
na tarde anémica, de vento,
como se infiltra no meu ser
o teu esparso sofrimento!
Que viuvez desamparada
chora no ar, no vento frio,
por esta tarde macerada
em que a esperança se esvaiu...
Roberto de Mesquita (1875-1924), in ...almas cativas.
Foi-me dado a conhecer por outro poeta açoriano: Pedro da Silveira. :)
ResponderEliminarTem alguns poemas, como este, bem bonitos.
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