segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pequena história (16) : ficção e realidade


Se daqui a 100 anos, alguém se debruçar e ler obras de ficção portuguesa dos anos 40, 50, 60 do séc. XX ( e poucas terão sobrevido, certamente, pela usura do tempo), aperceber-se-á, de imediato, das convulsões sociais da época, da pobreza e desesperança, em que tanta gente vivia. Os artistas, em geral, fossem eles pintores, cineastas, escritores, eram interventivos, e sentiam-se responsáveis por denunciar a injustiça das situações. Hoje, contar-se-ão pelos dedos de uma mão, os escritores que tomam esse aspecto como uma responsabilidade cívica, nas suas obras.
Mas esse entendimento humano já vinha de longe e também existia nos outros países. Basta ler Dickens, crítico da situação, na Inglaterra. Ou Steinbeck, com "As Vinhas da Ira". E tantos outros. A este propósito, será curioso lembrar o episódio em que Abraham Lincoln (1809-1865) encontrou e conheceu Harriet Beecher Stowe (1811-1896), celebrada autora de "A Cabana de Pai Tomás". Após a apresentação da escritora, o presidente americano disse: "Então esta é que é a pequena senhora que provocou a grande guerra?" -  referindo-se à abolição da escravatura e à Guerra Civil americana.

3 comentários:

  1. Sim, A cabana do pai Tomás fez mais no combate ao racismo que milhares de discursos e decretos. E não falo só nos EUA.

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  2. Acho que nunca tinha visto a cara de Harriet Beecher Stowe.

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  3. Conhecia-lhe 2 retratos, mas este descobri-o na altura do poste. E é bem mais bonito. Não consegui foi saber quem o pintou.

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