Um poeta é o mais utilitário dos seres. Preguiça, desespero, acidentes de linguagem, olhares singulares - tudo o que se perde, rejeita, ignora, elimina, esquece o homem mais prático, o poeta colhe-o, e pela sua arte dá-lhe algum valor.
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Aquilo que tu fazes melhor, isso é uma armadilha inevitável.
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A juventude não ama os objectos perfeitos. Eles deixam-lhe muito pouco para fazer e irritam ou aborrecem.
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O poema - esta hesitação prolongada entre o som e o sentido.
Paul Valéry, in Tel Quel II (pgs. 49, 54, 63).
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