Felizmente que as camisas havaianas berrantes, os chanatos chineses de plástico rasca e os calções desengonçados, que deixam à mostra as pernas branquelas e anémicas dos turistas aos molhos, não chegaram ainda a Canide, a Lavadores, nem sequer à Afurada. Os turistas pack-chapa-zero ficam-se pela Lello e pela torre dos Clérigos, e por aí se babam de pasmo incontinente e fotos sucessivas.
Deixaram-nos os areais limpos e o azul cobalto das águas, o silêncio maravilhoso da paisagem natural e o conforto de os olharmos, tranquilamente.
E, depois, com quatro sardinhas a cada um, uns nacos de broa e um branco da casa, fresquinho, na esplanada da tasca modesta, só ouvíamos falar português. Com moderação e sem selfies...
Ainda há outros mundos, felizmente, não poluidos de todo.
para A. de A. M., com grato reconhecimento, e em memória.