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quarta-feira, 15 de março de 2023

Regionalismos poveiros XI (últimos)







Da Póvoa de Varzim guardo o compromisso das palavras entre os homens, em seus múltiplos sentidos. Das casas (ruas Santos Minho, 31 de Janeiro, Luís de Camões) que, de ano para ano, ficavam apalavradas com os senhorios poveiros, bastando em Maio ou Junho ajustar a mensalidade; do banheiro (Mouco ou Da Hora) que respeitava o sector (30 ou 31) e a posição da barraca do banhista, escrupulosamente. A relação era sempre de mútua confiança.
E é rematando assim que dou conta dos últimos onze regionalismos poveiros, que escolhi da obra de José de Azevedo (1935) e que venho seguindo, por ordem alfabética.

1. Ugar - chegar a tempo.
...
1. Vasculho - rameira; mulher de má vida.
2. Vergalho - pessoa de má fama; ordinária.
...
1. Xaringar ou Xeringar - aborrecer; criar problemas; incomodar.
...
1. Zambrene - gabardina.
2. Zangarelha - resmungão; que incomoda toda a gente pelo seu mau feitio.
3. Zarro - muito fraco; trôpego; velho cansado.
4. Zieiro - vento gélido.
5. Zôcha - pião achatado, muito usado nos jogos dos rapazes.
6. Zoina - marota; atrevida.
7. Zueira - pessoa que ouve mal e embirra com tudo.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Mercearias Finas 46 : almoço de fim de ano


O meu amigo H. N., quando vem, deixa sempre largos vestígios da sua enorme generosidade aquariana. Por isso, eu tinha quase a certeza que ainda havia, nas gavetas por baixo dos Cd's, alguma caixa de elegantes e esguias cigarrilhas Cohiba. Havia: com 3 exemplares sobrantes; e ficaram 2.
Porque depois de um polvo guisado "à açoreana" que se desfazia como pudim flan, e um nobre Encruzado da Quinta de Cabriz, branco na sua singeleza aristocrática, só o tabaco ilhéu de Cuba, estaria à altura deste último almoço de 2011. Pelo meio, a memória convocou o capitão Nemo, de Júlio Verne, e os Beatles...
Aéreas mercadorias espirituais cruzadas com o aroma e fumo da Cohiba, pelo ar.
Pouco antes, os mexidos à Minhota, enriquecidos de bom mel, pinhão, passas e 4 ou 5 gotas de Madeira, celestiais no seu todo, convidaram, depois do café (60% robusta/ 40% arábica) a uma Aguardente velha S. João, Reserva, nos seus 40º macios e apaziguadores.
Por isso, a cigarrilha Cohiba era apenas o elo que faltava, o remate, a chave de ouro. Obrigado, H. N., e um bom ano de 2012!