Nos últimos dois ou três anos, o meu universo relativamente inocente de consumidora foi invadido por médios e grandes ladrões até chegar aos "mafiosos" em epígrafe. Não fossem os artigos esclarecedores de um Jean Ziegler, ou umas atitudes condenáveis do nosso caseiro Soares dos Santos, manter-se-ia, porventura, a minha ignorância quanto à dimensão do negócio alimentar.
No entanto, com a recente divulgação sobre o negócio da carne equina, o consumidor ficará mais esclarecido, ou desarmado, perante as práticas das grandes "cadeias" de distribuição. Mas vamos ao negócio da carne de cavalo que a imagem ilustra bem, mesmo com legenda em alemão.
Tendo como base de negócio a ilha de Chipre - já não é bom agoiro. Depois, o holandês Jan Fasen, na foto acima, parece que já ganhou 3,8 biliões de euros, embora sem deixar rasto da fortuna através de esconderijos virtuais, onde costumam parar dinheiros pouco limpos. Um francês, que transformou a dita carne em picado, terá ficado com qualquer coisa como 500 mil euros em poucos meses, porque a carne de cavalo custa, segundo informações recolhidas, 20 % da carne de vaca.
Com tanto negócio rentável, também se compreendem os investimentos que o DEUTSCHE BANK mantém no ramo alimentar, apesar das fortes críticas de ambientalistas e verdes na Alemanha.
No entanto, o que mais me preocupou foi o facto de 85 % do negócio, i.e., das vendas de produtos alimentares se concentrar, na Alemanha, nas mãos de 4 cadeias, entre elas Aldi e Lidl que também existem por cá. São elas, portanto, verdadeiras "amarras" para o consumidor, anulando, lentamente, a nossa possibilidade de opção de compra de bens essenciais, por outras vias, e estragando a colorida paisagem, ainda existente, do comércio tradicional.
Perante tudo isto, reforçou-se, obviamente, a minha atitude de comprar no mercado os frescos, nas mercearias o restante, evitando ao máximo as "grandes superfícies" ou "templos, foruns de consumo".
Em defesa das Teresas, Leonores, ou até Tiagos, de que tanto gosto e que permitem, sabe-se lá até quando, manter a minha liberdade de escolha.
Post de HMJ, dedicado à amiga vegetariana