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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Da leitura (49)



Do livrinho anote-se o bom gosto da impressão e os textos concisos, mas densamente informativos, que serviram de base e apresentação (folhas de sala) a várias mostras da BNP. Apraz-me registar esta pequena-grande obra do historiador João J. Alves Dias (1957), que nos chegou às mãos em boa hora.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Desabafo (75)


A parolice nacional, por vezes, excede a capacidade da minha tolerância e da minha paciência. A BNP, que foi capaz de ignorar ou omitir o centenário do nascimento de Eugénio de Andrade (1923-2005), desdobra-se agora em publicitar uma exposição sobre o faraó egipcio Tutankhamon. Eu imagino que se deve ao facto de usarem a palavra inglesa superstar no título da mostra da Gulbenkian. Nas mentes débeis, há palavras que têm efeitos mágicos. Outro exemplo é o termo procrastinar. E ninguém nos consegue livrar destas parvoíces mentais...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Desabafo (74)


Será que a BNP se esqueceu do centenário do nascimento de um dos maiores Poetas do século XX português?!... 
Digamos que é um tipo de amnésia cultural indesculpável, no mínimo.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Últimas aquisições (36)


Por razões várias as minhas compras de livros, usados sobretudo, têm diminuído substancialmente nos tempos recentes. As visitas aos alfarrabistas, por sua vez, também têm decrescido muito. A mais recente foi para ir buscar, à rua da Misericórdia, um livro que HMJ tinha reservado.
Não pude deixar de fazer uma rápida vistoria à banca central da loja e acabei por escolher 2 livros, em muito bom estado, que provavelmente teriam vindo da biblioteca da germanista Maria Leonor Machado de Sousa (1932-2021), que fora também directora da BNP. E que falecera em Setembro passado.
O livro editado pela Gallimard, em 1972, na sua colecção Poésie, decepcionou-me por não ter sequer um estudo introdutório à obra lírica do ensaísta e poeta francês. Pelo contrário, o célebre estudo de Marañón publicado pela Tavares Martins (Porto) teve um aparato gráfico e geral de muito boa qualidade. Editou-se em 1947, na sua versão portuguesa.

domingo, 19 de setembro de 2021

Em sequência, imagens e algumas palavras em volta



Não posso dizer, e ao que observei, que a repercussão à morte de José-Augusto França (1922-2021), na blogosfera, tenha sido muito intensa. Sobretudo se a compararmos com alguns desaparecimentos de outras figuras menos significativas e até em relação a óbitos recentes de figurantes estrangeiros. Embora com extensa bibliografia, o historiador de arte era uma personagem discreta - creio. O que talvez explique o facto.



Para lá da ficção, estudos e memórias, eu gostaria de destacar, da sua obra, a direcção e edição de 5 números de uma revista literária de grande qualidade e de vanguarda que ele editou entre 1951/6, e que por vezes, colectivamente, é apelidada de Córnios. A BNP, em Dezembro de 2006, de forma oportuna fez uma mostra documental e publicou um caderno bastante significativo, que teve a colaboração do próprio José-Augusto França. 



quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Marcadores 25


Os dois pequenos marcadores, em imagem acima, acompanhavam o pequeno encarte de 24 páginas, muito cuidado e executado no atelier Henrique Cayatte. O belo voluminho, com uma tiragem de 500 exemplares, dava conta e celebrava (2001) os trabalhos de restauro, feitos na BNP, do raro exemplar The Birds of America (1827-1838), do ornitólogo, pintor e naturalista John James Audubon (1758-1851), de que a Biblioteca possui o conjunto completo dos 4 tomos. A obra original teve apenas uma tiragem de 130 exemplares, sendo por isso muito rara e de alto preço. E é de grande beleza e rigor nas ilustrações.


em geminação temática e para MR, no seu Prosimetron.  


terça-feira, 5 de maio de 2020

Apontamento 134: Fontes para o Estudo da Língua


Ora, quando as efemérides servem para a divulgação de fontes, estudos e publicações interessantes, cá estamos nós, leitores, a apreciar e agradecer a iniciativa.

O presente trabalho de juntar o mais relevante, e de acesso digital, para o estudo da Língua, demonstra como o trabalho de pesquisa de uma Biblioteca Nacional é importante e indispensável. Um investigador individual levaria, certamente, muito mais tempo a reunir toda esta panóplia de informação. 

Se a lista da "Colecção Digital" foi trabalho de confinamento, apenas posso dizer: bem dito o tempo aproveitado para nos ajudar a consultar as obras do acervo da Biblioteca Nacional.

Post de HMJ

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Ainda vai a tempo


Com a qualidade a que nos habituou a BNP, para celebrar o centenário do nascimento de Jorge de Sena (1919-1978), apresenta-nos uma magnífica mostra alusiva, até 29 de Fevereiro de 2020.


Composta por bibliografia de e sobre o Escritor, correspondência e um acervo iconográfico notável.
A não perder, absolutamente.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Divagações 156 ( bibliográficas, também)


O rearrumo inesperado de livros, na biblioteca doméstica, para que me deu no final do ano passado e  que se tem vindo a prolongar, fez-me folhear alguns números antigos (1920, 1922 e 1932) da revista Anais das Bibliotecas e Arquivos (BNP), com proveito erudito, mas também aperceber-me, através de alguns catálogos recentes de casas leiloeiras, que compulsei em simultâneo, como o livro usado (tirando as raridades) tem vindo a baixar de preço de forma muito sustentada e inexplicável, ultimamente.


É sabido que só em muito raros períodos da História a economia acompanhou com afecto a literatura e as humanidades. O hoje comprova-o, ampla e barbaramente. Mas já nos anos vinte do século passado, o conceituado secretário da BN, Raúl Proença (1884-1941) se queixava e ameaçava, em encartes por ele assinados, que os almoços iam deixar de ser grátis e que a cultura custa sempre dinheiro.


Em compensação, contemplemos com prazer estético gratuito esta imagem de uma folha de um livro de Horas, dos Iluminados (nº 42) e manuscrito, que se guarda, preciosamente, na nossa Biblioteca Nacional... 

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Em anexo e geminação com a BNP...


São alguns dos primeiros livros de Fernando Echevarría, cronologicamente de 1958, 1963, 1974 e 1979. Se Tréguas para o Amor (Porto, 1958), obra que foi dedicada a Vitorino Nemésio e a Eugénio de Andrade, tem assinatura de posse manuscrita do poeta António Barahona da Fonseca (Maio 69), o livro Media Vita (Porto, 1979) ostenta dedicatória do Autor, para o autor destas linhas...



Finalmente, da prestigiada colecção Círculo de Poesia (Moraes Editores), imagem das capas de Sobre as Horas (1963) e A Base e o Timbre (1974).


Echevarría e Nemésio, na BNP


Para celebrar os 90 anos do nascimento de Fernando Echevarría (26/2/1929), a BNP tem uma pequena mostra da sua obra, patente ao público até 2 de Março de 2019. Sendo breve a exposição, sugere-se a visita às vitrines contíguas, na mesma sala, onde se expõem cartas, fotos de Vitorino Nemésio (1901-1978) e  de seus amores...

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Piedosos votos, os meus


Submerso pela mediocridade do seu século XVII, do ponto de vista literário, Francisco Manuel de Melo (1608-1666) foi um dos portugueses da época que mais mundo teve, em posições altaneiras. Mas também conheceu baixas prisões (Torre Velha [Trafaria], Torre de Belém - má enxovia na altura -, o Castelo de S. Jorge) e degredo no Brasil, onde terá feito um filho e um belo soneto, pelo menos. O homem era de grande qualidade, que o próprio Quevedo reconheceu e o teve por amigo e correspondente. Para além disso, um grande escritor, com obra ampla, em português de lei.
Creio que Manuel de Melo foi arredado, ultimamente, dos programas escolares, talvez por uma simplificação provinciana e reaccionária em relação àquilo que temos de melhor. E para facilitar a vida aos meninos e meninas, a quem se quer dar sempre festa e pouco pensar. Que havemos de fazer?
Foi com alguma emoção pessoal que me dei conta que a Livraria Olisipo, no seu próximo leilão* de 6 e 7 de Fevereiro, vai leiloar (lote 540) duas cartas autógrafas do Poeta Melodino, com uma estimativa prevista de venda entre 800 e 1.600 euros. Únicas, é óbvio que as cartas serão raríssimas e poderão até ser inéditas: não as encontrei, orientando-me pela data (9 de Março de 1650 e 1 de Julho de 1651, cujo ano está errado no catálogo da Olisipo, que regista 1950 e 1951...), na edição primeira das Cartas Familiares (1664), por exemplar na minha posse, que consultei.
Em tempos infaustos, deixámos ir para Harvard (E.U.A.) a riquíssima biblioteca de Fernando Palha, com exemplares únicos e raríssimos que poderiam ter ficado em Portugal. Perdeu o património nacional.
Se eu fosse director da BNP ou da Torre do Tombo não estaria sossegado, mas nervoso. E faria tudo aquilo que me fosse possível para que essas 2 cartas autógrafas de Francisco Manuel de Melo viessem a ficar à guarda, integrando o acervo, de uma das duas instituições portuguesas. Para memória futura e consulta de quem as mereça estudar.


* ver poste, no Arpose, de 16/1/2019.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Lembrete 60


Nem sempre as decisões são fáceis. Mas esta, de José de Guimarães (1939), parece-me, pragmaticamente, corajosa e feliz. Hoje, institucionalmente concretizada, pelas 18h00, na BNP.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Dos Saramagos


Do rústico assentador de baptismo, embriagado, que crismou o nosso Nobel com a alcunha da família, Saramago, sabia eu a história. De Alfredo Saramago, que escrevia, alentejano, sobre gastronomia, e que, na BNP, não terá deixado boa memória, também. Assim como conhecia, de nome, António Saramago, enólogo e produtor da Península de Setúbal e do Alentejo, que ainda hoje exerce e, ao que parece, bem, o seu ofício. Mas nunca lhe provei os vinhos.
Mas, do saramago terrunho e rasteiro, só lhe sabia o nome e nem sequer as feições. Lineu chamou-lhe assim, em latim: raphanus raphanistrum. Sobre eles, falou Jaime Lopes Dias ("Cozinha e Alimentação na Beira Baixa", 2003, Alma Azul), com conhecimento e causa: "Vegetais de folha larga e recortada, de cor verde escura. Nascem espontaneamente entre as culturas cerealíferas. Substituem as couves, quando estas faltam. São muito procurados para viandas dos porcos."
E parece que das raízes dos saramagos, que são tenras, também se podem fazer saladas, para além de sopa. Há que louvar uma planta assim!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Bibliofilia 90


É, provavelmente, a gralha maior que atingiu os prelos portugueses, no que diz respeito a livros de poesia, este "Orbas" (sic), de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), impresso em Coimbra, no ano de 1768, na Officina de Luiz Secco Ferreira. O facto não abona, em nada, o profissionalismo e cuidado deste impressor conimbricense.
Muito pouco estudado em Portugal, embora Vitorino Nemésio lhe tenha dedicado um pequeno ensaio (Bertrand), seguido de uma antologia, este poeta, nascido no Brasil, ao que julgo, nunca mais terá sido reeditado, por cá. Diferentemente do Brasil, até porque a sua morte, na prisão, por pertencer à Inconfidência Mineira, nunca foi devidamente esclarecida (Assassinato? Suicídio?), e ainda hoje provoca controvérsia.
O exemplar da minha biblioteca foi comprado em meados dos anos 80, por Esc. 2.800$00. O preço não elevado, uma vez que o livro não é frequente, deve-se ao facto de lhe faltar o frontispício, que foi substituído por uma fotocópia (a imagem, neste poste, reproduz o frontispício do exemplar da BNP).
No recente leilão de Pedro de Azevedo, aqui anunciado, havia um exemplar (lote 215) semelhante, mas com a folha de rosto original. Tinha uma estimativa de venda entre 100 e 200 euros.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Os defensores do Templo


No passado dia 10 de Junho, e na BNP que abriu propositadamente para o efeito, o Prof. Dr. João Alves Dias deu-nos notícia da existência, muito fundamentada, de uma nova versão do primeiro poema impresso de Luís de Camões, incluído no Colóquio dos Simples e Drogas da Índia, de Garcia de Orta, editado pela vez primeira em Goa, no ano de 1563. A comunicação do Investigador serviu de bom prefácio à exposição que a BNP inaugurou. Tive o grato prazer de assistir.
Hoje, no DN, Vasco da Graça Moura saíu-lhe à estocada, pelo feito.
Camões sempre teve os seus Sumo-sacerdotes que, mal ou bem, lhe defenderam o Templo. Refira-se que os bons pastos são poucos e muitos os pastores...
Quando Jorge de Sena, nos anos 60, começou a estudar Camões, o Sumo-sacerdote Pimpão, saíu-lhe ao caminho de cajado em punho, verberando-lhe a ousadia. E tentou fazer-lhe a vida negra, até no Brasil.
Entre a generosa inclusão de Hernâni Cidade e a usura exclusiva de Costa Pimpão, vão dezenas e dezenas de páginas, e  a obra camoniana tem dado para tudo, pela sua grandeza.
O mesmo vai acontecendo com a pessoana da arca sem fundo. Também aqui há alguns Sumo-sacerdotes.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Audubon


A imagem da Grande Garça Azul, que encima este poste, pertence à segunda edição ( mais pequena em formato, mas com 8 volumes) de Birds of America, de John James Audubon (1785-1851). A edição princeps (1839), em 4 volumes, de que se não conhecem muito mais do que 130 exemplares, é considerada uma das obras mais emblemáticas da bibliofilia norte-americana. Afortunadamente, a BNP possui o conjunto completo da 1ª edição, que foi restaurado em 2001.

para MR, em troca.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Da Janela do Aposento 33: Impressos e Livros



Antes de ser livro, é preciso que um impressor imprima um qualquer texto numa folha de papel. A folha pode, solitariamente, continuar a sua vida, mantendo-se como folha volante.
E como qualquer vida tem um início, também as primeiras folhas saídas de prelos portugueses têm uma data de nascimento. Neste dia, dedicado ao livro, gostaria de apresentar, portanto, o “primeiro impresso português conhecido”, com data aproximada de circa 10 de Abril de 1488, divulgado, em 1996, por João Alves Dias.


Summario das graças, ANTT

No entanto, e para haver livro como o conhecemos hoje, era preciso que as folhas se dobrassem – uma, duas ou mais vezes – para formar os cadernos, de maior ou menor tamanho conforme as dobras. Depois de juntar os cadernos numa sequência organizada, o conjunto do “livro” seria vendido, em cadernos, para ser encadernado ao gosto do leitor.
Por vezes, as pastas das encadernações, como a da imagem seguinte, eram feitas de folhas impressas antigas, revelando, a investigadores atentos, persistentes e dedicados, segredos bem guardados durante séculos.


BNP, Res. 91 P

Foi o que sucedeu, em 2012, como ficou registado na seguinte notícia.



Para todos aqueles que gostam de folhear, ler ou estudar livros, deixo a imagem de uma pequena brochura que explica mais sobre a história do objecto que hoje se pretende celebrar.


 Post de HMJ, dedicado a JAD

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Filatelia LXIV : Raul Rego, BNP e Liberdade


No panorama algo desolador, pelas circunstâncias, de acontecimentos culturais de relevo promovidos por instituições públicas, a agenda da BNP (Biblioteca Nacional de Portugal) é uma honrosa excepção, revelando um dinamismo digno de louvor e admiração. É certo que lhe anda associada imaginação, apoios desinteressados ou mecenáticos, e muito trabalho de quem lá exerce o seu labor quotidiano.
Hoje, foi a vez de uma exposição para celebrar o centenário de Raúl Rêgo (1913-2002), bibliófilo distinto, jornalista e combatente pela Liberdade. Mostra que incluía algumas obras da sua vasta e importante biblioteca. Em boa hora, os CTT de Portugal se associaram, muito justamente, à efeméride, emitindo um selo alusivo e proporcionando um carimbo de 1º dia, aposto na BNP.
O acontecimento contou com a presença sempre simpática de Mário Soares, que lembrou alguns episódios das suas lutas comuns pela causa da Liberdade, em Portugal. E de João Alves Dias que ilustrou, com afecto e sapiência, a figura exemplar de Raul Rêgo nos seus amplos aspectos de humanista.

Recomendado : trinta e oito - Bluteau


Para acompanhar e melhor fundamentar a sua exposição sobre o magistério e obras de Rafael Bluteau (1638-1734), em boa hora fez a BNP editar (2013) este magnífico catálogo organizado por João Paulo Silvestre.
Entre muita outra informação, lá encontraremos explicações sobre a origem, significado e uso de palavras tão diversas como: meco, pachorra, resmonear, trabucar, xué...
Aqui fica a recomendação. A tiragem é de apenas 750 exemplares.