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domingo, 9 de setembro de 2012

As escolhas de Proust


Na página 73 de "Como Proust pode mudar a sua vida" (livro de que falei recentemente), de Alain de Botton, vem referida uma resposta do romancista francês, a um inquérito que lhe fizeram, sobre as suas 8 pinturas preferidas, no Museu do Louvre. Para a época, parece-me uma escolha que denota um gosto de cariz conservador.
A resposta é, também, hesitante e, muito embora haja uma opção por 6 pintores, já a escolha das obras é algo vacilante. Mas aqui vão as escolhas de Marcel Proust:
1.  De Watteau, "L'Indifferant" ou "L'Embarquement";
2. Três quadros de Chardin: um auto-retrato, o retrato de sua mulher e "Nature Morte";
3. "Olympia" de Manet;
4. Um Renoir, ou talvez "La Barque du Dante" ou "La Cathédrale de Chartres", de Corot;
5. "Le Printemps" de Millet.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Recomendado (sob condições) : trinta - Alain de Botton


É um livro leve, mas não ligeiro - no sentido de literatura light -, este "Como Proust pode mudar a sua vida", de Alain de Botton (1969). Comparável ao que eu chamo um "vinho de varanda", um rosé agradável para beberricar no Verão. Mas que não levaríamos para o solene interior de uma mesa, com convidados, mesmo que fossem amigos. E a refeição fosse ligeira.
É um livro para ler em férias, na praia, porque não obriga a grande concentração, embora esteja juncado de citações proustianas e, desagradavelmente, as não destaque (faltam as aspas, ou o itálico) nem as localize, como seria devido e de norma. A Dom Quixote teve também o mau gosto de imprimir, logo na capa (canto superior esquerdo): "«Deslumbrante» John Updike", como a recomendar - fez mal, e é saloio. Por outro lado, há ilustrações, no interior da obra, perfeitamente inúteis e despropositadas. Apelidam Alain Botton de filósofo, o que me parece uma enorme falta de rigor. É por isso um livro tocado por imperfeições várias.
Dito isto, com intuitos de advertência e recomendação condicionada, para ser justo, terei também de dizer que é um livro que se lê com muito agrado, e sem sacrifício, pelo gosto de ler. Desliza fluidamente a nossos olhos, provoca associações interessantes. E, além disso, para quem não consegue (como eu) ler "À la recherche du temps perdu", familiariza-nos com a obra de Marcel Proust. Publicado em 2009, "Como Proust pode mudar a sua vida", de Alain de Botton, é um livro de férias, para ler na praia.
Não lhe devemos pedir muito, mas dá-nos alguma coisa: pelo menos, o prazer de uma leitura leve. Também pode acompanhar um "rosé", num fim de dia calmoso, numa esplanada visitada pela ligeira brisa marítima. Livro e "rosé" estão bem, um para o outro...