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domingo, 3 de fevereiro de 2019

Desabafo (42) : a excepção e o hábito


Rara é a semana que não vou a uma livraria. Maioritariamente, a um alfarrabista. Por isso me surpreendo daquelas e daqueles que fazem desse facto uma festa e o anunciam aos quatro ventos, numa explosão de alegria incontrolada e acontecimento memorável.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

As pequenas livrarias


Só quando me não resta outra alternativa é que me dirijo à FNAC ou à Bertrand, para comprar livros.
Ontem, tive o grato gosto de entrar na Livraria Escriba, na Cova da Piedade, onde num espaço exíguo, em que, por uma sábia gestão e selecção de qualidade, eu consigo encontrar, quase sempre, tudo aquilo que pretendo. É um autêntico milagre como a Livreira-dona o consegue, numa área tão pequena, arrumar o melhor do que se vai publicando em Portugal.
A única excepção, mas por culpa da distribuição, que não da Senhora, é fazer a aquisição de um livro de Luísa Costa Gomes, sobre a Caparica, que eu encomendara. E foi assim que começámos a conversa...
As editoras tratam as pequenas livrarias com sobranceria, atendem-nas em último lugar. Mas a Livreira tem isso em conta, sabe-o por experiência e não se exaspera. Sabe esperar. A seu favor, tem apenas o gosto das suas escolhas e o clube de fãs - como lhe chamou. E que são os seus clientes fiéis.
E foi assim que lá encontrei os 3 números da revista Electra, já publicados e que eu há muito procurava. A revista tem uma excelente qualidade gráfica, ao nível da Colóquio, da Gulbenkian, embora num outro patamar e conteúdos, e bons colaboradores. Como editor, António Guerreiro, que é sempre uma garantia...


terça-feira, 12 de junho de 2018

Província e livrarias


Eu creio que a paisagem livreira, em Évora, não se alterou desde que eu lá estive, pela primeira vez, no início dos anos 60. Apesar da Universidade, depois de instalada. Continua a haver uma única  média livraria, na praça do Giraldo. Voltei a visitá-la, em Maio passado, e a mesma insuficiência se notava. As duas empregadas pareceram-me também muito pouco habilitadas para a função. E as prateleiras e estantes estavam adornadas de títulos e capas espalhafatosas que se podem encontrar na Staples, nas lojas híbridas dos CTT ou em qualquer grande superfície - em suma, o trivial mediocre.
Agora, em Guimarães, e no início deste mês de Junho, o desconsolo foi maior...
Nos anos 50, a cidade tinha duas boas livrarias: a Casa das Novidades e a Livraria Lemos, ambas na rua da Rainha. Eu era cliente da primeira, em que me abastecia de produtos de papelaria e livros escolares, mas também lá ia comprando os volumes iniciais da minha ainda incipiente biblioteca. Depois, nos anos 60, abriu, na rua de Santo António, a então moderníssima Livraria Raul Brandão, que ficava quase em frente da Gráfica Minhota, que também tinha livros para venda. Mais tarde, e na rua Gil Vicente, inaugurou-se a Orfeu. Assim, nos anos 80, Guimarães contava com 5 boas livrarias.
A Livraria Raul Brandão foi a primeira a fechar. A Lemos foi-se reconvertendo e, hoje, mais parece uma loja de decoração; quando lá entrei, no princípio de Junho, não teria mais do que 50 livros expostos, para venda! A Orfeu, na Gil Vicente, parecia uma loja de lembranças para turistas pouco exigentes. E a minha querida Casa das Novidades, onde pontificava, dinâmico e sabedor, o Ginha, no meu tempo, abastardara-se de tal modo, que nem se notava que fora uma livraria de referência. Quem diria que Guimarães, a exemplo de Évora, tem agora também um polo de ensino da Universidade do Minho?!
Que tristeza...

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Os acantonamentos nacionalistas, ou o estreitamento dos horizontes (culturais)


Na Lisboa antiga dos anos 60, eu era um felizardo. Para além do acesso a uma pequena, mas bem escolhida, biblioteca da embaixada japonesa, por onde li (em ingles) várias centenas de haiku e outras poesias nipónicas, tinha na Av. Duque de Loulé, à minha vontade, várias centenas de clássicos norte-americanos, para ler, gratuitamente, no Centro Cultural estadunidense. Depois, havia uma Livraria Britanica, perto do Cais do Sodré, duas livrarias espanholas bem abastecidas, uma delas muito próxima da Almirante Reis. E ainda havia a Buchholz. Sem esquecer as grandes livrarias portuguesas que eram pródigas em livros franceses, ingleses, espanhóis e teutónicos. Na verdade, Lisboa, nessa altura, era muito mais cosmopolita (e lida), culturalmente.
Hoje, é a miséria que sabemos, apesar da FNAC, que foi encurtando o seu espólio de escolha, pouco a muito, mesmo em obras gaulesas. Fechou entretando a Portugal, a Clássica, e a Sá da Costa hoje transformada em antiquário empalhado, com livros a custos à moda do Porto, que pouco acrescenta ao panorama livreiro. Restam 2 ou 3 alfarrabistas importantes. Mas noutros países, o mesmo vai acontecendo. Aqui, por Koblenz, é impossível encontrar "L'Obs." ou o TLS, para comprar. E, quase esgotada a minha reserva de livros para ler, pedi conselho (a quem sabe) sobre uma livraria da cidade, onde eu pudesse escolher obras, em língua inglesa ou francesa. Depois de muita pausa, foi-me indicada a Reuffel, no centro de Koblenz. E lá fui.



O panorama foi desconsolador. De livros ingleses, tirando os dicionários, havia meia prateleira, e grande parte dos títulos (talvez 30)  era para consumo escolar do Liceu (Shakespeare, Huxley...). Trouxe um James Baldwin, Sonny's Blues. Os livros franceses sempre ocupavam mais comprimento, talvez duas prateleiras, e aí uns 100 títulos, quando muito. Em desespero de causa, de lá trouxe La Cache, de Christophe Boltanski. Autor para mim desconhecido, tirando o facto de ser colaborador do Libération e o livro ter recebido o Prémio Femina de 2015. Dois tiros no escuro, a bem dizer...


Parece poder concluir-se que, apesar do linguajar norte-americano globalizante e cheio de erros e abreviaturas internéticas que por aí se fala e escreve, os europeus väo lendo cada vez mais e apenas nas suas próprias línguas nacionais. Ao menos, em papel.
Patrioticamente?

terça-feira, 18 de julho de 2017

Do que fui lendo por aí... (10)


É uma longa enumeração. Como o próprio título (sugestivo e tentador) indica, de Livrarias. Que vão da Shakespeare and Company (Paris) à Bertrand (Lisboa), considerada a mais antiga do mundo, em exercício. De particular incidência nas sul-americanas. Com pequenas histórias entremeadas, e alguma erudição.
Este livro de Jorge Carrión (Tarragona, 1976), Livrarias, editado pela Quetzal, em Maio de 2017, lê-se... mas não o recomendo, de modo nenhum.

sábado, 22 de dezembro de 2012

As novas livrarias?


A notícia, lida no "Obs", deixou-me perplexo, mas curioso.
Para lutar contra a concorrência da Net e das novas tecnologias que, apoiando a leitura, prejudicam, irremediavelmente, o comércio livreiro, foi inventada uma máquina, em 2007, que produz livros, em cerca de 5 minutos, já encadernados - se for essa a opção do comprador. A reprodução abrange, para já, 8 milhões de títulos e o preço de um livro de 100 páginas é de 4,50 euros. Até hoje, foram vendidas cerca de 60 destas máquinas especiais que ocupam um espaço de 2 metros quadrados e a que chamam provisoriamente Espresso Book Machine (EBM). Trinta delas estão em funcionamento nos E. U. A., 1 em África, e as restantes, estão espalhadas pelo mundo. O preço da EBM é alto: 70.000 euros. Mas se tiver uma produção a tempo inteiro, o investimento pagar-se-á em 11 anos.
Em Santa Cruz, na Califórnia, há uma destas novas livrarias. Não tem livros, mas muito papel em branco e uma enorme máquina, no centro da loja, onde existe apenas um empregado que, provavelmente, pouco saberá de obras literárias, mas domina muito bem o trabalho informático. O presumível leitor-comprador entra e pede, por exemplo, um exemplar de "Madame Bovary", ao empregado. Este sintoniza a EBM, fazendo a ligação para um banco de dados, e põe-na a trabalhar, enquanto o freguês vai tomar um café. Quando regressar, o livro está pronto para ser levado e lido. Evitam-se os fundos, o transporte e as devoluções. Mas creio que se perde, no meio disto, alguma coisa...
Talvez para efeitos de propaganda, foi lançado um concurso para dar um nome mais simpático à máquina EBM. Há já algumas sugestões, no ar: Opus, Lurch, Homer, Gutenborg.

sábado, 28 de abril de 2012

Um roteiro sucinto lisboeta



Não será completo este itinerário. E, nalguns casos, estará um pouco desactualizado, mas é sempre útil. Pessoalmente, eu acrescentaria, para livros usados em geral, que não raros, a livraria "Barateira", na Rua Nova da Trindade; e ainda a Livraria "Antiquária do Calhariz", no Largo homónimo, a "Olissipo", no Largo Trindade Coelho. E, finalmente, a Livraria Campos Trindade, na Rua do Alecrim, nº 44.
Entretanto, a "Artes & Letras" já não tem a dirigi-la o simpático Luís Gomes. E a "Histórica e Ultramarina", pouco depois da morte do Sr. José da Costa e Silva [ Almarjão ] (3/1/1920 - 7/11/2008), fechou - estas as actualizações de um percurso lisboeta, para quem goste de livros.