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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Uma fotografia, de vez em quando... (105)


Não tenho nada contra a fotografia a cores, mas, do ponto de vista artístico, talvez por mero capricho pessoal e subjectivo, prefiro-a a preto e branco. No seu despojamento desabriga-se assim, em grande parte, dos eventuais rodriguinhos que perturbam, muitas vezes, a arte mais autêntica, quando a cor a vem decorar e, muitas vezes, ornamentar, nem sempre da melhor forma estética.
Daí, nesta temática específica do Blogue, eu privilegiar os artífices do preto e branco. Mas abro excepções, como agora, referindo uma exposição da Hayward Gallery (Londres), que decorre até 22 de Abril, do talentoso fotógrafo alemão Andreas Gursky (1955) e que inclui 68 fotografias.



Seleccionei apenas instantâneos de paisagens, em que o ser humano não aparece. Mas Gursky não os exclui dos seus trabalhos, embora os retrate, normalmente, em colectivo, parecendo evitar a pose individual e muito próxima. E privilegiando aquilo que um crítico denominou, à falta de melhor caracterização, de "autocratismo abstracto".
Artista exigente, com preocupações políticas de defesa do ambiente e grande desconfiança em relação à globalização, a sua obra é reconhecida por um estilo de grande rigor e exigência, onde talvez se possa inserir o facto de, em média, produzir apenas oito fotografias por ano.
Andreas Gursky é professor na Kunstakademie de Düsseldorf.



À guisa de localização, posso adiantar que a primeira fotografia se intitula Rhein II, a segunda foi captada na Inglaterra, e a última  tirada no Bahrain.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Heinrich Heine


Heinrich Heine, escritor alemão de origem judaica, que se converteu ao Cristianismo, nasceu em Düsseldorf, a 13 de Dezembro de 1797, e veio a falecer, em Paris, a 17 de Fevereiro de 1856. O poema que se traduz terá sido escrito na fase final da sua vida (1853-1856).

Escarneci, dias e noites,
Tanto dos homens como das mulheres,
Cometi grandes tolices,
Mas a prudência soube-me a pior.

A criada engravidou e deu à luz -
Para quê tanta lamúria?
Quem nunca foi insensato
Na vida, jamais será um sábio.


Nota: a tradução para português é de HMJ, com ligeiros retoques de APS.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Quarto crescente


O crescente lunar lembra-me sempre Mértola, por variadas razões. Mas só hoje reparei que a Lua está a nascer quase a Sul e, por isso, não a via, da varanda a leste. Foi preciso caminhar, por onde outrora uma mata densa, de uma Quinta antiga, crescia - hoje urbanizada -, para vê-la, magnífica no seu Quarto crescente. O luar dava para ver as oliveiras sobreviventes já podadas, o aloendro ainda florido, a relva recém-cortada. Mas onde íamos, não fomos: era o dia de folga.
Há sítios de nenhures, nos subúrbios, onde nascem oásis inesperados. Onde estamos, como podíamos estar em Düsseldorf, numa esplanada sobre os canais de Leyden a ver cumprir as praxes sobre os caloiros da Universidade. Numa pequena casa de chá de Kew Gardens. Ou num pátio interior de Antuérpia, a descascar mariscos do Mar do Norte, bebendo um "Riesling", em jubilosa amenidade e fraterna companhia. Em volta, apenas um rumor em "sotto voce", a música ambiente bem timbrada, mas discreta, que acorda as nossas palavras íntimas. E as crianças, não uivantes, se entretêm à volta, harmoniosas, sem gritos estridentes.
Dizer que estamos a 4 quilómetros da Las Vegas suburbana, ninguém entenderia. Eu próprio tenho dificuldade em acreditar. Não decorei o nome do café-restaurante-esplanada. Nem isso importa muito. Sei onde é. Mas chamemos-lhe, simbolicamente: Oásis. Ou de uma forma mais simples - Europa.