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domingo, 11 de agosto de 2024

Rigor quando é possível


Até já, até logo, até mais, até ver, até sempre, adeus.
Em despedidas, eu tento ser exacto nas palavras que aplico, ao tempo de separação previsto.
Por isso, também costumo ser poupado nos verbos amar e adorar, que costumam ser usados  perdulariamente, por cá. Então, no Brasil, nem se fala na generosidade de mãos rotas, daquela gente exuberante e tropical...



segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Uma quadra (popular?)

 


A nossa língua tem coisas
que bem merecem estudo:
O que tem telha é telhado
E quem tem telha é telhudo.

domingo, 11 de junho de 2023

Curiosidades 99



Hoje em dia incorporamos, com excessiva facilidade e lassidão mental, novas palavras de outras línguas, sobretudo do inglês, sem sequer, muitas vezes, nos darmos ao trabalho de as adaptarmos ao português, ao contrário do que os criativos e expeditos brasileiros costumam fazer - honra lhes seja! 
Mas nem sempre foi assim: já demos palavras ao mundo.
Ainda há pouco tempo atrás fiquei surpreendido ao saber que as palavras mandarim e fetiche têm origem portuguesa, e que outros países (França, Inglaterra...) as vieram a adaptar. A primeira vem do verbo mandar; e o segundo termo, vem de feitiço.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Apontamento 134: Fontes para o Estudo da Língua


Ora, quando as efemérides servem para a divulgação de fontes, estudos e publicações interessantes, cá estamos nós, leitores, a apreciar e agradecer a iniciativa.

O presente trabalho de juntar o mais relevante, e de acesso digital, para o estudo da Língua, demonstra como o trabalho de pesquisa de uma Biblioteca Nacional é importante e indispensável. Um investigador individual levaria, certamente, muito mais tempo a reunir toda esta panóplia de informação. 

Se a lista da "Colecção Digital" foi trabalho de confinamento, apenas posso dizer: bem dito o tempo aproveitado para nos ajudar a consultar as obras do acervo da Biblioteca Nacional.

Post de HMJ

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Titular com os pés


Ora reparem-me neste cabeçalho de notícia, do jornal Público de hoje.
Terá de provir, naturalmente, de uma cabeça muito desarrumada, pelo menos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Da riqueza e dificuldades da língua portuguesa (3)


A contenção é rara entre os latinos, e uma virtude nobre se acontece. O barroco é grandemente sulista, na sua verborreia decorativa de brilhos e dourados. A concisão dos nossos anexins ou adágios de lapidar sageza contrapõe-se, desabrigada, à multidão, quase toda redundante, de epopeias portuguesas que, depois de Camões, enxameou os nossos séculos XVII, XVIII e XIX. Para culminar e acabar talvez, em 1972, com as QVYBYRYCAS, de A. Q. Grabato Dias (1933-1994), editadas em Moçambique, com competente prefácio de Jorge de Sena (1919-1978).
Esta lusa falabaratice desbragada contribuíu, certamente, para a inexistência de uma filosofia genuinamente portuguesa que orientasse, projectasse e arrumasse os nossos desígnios mais íntimos e os encaminhasse para objectivos maiores e essenciais. Não raro, até os nossos, por caridade chamados, proto-filósofos - de quem, por pudor cristão, não refiro os nomes - frequentemente, pelos seus textos desorganizados, se perdem em obscuros labirintos, por onde o seu pensamento e teorias se fragmentam, estiolam e perdem, em definitivo, por terras sáfaras de nenhures.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Desencontros


A menina da caixa do pequeno supermercado citadino, loura por adopção e bem tratada, embora um tanto ou quanto perliquitetes, após passar o terceiro artigo pelo visor da caixa, perguntou-me:
- É só, meu amigo?
Era ainda manhã cedo e eu não estava predisposto para tanto afecto. Retorqui-lhe:
- Mas eu não a conheço de lado nenhum: é a primeira vez que a vejo. Um amigo demora anos a fazer!...
E ao recolher o troco, ainda acrescentei:
- Tem que ser mais rigorosa com a língua.
Mas não deixei de ficar com o resto da manhã estragada.
Embora ela me tivesse pedido desculpa.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Mia Couto no TLS


Eu não poderia deixar de registar o facto.
Creio que é a primeira vez que vejo e leio, no TLS (nº 6058), um texto de colaboração de um escritor de língua portuguesa. Traduzida para inglês por Miranda France, a crónica de Mia Couto (1955) aborda as consequências nefastas para a sua terra natal (Beira, Moçambique) do recente ciclone Idai. Mas faz também referências às suas recordações de infância, aquando da passagem (1962)* do ciclone Claude, pela Beira, que lhe deixaram impressões terríveis e imorredouras.
Só lamento que esta inesperada crónica, originalmente escrita em língua portuguesa, tenha surgido pelas piores razões, no jornal literário britânico.
Numa perspectiva muito secundária, dou-me a pensar que, das ex-colónias portuguesas, é Moçambique (bem como Cabo Verde), proporcionalmente à população, que detém o maior número de artistas e escritores de qualidade e a nível internacional. E desde há muito. O maior novo país, Angola, no passado, só pode responder com Luandino Vieira, praticamente. Embora, hoje em dia, Agualusa e Pepetela possam também ser citados. Não refiro Ondjaki, porque não conheço a sua obra, suficientemente.

* Em tempo (24/5/19):
   no último TLS (nº 6059) e em carta ao director, Eugénio Lisboa (1930) corrige Mia Couto, referindo que o ciclone Claude passou por Moçambique em Janeiro de 1966, e não em 1962.                             

domingo, 12 de maio de 2019

Da riqueza e dificuldades da língua portuguesa (2)


Terminei com prazer, gosto de leitura e o sentimento do dever cumprido os três últimos contos de Noite de Fogo, de João Araújo Correia (1899-1985). Ao lado, ia apontando as palavras que não conhecia. E a colheita deu quatro vocábulos, para depois os ir ver ao dicionário. Eram eles:
1. Escalhar
2. Leicenço
3. Cardenho
4. Barbisco.
Só encontrei o significado de duas das palavras, nos dicionários cá de casa. Leicenço, que é um furúnculo, e Cardenho, com o significado de: pequena casa térrea onde dormem os jornaleiros. Conjecturei que Escalhar, pelo sentido, poderia ser cozer (uma bebedeira). Finalmente, Barbisco, pela sequência no texto, deveria ser um peixe de rio, talvez da família do barbo.
Se não cheguei lá, em absoluto, devo ter andado perto. Que não se diga  que escritores como Araújo Correia são difíceis de ler e dão muito trabalho. É sempre compensador descobrir uma palavra nova da nossa língua portuguesa, e que não conhecíamos. Mais ainda, quando rigorosamente aplicada.

P. S.: pergunto-me muitas vezes, assim como se pergunta decerto quem tem biblioteca em casa, quantos livros terei nas estantes. Mas só hoje me perguntei, inopinadamente, quantas palavras portuguesas conheço ou uso, no meu quotidiano. Se dos livros posso ter uma vaga ideia, quanto ao meu léxico pessoal, não faço a menor ideia. E não ouso sequer arriscar um número.
Especialistas norte-americanos estimam que o adolescente médio, no seu país, actualmente, utiliza um paupérrimo léxico de 50 palavras, fora os grunhos. Estudiosos franceses da obra de Simenon referem que o escritor belga, nos seus livros, não excedia a utilização de 2.000 palavras.
Na média, é que está a virtude - diz o povo. Por isso, é provável que eu ande ou andemos por aí... 

domingo, 21 de outubro de 2018

Glosa (14)


Na entrevista de hoje, no jornal Público, Vasco Pulido Valente refere, peremptório : "Os portugueses têm uma segurança que ninguém tem. Inabalável."
Parece-me um clamoroso erro de palmatória. Quando muito, oscilamos. Entre insegurança e confiança em nós mesmos, duvidosos e bipolares. Almejando, do exterior, um apoio incondicional que nos subscreva ou confirme. Esperando, tímidos, um aval externo e simpático.
Que povo haverá no mundo que, em leilões de livros tanto privilegie a temática : Portugal visto por estrangeiros. Ou que, outrora francesismos, presentemente, use tantos anglicismos (e americanismos), para explicar as coisas mais simples... Será por provincianismo endémico? Para, erroneamente, tentar reforçar o que se diz, com um cosmopolitismo parolo? Ou para alardear cultura?
Eu julgo que é por insegurança. Falta de vocabulário e pobreza de imaginação. Ou será por vergonha da sua língua pátria?
Lá nisso, os brasileiros são muito mais criativos e desavergonhados. Honra lhes seja!

terça-feira, 17 de abril de 2018

Glosa 12


Diz, quem sabe, que as árvores fixam a terra e consolidam os terrenos.
Os livros dão vida e eternizam a língua, dando-lhe a existência material que a oralidade não consegue, inteiramente. Daí a importância de Chaucer ou de Fernão Lopes.
Só depois poderemos amar e respeitar a sua pureza, perservando-a, ou, volúveis, a podemos abastardar, enxameando-a de ervas daninhas, estranhas e alheias.

domingo, 3 de setembro de 2017

Palavras mágicas


As expressões Shazam e  Abracadabra perderam, há muito, a sua força encantatória. Agora, são as workshops, as startups e quejandos, que fazem sonhar. Para alguns, ditas estas palavras, logo eles entram em transe hipnótico de felicidade tecnológica e alumbramentos de alma.
Graças aos economistas, aos comentadores espúrios, aos CEO, aos informáticos mono-aculturados e a alguma juventude pária, o linguajar português transformou-se, pouco a pouco, numa incaracterística manta de retalhos, talvez semelhante à "linguagem meada de ervilhaca" de que falava Camões, na sua carta da Índia.
Penso até que não devíamos perder mais tempo com a CPLP, por causa do A. O.. Melhor seria encetarmos negociações, pragmaticamente e desde já, com a administração norte-americana. E criarmos, cheia de futuro, uma nova sub-língua, neste rectangular espaço europeu à beira-mar plantado. 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Sobre a Língua (portuguesa) e seus cultores


Eu respeito os frades, e não receio plagiar Eça de Queiroz afirmando que faz falta em cada geração um Castilho, imitador de frades; mas a Língua não faz profissão e não pode viver eternamente encapuchada no recolhimento de uma cela monástica. Herculano, mestre da prosa narrativa, mas propenso ao estilo tonítruo e oratório, tinha a mão um tanto pesada para esta tarefa. Coube a Garrett essa operosa e espinhosa missão, que nunca será suficientemente agradecida. Nem todos os autores se dispunham a descer num café do Cartaxo para o descrever, e levantar daí a mão para nos iniciar nos encantos da charneca ribatejana.

Álvaro J. da Costa Pimpão (1902-1984), in Gente Grada (pg. 24).

Nota pessoal: Álvaro Júlio da Costa Pimpão, tendo sido reitor de Liceu, foi depois leitor de português em Bordéus, vindo mais tarde a tornar-se professor catedrático da Universidade de Coimbra. Tive-o como mestre de Teoria da Literatura, creio que em 1963. Como episódio curioso posso informar que usava cerca de duas aulas para analisar a forma como Eça descrevia os modos diversos do bater das horas de relógio nos seus romances...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Bipolaridades


a)  "O humor literário de uma nação é a sua mais frágil e perecível exportação: nalguns casos, isto acontece por razões linguísticas, noutros pelo contexto cultural, e ainda noutros porque algumas anedotas não têm mesmo graça nenhuma." (Barbara Heldt, TLS, nº5887)
Eu acrescentaria que, de país para país, o humor difere bastante: por razões regionais, pelo clima, pelo ADN secular, pelo momento histórico que, eventualmente, atravessam. Seria uma enormidade, no mundo anglo-saxónico, por exemplo, associar-se o sentido de humor britânico ao alemão...

b) É salutar e útil diminuir as importações. Assim o recomenda a economia nacional, ou a "austeridade de esquerda".
Pululam na net e em blogues nacionais as citações em línguas estrangeiras, talvez por preguiça ou, muito simplesmente, porque os citadores, na sua timidez e pudor linguístico, não ousaram traduzi-las. Aceito e compreendo.
Mas também as anedotas (brasileiras, sobretudo) inundam os e-mails (abra-se uma excepção!), e são o prato substancial de muitos blogues, a quem falta graça. E os bloguistas (lusos), preguiçosos e desleixados, nem sequer se dão ao trabalho de transformar, às vezes, o brasileiro macarrónico, rupestre e pedestre, num português de lei...
Irra!

sábado, 22 de agosto de 2015

O avoengo A. O. de 1945


Pelo pouco que sei, o AO de 1945 foi muito mais pacífico na sua aceitação, por ambas as partes (Brasil e Portugal), do que o actual, embora também tivesse tido os seus detractores. Mas Getúlio Vargas e Salazar terão tido, com certeza, uma influência pesada e dissuasora, quanto a eventuais veleidades...
Apesar de tudo, parece-me oportuno deixar por aqui, e da Revista de Portugal (Vol. VII - nº 39 / Dezembro de 1945), uma pequena amostra do AO de 1945, através do início do seu texto programático.

com um envoi muito especial a Artur Costa, em seu O Linguado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Adenda pessoal ao poste anterior, de Valéry


A invasão progressiva de termos anglo-americanos, sobretudo na captação e colonização das áreas da informática e da economia, denuncia o império.
Porque, ao contrário dos nossos irmãos brasileiros, não fomos capazes nem temos sequer a diligência ou preocupação de criar palavras portuguesas que os signifiquem ou traduzam.
Mais, para alguns (comentaristas, economistas, informáticos, provavelmente mal servidos de conteúdo lexical), a utilização desses jargões anglo-americanos é uma forma de se distinguirem (ou assim o devem pensar), como iniciados de uma nova ciência oculta.
Compreende-se assim, também, que palavras como pátria, nacional, e algumas outras, sejam tão pouco usadas, ou envergonhadamente, e comecem a cair em desuso, em troca desse pretenso cosmopolitismo, parolo.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

O óbvio e o verdadeiramente correcto


Vai por imagem, atendendo aos apressados cibernautas, a capa de um livro bem interessante. Para se corrigirem, se quiserem melhorar o seu português de lei... Com ou sem AO.

com os melhores agradecimentos a A. de A. M..

segunda-feira, 23 de março de 2015

Ignorâncias lexicais


Quando, para nomear um objecto, situação ou qualidade, desconhecemos a palavra exacta que os caracteriza, somos obrigados, perante um interlocutor, a dar a volta através duma frase explicativa, para os definir e descrever. De uma forma geral, o vocabulário campestre ou rural é mais rico, sobretudo pela precisão e sabedoria com que abarca as diferentes espécies de fauna e flora, os trabalhos e utensílios agrícolas, a vida natural, no seu todo. Em contrapartida, o léxico urbano será mais complexo, apenas nas vertentes tecnológicas e industriais, tendo uma componente mais acentuada sobre o futuro, com constantes actualizações. O vocabulário rural repousa mais no passado e na tradição, correndo sempre o risco de se ir perdendo, à medida que o nosso conhecimento se vai, também, reduzindo.
O menos que se poderá dizer de um escritor regionalista ( e este adjectivo é, muitas vezes, um labéu) de qualidade, é que ele nos enriquece o vocabulário e alarga os conhecimentos sobre as coisas da terra, mesmo que sobre zonas circunscritas e localizadas, geograficamente. Ora, deste livro (em imagem) emprestado pelo meu amigo H. N., que aborda, sobre vários aspectos, Camilo, pela pena ampla de João de Araújo Correia, esta obra, repito, à medida que a ia lendo, ia anotando, num papelinho, palavras que eu desconhecia. Cheguei ao fim, com nove interrogações escritas, das suas 149 páginas de prosa rica e luxuriante. Depois fui consultar dicionários, até de regionalismos. E dessas nove dúvidas, duas ficaram ainda por esclarecer. Serão gralhas da impressão? Duvido, francamente.
Por aqui deixo a lista das palavras (em itálico) que anotei. Com localização da página do livro e respectiva significação que apurei (ou não):
1. "...correr à desmedrina..." (pg. 20) - significado desconhecido.
2. "...rapaz esterlinto..." (pg. 21) - significação obscura.
3. "...as suas cobertoiras..." (pg. 68) - tampas ou coberturas.
4. "...da molhelha, cuja arquitectura..." (pg. 68) - almofada.
5. "...que azanga do mesmo Tâmega..." (pg. 80) - azangar = lançar mau olhado ou agouro.
6. "...Tirou-os da vesícola e do colédoco..." (pg. 91) - canal que conduz a bílis ao duodeno.
7. "...e outras cavadias..." (pg. 113) - escavações, sulcos.
8. "...até o tílburi vaporoso..." (pg. 129) - carrinho coberto, com 2 lugares (inventado por Gregor Tylburi).
9. "...nugas literárias..." (pg. 134) - bagatelas.

Nota pessoal: se alguém me souber esclarecer o significado das palavras 1. e 2., agradeço.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ainda a língua portuguesa, e seus derivados (alguns, tóxicos...)


Falam-se crioulos de base portuguesa em Cabo Verde (onde têm servido de instrumento a uma literatura de importância considerável, há mais de 50 anos), na Guiné-Bissau, numa pequena zona do Senegal (Casamance) e nas ilhas de S. Tomé, Príncipe e Ano Bom (antiga Guiné Equatorial)... [Ivo Cruz, in Territórios e Comunidades Linguísticas, 2006].
Ora, é por isto (língua), pelo petróleo, pelo Banif e pela venalidade internacionalista do sr Machete que, mais tarde ou mais cedo, a Guiné Equatorial, do cleptocrata sr. Obiango, virá a integrar a C. P. L. P. ...

domingo, 27 de outubro de 2013

Críptica (ou só entendível para os muito próximos)


Sempre tive muita dificuldade em pronunciar ou escrever o verbo adorar.
E há situações limite a que devemos resistir com todas as forças da razão, sob o perigo de exagerarmos, de sermos levianos ou mesmo, despudoradamente, ridículos. É um facto que, hoje em dia, a impropriedade no uso da língua portuguesa é abundante, mesmo em pessoas com credenciais académicas, responsabilidades públicas e obrigações éticas ou políticas. O exagero acabou por banalizar-se, da mesma forma que Hannah Arendt falava da banalização do mal.
Lembro-me do cuidado e do tempo que Costa Gomes demorou para decidir-se a  declarar o estado de sítio, em Portugal, numa altura convulsa do PREC.
É por isso que se deve aplicar, com usura e muita parcimónia, a caracterização de mais dois casos de situações limite:
- o estado interessante
- o estado de choque.