quarta-feira, 22 de maio de 2019

Mia Couto no TLS


Eu não poderia deixar de registar o facto.
Creio que é a primeira vez que vejo e leio, no TLS (nº 6058), um texto de colaboração de um escritor de língua portuguesa. Traduzida para inglês por Miranda France, a crónica de Mia Couto (1955) aborda as consequências nefastas para a sua terra natal (Beira, Moçambique) do recente ciclone Idai. Mas faz também referências às suas recordações de infância, aquando da passagem (1962)* do ciclone Claude, pela Beira, que lhe deixaram impressões terríveis e imorredouras.
Só lamento que esta inesperada crónica, originalmente escrita em língua portuguesa, tenha surgido pelas piores razões, no jornal literário britânico.
Numa perspectiva muito secundária, dou-me a pensar que, das ex-colónias portuguesas, é Moçambique (bem como Cabo Verde), proporcionalmente à população, que detém o maior número de artistas e escritores de qualidade e a nível internacional. E desde há muito. O maior novo país, Angola, no passado, só pode responder com Luandino Vieira, praticamente. Embora, hoje em dia, Agualusa e Pepetela possam também ser citados. Não refiro Ondjaki, porque não conheço a sua obra, suficientemente.

* Em tempo (24/5/19):
   no último TLS (nº 6059) e em carta ao director, Eugénio Lisboa (1930) corrige Mia Couto, referindo que o ciclone Claude passou por Moçambique em Janeiro de 1966, e não em 1962.                             

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