sexta-feira, 31 de maio de 2019

Os mecanismos de substituição


Admito que não tenha sido por acaso que se convencionou, para hoje, celebrar-se o Dia dos Irmãos que, ontem no jornal Público e em crónica, Guilherme d'Oliveira Martins, afectuosamente, lembrou. Cair a data, no signo dos Gémeos, terá alguma razão de ser. Embora se a crismássemos de Dia da Fraternidade, a opção talvez fosse mais ampla. Até porque há quem não tenha tido irmãos.
A exemplo de Ulisses, o homérico homem dos mil ardis, quem os não tem, pode sempre inventá-los. Ou escolhê-los, que ainda será melhor. Foi o que fiz, desprovido que fui, por sangue, de fraternas presenças. Duas figuras humanas, com o tempo, foram crescendo a meu lado e ganhando o meu afecto crescente e natural, talvez por íntima afinidade e delicada proximidade de sentimentos. Cabe-me, por isso, lembrá-las com ternura. A Fernanda, que irei rever, hoje, e o António, que sempre, memorialmente, me acompanha.

7 comentários:

  1. Tenho um irmão de quem gosto muito e concordo consigo, pois também podemos criar laços fraternos com outras pessoas. Bom dia!

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    1. Ao longo da vida, vi alguns irmãos desavindos, que nunca recompuseram a relação - acontece. Entretanto, quando a escolha é natural, talvez haja mais hipóteses de ajustar as afinidades.
      Boa tarde.

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  2. Bonito, sim senhora.
    Os meus irmãos de sangue não os esqueço nunca, são quase como meus filhos com todas as chances e limitações que isso implica. Mas julgo ter uma irmã fora da família e que só por acaso nasceu de outros pais.
    Tenho pena de não ter lido o artigo de Oliveira Martins, pessoa que bastante considero e cujas intervenções além de pertinentes têm certo grau de originalidade, ingrediente próprio de quem estuda qb e se habitua a pensar.

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    1. Cada experiência terá as suas particularidades subjectivas, naturalmente.

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  3. Responsabilidade grande, que aceito. E que não custa. Mas também a passo. E que vamos cumprindo. Quase um hábito ou um vicio ? Com muito carinho, muito obrigado.

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  4. Respostas
    1. Ela o colherá, decerto, e directamente mais tarde.
      Quanto ao resto, continuemos até onde nos for possível. E com alegria.

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