sábado, 18 de maio de 2019

Bibliofilia 175


Gosto de ler biografias, sobretudo de figuras que me despertam alguma curiosidade pela riqueza humana das suas vidas. Ou pela sua importância no curso da História.
A recente saída de uma biografia de Sophia Andresen deu motivo a alguns artigos e uma ligeira polémica. Também se falou de que, em Portugal, há poucos livros de memórias e biografias sobre figuras ilustres. Sobre poetas, seria bom lembrar que não nos podemos inteiramente queixar. Gomes de Amorim, por exemplo, dedicou alguns anos da sua vida para depois vir a publicar Garrett : Memórias Biográficas; Júlio Castilho fez editar 7 volumes sobre a vida de seu pai - Memórias de Castilho (1926) e Vitorino Nemésio tem um bom ensaio biográfico sobre Alexandre Herculano, por exemplo.


Não temos, é certo, nenhum escritor-biógrafo com a qualidade literária e histórica do inglês Lytton Strachey (1880-1932), mas vamos remediando bem com o que temos.
Andei a namorar, aqui há tempos e no meu alfarrabista de referência, uma biografia de Metternich (1773-1859), diplomata e homem de estado austríaco que, quanto a mim, é, com o francês Talleyrand (este mais camaleónico na flexibilidade ideológica), um dos grandes artífices, no século XIX, da moderna Europa.
O livro, elegante na sua encadernação bonita, embora cansada, custou-me 20 euros, na semana passada. Lido apenas o prefácio, nada posso dizer, para já, sobre o seu conteúdo. Nem sobre Algernon Cecil (1879-1853) que o escreveu. Mas ainda estou satisfeito por o ter comprado.

4 comentários:

  1. Gosto de biografias, memórias, diários...
    A minha preferida das que citou é a de Gomes de Amorim. Li-a uma vez por inteiro, assim como a de Castilho, mas já consultei partes de ambas por diversas vezes. A de Gomes de Amorim bem precisava de uma reedição e de índices bem feitos.
    Boa tarde!

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    1. A de Júlio de Castilho também tem muita informação secundária bem interessante, sobre a época.
      Camilo também foi muito abordado, sobre diversas facetas, por Alberto Pimentel e Paulo Osório, pelo menos.
      Bom resto de Domingo.

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  2. A atração é por vezes muito importante na aquisição de um livro.
    A capa do livro não parece "cansada". Achei graça ao termo!
    Tenho de Guilherme de Castilho, "Vida e obra de Raúl Brandão".
    Como apaixonada que sou por actores, tenho "Memórias de Chaby" e
    "Memórias de Adelina Abranches". Talvez deva dizer que nunca vi
    estes actores em palco. Os livros são volumosos e bem ilustrados.
    Desejo-lhe uma boa semana.

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    1. O termo "cansada", bem como "empoeirada" são palavras muito usadas no jargão bibliófilo de catálogos e leilões de alfarrabistas. Desta vez, não fui original..:-)
      Guilherme de Castilho tem também um precioso trabalho sobre a vida de António Nobre. Tenho essas 2 biografias. Bom, embora dogmático, o livro (2) de Gaspar Simões sobre Fernando Pessoa.
      Não tenho nenhuma das biografias de actores, que a Maria Franco refere.
      Obrigado, e igualmente.

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