Terminei com prazer, gosto de leitura e o sentimento do dever cumprido os três últimos contos de Noite de Fogo, de João Araújo Correia (1899-1985). Ao lado, ia apontando as palavras que não conhecia. E a colheita deu quatro vocábulos, para depois os ir ver ao dicionário. Eram eles:
1. Escalhar
2. Leicenço
3. Cardenho
4. Barbisco.
Só encontrei o significado de duas das palavras, nos dicionários cá de casa. Leicenço, que é um furúnculo, e Cardenho, com o significado de: pequena casa térrea onde dormem os jornaleiros. Conjecturei que Escalhar, pelo sentido, poderia ser cozer (uma bebedeira). Finalmente, Barbisco, pela sequência no texto, deveria ser um peixe de rio, talvez da família do barbo.
Se não cheguei lá, em absoluto, devo ter andado perto. Que não se diga que escritores como Araújo Correia são difíceis de ler e dão muito trabalho. É sempre compensador descobrir uma palavra nova da nossa língua portuguesa, e que não conhecíamos. Mais ainda, quando rigorosamente aplicada.
P. S.: pergunto-me muitas vezes, assim como se pergunta decerto quem tem biblioteca em casa, quantos livros terei nas estantes. Mas só hoje me perguntei, inopinadamente, quantas palavras portuguesas conheço ou uso, no meu quotidiano. Se dos livros posso ter uma vaga ideia, quanto ao meu léxico pessoal, não faço a menor ideia. E não ouso sequer arriscar um número.
Especialistas norte-americanos estimam que o adolescente médio, no seu país, actualmente, utiliza um paupérrimo léxico de 50 palavras, fora os grunhos. Estudiosos franceses da obra de Simenon referem que o escritor belga, nos seus livros, não excedia a utilização de 2.000 palavras.
Na média, é que está a virtude - diz o povo. Por isso, é provável que eu ande ou andemos por aí...
Se não cheguei lá, em absoluto, devo ter andado perto. Que não se diga que escritores como Araújo Correia são difíceis de ler e dão muito trabalho. É sempre compensador descobrir uma palavra nova da nossa língua portuguesa, e que não conhecíamos. Mais ainda, quando rigorosamente aplicada.
P. S.: pergunto-me muitas vezes, assim como se pergunta decerto quem tem biblioteca em casa, quantos livros terei nas estantes. Mas só hoje me perguntei, inopinadamente, quantas palavras portuguesas conheço ou uso, no meu quotidiano. Se dos livros posso ter uma vaga ideia, quanto ao meu léxico pessoal, não faço a menor ideia. E não ouso sequer arriscar um número.
Especialistas norte-americanos estimam que o adolescente médio, no seu país, actualmente, utiliza um paupérrimo léxico de 50 palavras, fora os grunhos. Estudiosos franceses da obra de Simenon referem que o escritor belga, nos seus livros, não excedia a utilização de 2.000 palavras.
Na média, é que está a virtude - diz o povo. Por isso, é provável que eu ande ou andemos por aí...
Nem sei como se consegue ter uma conversa com a utilização de apenas 50 palavras. E, assim à partida, não pensava que a utilização de 2000 palavras fosse considerado um vocabulário rico.
ResponderEliminarBoa tarde!
Eu estou em crer que os "conteúdos" mentais e as aspirações destes jovens bárbaros serão muito rudimentares, por isso essas 50 palavras, mais os grunhidos, lhes devem chegar para "conviver"...
EliminarBoa noite.