quarta-feira, 1 de maio de 2019

Palavras atrás...


Aqui há 45 anos atrás, eu ia ficando em jejum - estava tudo fechado. Eu e um meu amigo, só por milagre encontrámos 2 sandes ressessas, num café de um  foyer de um cinema, para mitigar a fome. Viviam-se os tempos idealistas do 25 de Abril, na sua forma mais pura e dura, sem transigências.
Neste ano da graça de 2019, tudo está mais relaxado e permissivo. Tirando as palavras corajosas do actual Bispo do Porto e o tímido anúncio de greve, para o 1 de Maio, nas grandes superfícies, a data parecia um mero domingo, pela quantidade de lojas abertas em que poderíamos exercitar a nossa gula de consumo. Em passeio estival, de tarde, passei por "dois sítios do costume", atulhados de clientes.
Qual greve, qual carapuça! Nem na primavera marcelista, que me veio à memória. Luta de classes? Só por miopia.
E, no entanto, as palavras de Louçã, aqui há uns dias (19/4/2019), no Expresso (que encimam este poste), têm toda a razão de ser. Só que os indignados de hoje refastelaram-se na comodidade de baixarem a cerviz e pactuarem, cobardamente, com a sua vidinha e o seu exíguo salário mínimo, ainda que precário. Claro que assim não vamos a lado nenhum. De melhor.

2 comentários:

  1. Na realidade, acho que aos Domingos há mais cafés e lojas fechados do que estavam ontem. Bom dia!

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    1. Talvez tenha razão. Isto anda tudo desregulado: no Algarve, até foram contra as disposições legais autárquicas...
      Boa tarde.

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