Uso pela segunda vez como título, deste texto (a primeira vez foi num jornal), palavras de Mário Dionísio (1916-1993) que, sugestivamente, ele usou para dar nome a um livro de poemas que publicou em 1965.
Plagiando-o, faço-o para expressar os trabalhos baldados a que me entreguei para tentar descobrir elementos biográficos do pintor, de origem húngara, Attila Mendley Vetyemy (1911-1964?), que se terá radicado em Portugal, no início dos anos 30 do século passado.
Não sei se teria ascendência judaica, o que explicaria talvez a sua migração. Sei que teria tido o favor do regime estadonovista, que lhe permitiu expor numa colectiva da Sociedade Nacional das Belas Artes, em 1936, mostra que contou, na inauguração, com a presença do ministro das Comunicações.
Também ilustrou com xilografias alusivas, um livro de Silva Tavares, publicado pela A. G. U.. Pintor de paisagens e naturezas mortas, Vetyemy terá calcorreado Portugal e produziu prolificamente. As suas telas, que nunca vão muito caras, aparecem, por vezes, em leilões.
Tem muitos quadros sobre Lisboa, particularmente de Alfama, do Porto, Leiria e Guimarães.
É desta última cidade que, por razões subjectivas, reproduzo uma pequena tela do Largo da Colegiada, ou de N. Senhora da Oliveira. De que gosto, especialmente.
Gosto desta pintura, de um artista que não conhecia. Bom dia!
ResponderEliminarCruzei-me com ele, por mero acaso... em busca de iconografia vimaranense.
EliminarBom dia.
Por acaso tenho um livro de Silva Tavares "Fruta do tempo" de 1930, mas tem
ResponderEliminarilustrações de Aurora Severo. O que me agradou foi também e referência a Mário
Dionísio tendo vários livros deste notável poeta mas de quem raramente se fala.
Curiosa a sua pesquisa sobre o referido pintor desconhecido!
Creio que Silva Tavares foi um poeta muito popular.
EliminarQuanto a Mário Dionísio, enquanto professor (que não poeta ou romancista), as opiniões dividem-se, mas convergem no seu rigor e método de bom ensino.
Este encontro com o pintor húngaro deve-se à minha ida ao Norte, no fim-de-semana, e à procura de iconografia correlativa.
Sou genro do referido pintor e posso garantir que não era judeu nem protegido do antigo regime. A sua obra está disseminada pelo País e em Benavente no museu que está a ser remodelado e segundo me informaram também na Figueira da Foz.
ResponderEliminarPena que sejam tardias as suas rectificações e achegas pessoais... Mas agradeço-as, na mesma.
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