quarta-feira, 29 de maio de 2019

Memória de um Pintor (quase) desconhecido


Uso pela segunda vez como título, deste texto (a primeira vez foi num jornal), palavras de Mário Dionísio (1916-1993) que, sugestivamente, ele usou para dar nome a um livro de poemas que publicou em 1965.
Plagiando-o, faço-o para expressar os trabalhos baldados a que me entreguei para tentar descobrir elementos biográficos do pintor, de origem húngara, Attila Mendley Vetyemy (1911-1964?), que se terá radicado em Portugal, no início dos anos 30 do século passado.
Não sei se teria ascendência judaica, o que explicaria talvez a sua migração. Sei que teria tido o favor do regime estadonovista, que lhe permitiu expor numa colectiva da Sociedade Nacional das Belas Artes, em 1936, mostra que contou, na inauguração, com a presença do ministro das Comunicações. 
Também ilustrou com xilografias alusivas, um livro de Silva Tavares, publicado pela A. G. U.. Pintor de paisagens e naturezas mortas, Vetyemy terá calcorreado Portugal e produziu prolificamente. As suas telas, que nunca vão muito caras, aparecem, por vezes, em leilões.
Tem muitos quadros sobre Lisboa, particularmente de Alfama, do Porto, Leiria e Guimarães.
É desta última cidade que, por razões subjectivas, reproduzo uma pequena tela do Largo da Colegiada, ou de N. Senhora da Oliveira. De que gosto, especialmente.

6 comentários:

  1. Gosto desta pintura, de um artista que não conhecia. Bom dia!

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    1. Cruzei-me com ele, por mero acaso... em busca de iconografia vimaranense.
      Bom dia.

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  2. Por acaso tenho um livro de Silva Tavares "Fruta do tempo" de 1930, mas tem
    ilustrações de Aurora Severo. O que me agradou foi também e referência a Mário
    Dionísio tendo vários livros deste notável poeta mas de quem raramente se fala.
    Curiosa a sua pesquisa sobre o referido pintor desconhecido!

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    1. Creio que Silva Tavares foi um poeta muito popular.
      Quanto a Mário Dionísio, enquanto professor (que não poeta ou romancista), as opiniões dividem-se, mas convergem no seu rigor e método de bom ensino.
      Este encontro com o pintor húngaro deve-se à minha ida ao Norte, no fim-de-semana, e à procura de iconografia correlativa.

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  3. Sou genro do referido pintor e posso garantir que não era judeu nem protegido do antigo regime. A sua obra está disseminada pelo País e em Benavente no museu que está a ser remodelado e segundo me informaram também na Figueira da Foz.

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    1. Pena que sejam tardias as suas rectificações e achegas pessoais... Mas agradeço-as, na mesma.

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