Mostrar mensagens com a etiqueta Músicos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Músicos. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 2 de abril de 2019

Sensibilidades


Em recente questionário-entrevista, a um semanário, o musicólogo Rui Vieira Nery (1957), à pergunta : "Um músico pode não ser um artista?", respondeu: "Um verdadeiro músico é sempre, por definição, um artista. Mas depois, claro, há os outros..."
Se o exercício profissional de uma actividade pressupõe alguma coisa de mecânico e automático,  rotineiro enfim, impessoal e neutro, até determinada altura, na minha vida, eu imaginava que os cultores de algumas funções artísticas eram dotados de uma especial sensibilidade.
Até que um dia, questionei o meu amigo António - que fora compagnon de route de uma orquestra do Norte - sobre a especial sensibilidade dos músicos. Respondeu-me, mais ou menos, assim: Não te iludas, uma boa parte são uns burgessos!...
Na verdade, eu tinha-me esquecido da forma como Fellini os vira e tratara em "Ensaio da orquestra" (1978)...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O carrego de cada um


A harpa nem era muito grande, dentro do seu estojo, mas via-se a dificuldade da jovem música, apesar do carrinho de rodas de transporte e da ajuda de uma amiga (?), em fazer entrar o instrumento para o Teatro S. Luís.
Flautistas, violinistas, trompetistas, são uns felizardos, para não falar dos maestros, que só têm que levar a levíssima batuta para os concertos. Agora, imagine-se o violoncelista ou o homem da tuba a carregarem aqueles instrumentos enormes até aos auditórios!?...
Sorte têm os pianistas, porque as salas de concertos costumam ter piano privativo e residente...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Fellini, em sequência do poste "Músicos e Maestros"


Com agradecimentos a H. N., pela oportuna sugestão.

Músicos e Maestros


Há dias, tive oportunidade de ler um artigo muito interessante, em que era abordado o papel dos maestros, em relação às orquestras que dirigiam. Um leigo terá a tentação de perguntar se a existência de um maestro se justificará, sempre e inteiramente. Parece-me, na minha enorme ignorância musical, que numa pequena orquestra de câmara, ou num quarteto, talvez nem sempre ele seja necessário, mas a chefia ou direcção pode assumir várias formas. Lembro-me, por exemplo,  da subtil direcção de Jordí Savall, quando toca em família. Dos seus pequenos acenos, das expressões faciais, dos olhares dirigidos, quase miméticos. Que está muito distante daquilo que dizem ter sido as direcções tirânicas de Toscanini ou Furtwangler como Maestros. Entre a pose hierática de Karajan e a fogosidade juvenil de Joana Carneiro há uma diferença de tomo. E de método, obviamente.
Mas a coisa que mais me surpreendeu, nesse artigo que li, foi classificar a ligação entre maestros e músicos, muitas vezes, como uma relação de amor-ódio. Porque, também, muitos dos músicos se perguntam se seria mesmo necessária a existência de maestros. E para que servem. É evidente que não comungo destes pensamentos extremos. Há uns anos, tive ocasião de ver um vídeo muito curioso do ensaio do Concerto nº 5, para piano, de Beethoven, entre Simon Rattle e Alfred Brendel. E essa troca de saberes, entre os dois, demonstrava, à saciedade, a justificação plena da necessidade de existência de um Maestro. Desde que haja a inteligência e humildade de ambos os executantes, para se entenderem, acederem entre si na melhor forma de harmonia, em relação à grande Música.