sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Da Janela do Aposento 26: O negócio alimentar



Nos últimos dois ou três anos, o meu universo relativamente inocente de consumidora foi invadido por médios e grandes ladrões até chegar aos "mafiosos" em epígrafe. Não fossem os artigos esclarecedores de um Jean Ziegler, ou umas atitudes condenáveis do nosso caseiro Soares dos Santos, manter-se-ia, porventura, a minha ignorância quanto à dimensão do negócio alimentar. 
No entanto, com a recente divulgação sobre o negócio da carne equina, o consumidor ficará mais esclarecido, ou desarmado, perante as práticas das grandes "cadeias" de distribuição. Mas vamos ao negócio da carne de cavalo que a imagem ilustra bem, mesmo com legenda em alemão.


Tendo como base de negócio a ilha de Chipre - já não é bom agoiro. Depois, o holandês Jan Fasen, na foto acima, parece que já ganhou 3,8 biliões de euros, embora sem deixar rasto da fortuna através de esconderijos virtuais, onde costumam parar dinheiros pouco limpos. Um francês, que transformou a dita carne em picado, terá ficado com qualquer coisa como 500 mil euros em poucos meses, porque a carne de cavalo custa, segundo informações recolhidas, 20 % da carne de vaca. 
Com tanto negócio rentável, também se compreendem os investimentos que o DEUTSCHE BANK mantém no ramo alimentar, apesar das fortes críticas de ambientalistas e verdes na Alemanha. 
No entanto, o que mais me preocupou foi o facto de 85 % do negócio, i.e., das vendas de produtos alimentares se concentrar, na Alemanha, nas mãos de 4 cadeias, entre elas Aldi e Lidl que também existem por cá. São elas, portanto, verdadeiras "amarras" para o consumidor, anulando, lentamente, a nossa possibilidade de opção de compra de bens essenciais, por outras vias, e estragando a colorida paisagem, ainda existente, do comércio tradicional.
Perante tudo isto, reforçou-se, obviamente, a minha atitude de comprar no mercado os frescos, nas mercearias o restante, evitando ao máximo as "grandes superfícies" ou "templos, foruns de consumo".
Em defesa das Teresas, Leonores, ou até Tiagos, de que tanto gosto e que permitem, sabe-se lá até quando, manter a minha liberdade de escolha.

Post de HMJ, dedicado à amiga vegetariana

4 comentários:

  1. Fiquei banzada, quando há dias vi as voltas que a carne de cavalo (bem como outros produtos) dá, antes de chegar ao consumidor.

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  2. Para Miss Tolstei:
    desde que li, há tempos, um artigo em que se falava das voltas que os ingredientes dão para sair um simples iogurte, fiquei esclarecida.

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  3. Incrível isto da carne de cavalo. Para além das viagens dos ingredientes por esta Europa (neste caso), a falsa etiquetagem, não sabendo o consumidor o que está a comer.
    Não costumo comprar congelados com carne.
    Por cá, a venda de produtos alimentares também deve ser maioritariamente vendida pelo Continente e pelo Pingo Doce. Não chegará aos 85%, mas para lá caminhamos.
    Quando posso, faço a minha vista semanal ao mercado.

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  4. Para MR:
    O aposento tem essa vantagem. Ter mais tempo para as compras, os cozinhados e outras tarefas "mais nobres".

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